Capítulo 2: Minha filha vai nascer

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POV. Cristal

Estou na sala de espera do hospital, com Luna ao meu lado a segurar a minha mão. Ela está nervosa, pois a dela tremia e suava em contato com a minha. Hoje entro no nono mês da gestação da pequena Chiara e estou esperando o médico para fazermos o ultrassom.

— Srta. Giorno? — O médico chama-me até a sua sala para começarmos o exame, Luna levanta e ajuda-me a levantar por conta da barriga. — Estão prontas para a chegada dessa criança? — Ele diz com um sorriso enquanto se senta em frente ao aparelho de ultrassom e indica uma maca para mim.

— Sim, já não consigo aguentar de ansiedade e de dor sempre que ela chuta as minhas costelas. — Rio acompanhada da Luna enquanto levanto a minha blusa para que o médico possa passar o gel.

— Sem contar que essas mudanças de humor repentinas da Cristal finalmente vão passar, também estou ansiosa para ver o rostinho dela. — Luna diz enquanto o médico dá uma risada disfarçada e olho feio para ela.

Ele coloca o aparelho na minha barriga e na tela podemos vê-la, sinto Luna apertar a minha mão e nesse momento tinha certeza de que vi Chiara sorrir. Os meus olhos enchem de lágrimas.

— Ei, calma, está tudo bem. — Luna enxuga uma gota que insistiu em cair dos meus olhos.

— Sim, a criança e você estão ótimas, mas nada de esforço até ela nascer. Vai precisar ficar de repouso já que a partir de agora, a qualquer momento essa pequena pode decidir sair. Então nada de pegar peso, dirigir, estresse. Tente ficar o mais relaxada possível para não estourar a sua bolsa antes da hora. — Ele avisa e libera a nossa saída.

— Vou tentar ficar parada, mas não prometo nada doutor. — Rio sem graça, sabia que ficar parada era o que não ia fazer.

Saímos do hospital e entramos no carro da Luna, ela estava de motorista e eu no banco do passageiro ao seu lado. Assim que entramos, olho para a Luna com um sorriso travesso e ligo o rádio dos Hells.

Rádio ligado.

(Cristal): olá! Meninas.

(Vanessão, Priscilão, Maju e Renata): Olá!

(Gabi): oi, mamacita.

(Alicia): oi chefinha.

(Ivete): fala, bifestinha!

(Cristal): quem anima um central?

(Luna): você não tem jeito né? — Ri.

(Cristal): não, quem topa? — Digo com a minha carinha sapeca que só a Luna podia ver.

(Todas): deixa vir.

Rádio desligado.

Todas se reuniram no condomínio dos anjos, nos equipamos e fomos para o banco central. Estávamos de colete, AK, munição, máscara e uniforme. Vanessão também estava com um machado e um novo produto que iriamos vender junto do kit para o banco. Uma bebida que deixava a visão do usuário um pouco turva, mas permitia um melhor preparo para correr por mais tempo, nós o nomeamos de Diavolo. Era a única sem o uniforme devido à barriga gigantesca que mal cabia nas roupas. 

As meninas também estavam com 5 Vitas cada, outro produto nosso, esse aliviava a dor e melhorava a nossa saúde, sem efeitos associados. Elas começaram a posicionar-se, Gabi iria fazer a negociação e depois ficaria com a Luna, às duas estavam responsáveis ​​pela porta secundária. Vanessão era a nossa distração na hora da ação, provocaria os policiais atrás de um vidro blindado onde antes ficavam os funcionários do banco. Ivete, Priscilão e Maju estavam no segundo andar e posicionaram-se para ter a melhor visão do que ocorreria ali dentro. Dar orientações e proteger as meninas do primeiro andar era a função delas. Alicia e Renata ficariam na escada para impedir os pulas de subir até as costas das outras meninas. Eu faria o hacker e pegaria o dinheiro.

Já havia conseguido entrar no cofre, pegar o dinheiro principal e faltava pouco para terminar de recolher o dos cofres nas paredes quando ouço a sirene da polícia. Pouco tempo depois escuto a voz da Gabi e peço-lhe no rádio para enrolar um pouco na negociação até que consiga pegar tudo antes do tiroteio começar.

Rádio ligado.

(Luna): Cristal não é melhor você ficar aí em baixo e deixar o tiroteio conosco? Não quero você, nem nossa pequena, machucadas.

(Cristal): está tudo bem, Luna, ninguém vai cair hoje. — Digo com um sorriso no rosto pela preocupação dela comigo.

Rádio desligado.

Termino o último cofre, aviso e as meninas liberam a ação enquanto subo para o primeiro andar e posiciono a minha mira na porta principal que é aberta a tiros pelos policiais. Fico alerta a qualquer intenção deles, quando um desconforto na região da barriga incomoda-me. Aviso para as meninas sobre a porta e os dois pulas que consegui ver a minha direita, próximos a uma das viaturas. Tento concentrar na mira da arma quando o desconforto se torna dores regulares, porem suportáveis enquanto um deles tenta entrar no banco e consigo acertar a cabeça dele que cai na entrada do banco.

Rádio ligado.

(Cristal): meninas, derrubei um, na porta principal do banco. — Digo um pouco baixo por conta da dor.

(Luna): foi atingida? — Pergunta preocupada, provavelmente por conta da minha voz.

(Cristal): não, estou bem. — Falo na tentativa de acalmá-la.

(Luna): Vanessão, vai para perto da Cristal. Cuida dela, por favor.

(Vanessão): com prazer, bonequinha.

Rádio desligado.

Vanessão fica na minha frente para me proteger, quando outros dois pulas tentam entrar no banco. Ela derruba um, mas antes que eu derrube o outro, ela entra na minha frente e a atinjo, que cai inconsciente. O policial recua e fecha a porta, mas consigo vê-lo se esconder na viatura. Puxo Vanessão para trás de uma das pilastras do banco, abaixo para a deitar no meu colo com o intuito de estancar o sangramento e sinto um líquido escorrer pelas minhas pernas. Chiara irá nascer.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora