Capítulo 75: Emoção acima da razão

460 42 42
                                    

POV Vanessão

A voz de Cold era inconfundível, mas não conseguíamos reconhecer quem estava estava do outro lado da chamada.

- CJ? Nem criatividade para codinome esses cara tem. - Digo devolvendo o fone para ela.

- O que me leva a acreditar que BJ seja o irmão dele, Brian Jhonnes. - Ela diz se virando para mim. - E você? O que tem pra mim?

- Muita coisa, em resumo a bonequinha me deu uma dica sobre o que estava acontecendo ontem depois da reunião, ela me disse Red Murders, é o nome de um bar que essa máfia usava como fachada nos EUA, ela me pediu para não falar disso com nenhuma das meninas, então decidi pesquisar sozinha para pelo menos ter uma noção no que estava me metendo ... descobri que o pai do Cold fundou essa facção a um bom tempo, provavelmente os irmãos descobriram e foram atrás dele, por isso o Cold forjou a própria morte, depois disso só sei que eles voltaram para o Brasil e que o pai deles morreu de câncer, parece que também tem um agente do FBI que tá na cidade do irmão da Luna investigando eles e acredito que deve ter algumas informações úteis para gente. - Digo enquanto Priscilão parecia atenta as minhas palavras.

- Então sabemos que Cold e Brian estão em uma máfia e que o Cold está obcecado na Cristal e, provavelmente, na Chiara também. - Priscilão diz e apenas concordo. - Ou seja, não temos praticamente nada.

- Precisamos descobrir quem mais está com eles. - Digo tentando pensar em qualquer nome que possa nos ajudar e nada. - A única coisa que me lembro é que quando o pai do Cold fundou o bar com outros quatro amigos.

- Alguma chance do Brian ser um deles? - Ela pergunta e nego com a cabeça.

- Acredito que não já que conheci ele na nossa antiga cidade na mesma época que essas coisas estavam acontecendo nos EUA. - Digo sem muita emoção.

- Então não sei o que fazer agora. - Priscilão diz girando na cadeira.

- Não podemos esconder isso das meninas, mas precisamos ser o mais discretas possível. - Digo me jogando na cama.

- Talvez, se entrarmos em contato com a Luna, ela consiga informações com esse cara do FBI. - Priscilão diz sem demonstrar muita confiança em seu plano.

- Não acho uma boa contarmos para a Luna, nós duas sabemos que quando o assunto é ela, Luna coloca a emoção acima da razão e não podemos nos dar a esse luxo agora. - Digo e Priscilão apenas confirma.

- Saudade da época que a nossa única preocupação era qual banco vamos assaltar ou na casa de quem vai ser a festa. - Ela diz rindo.

- Sim, ultimamente tá todo mundo afastada por causa dos problemas. - Digo me virando para observa-la.

- Você acha que algum dia, sei lá, essas situações vão nos afastar de vez? - Priscilão pergunta e sinto tristeza em suas palavras.

- Eu acho que não, já passamos por muita coisa, mesmo que não estejamos fisicamente juntas, nossas histórias vão continuar interligadas. - Digo e não consigo conter o sorriso em meu rosto.

- Você tem razão, temos que dar um jeito de resolver essa situação, as meninas precisam saber o que está acontecendo. - Ela fala um pouco mais animada e concordo com a cabeça. - Tá ficando mole Vanessão.

- Coragi, como assim mulhe? - Pergunto sem entender e a vejo rir da minha cara.

- Ficando possessa, com essas frases motivadoras, nem parece você. - Ela diz voltando a atenção para o computador.

- Agora eu vi, podia ter metido uma bala na sua cabeça facinho, se enxerga garota. - Digo me levantando e indo para o seu lado. - Tá mexendo no que?

- Tentando tirar esse modificador para poder ouvir a voz da outra pessoa, mas perece que ela não é um efeito na chamada em si, é como se o aparelho realmente tivesse captado essa voz durante a ligação. - Priscilão diz me mostrando a escala sonora do áudio.

- Então essa cara tem uma voz de taquara rachada horrível. - Digo a fazendo rir.

- Ou está usando um modificador físico o que explicaria o eco durante a chamada, se for isso não tem muito o que eu possa fazer. - Ela diz desanimada.

- E se você tentar trabalhar com o eco ao invés dessa voz modificada? - Digo e ela me olha confusa. - Ué, você disse que tem um eco na gravação, então se conseguir separar o áudio em três partes: a voz do Cold, a voz modificada e o eco, podemos usar esse eco para descobrir a voz da pessoa do outro lado da linha, é só ignorar essas duas partes colocando o eco como áudio principal, tirar os ruídos externos e reproduzir. - Falo enquanto editava o áudio e Priscilão me observava.

- Mulher, como tu descobri isso? - Ela me pergunta incrédula.

- A Embucete me pediu ajuda para editar o áudio de um filme que ela estava dirigindo e acabei aprendendo. - Digo enquanto terminava os ajustes finais no áudio. - Pronto, vou colocar na saída de som do computador para ouvirmos juntas.

Dou play no áudio e agora sim era uma voz humana. Provavelmente um homem pelo timbre grave, mas não conseguimos associar a ninguém.

- É isso então, agora não tem muito o que podemos fazer. - Priscilão diz se levantando da cadeira. - Vamos, eu te levo para casa e amanhã conversamos com as meninas.

Apenas concordo e a sigo até a moto. Ela me leva até em casa, nos despedimos com um olhar e entro tirando meu colete e desequipando minha Ak e meu machado. Encontro Max sentado no sofá me esperando e percebo que os meninos já haviam ido e Lúcio não estava mais ali. Me sento ao seu lado e vejo seu olhar preocupado sobre mim.

- Quer me contar o que aconteceu ou acha melhor irmos descansar e conversamos amanhã? - Ele pergunta me puxando para o seu colo.

- A gente conversa amanhã, cansei de falar sobre isso hoje. - Digo e apoio minha cabeça em seu ombro.

Sinto Max se levantar comigo em seu colo e ir até nosso quarto. Ele me senta na beira da cama e me ajuda a tirar a minha roupa. Enquanto ele guardava minhas armas no baú me deito e espero ele voltar para dormirmos juntos. Em minutos sinto seus braços abraçarem minha cintura e me puxarem para que eu possa me aconchegar em seu peito. Adormeço em poucos minutos ouvindo seus batimentos que tanto me acalmavam.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora