POV Luna
Em minutos chegamos na balada, as meninas estacionam em uma oficina abandonada próxima e vamos até à entrada. Todas estavam mascaradas e armadas por precaução. Fomos direto para a sala de reuniões e levamos o computador da Cristal junto das folhas que estavam espalhadas em cima da mesa. Priscilão estava instalando a CPU no monitor central da sala para que todas pudéssemos ver o que estava acontecendo. Enquanto isso, Maju, Alicia, Ivete e eu voltamos para os carros e tiramos os corpos que estavam no porta-malas e levamos para a sala que estávamos.
— O que nós fazemos agora? — Ivete pergunta olhando para Vanessão que estava lendo os papeis.
— Que tal me explicarem o que está acontecendo aqui? — Digo sem paciência.
— No dia que você foi viajar, a bonequinha me disse um nome: Red Murders, mas ela me proibiu de contar para as meninas o que eu descobrir — Vanessão diz deixando os papeis na mesa para me olhar. — De início encontrei um bar nos EUA com esse nome, depois, com a ajuda do Lúcio, eu descobri uma máfia que usava esse bar como fachada e o principal integrante dessa máfia era Mathias Jhonnes, o pai do Cold, outro membro era Brian Jhonnes e o mais novo integrante é ninguém menos que Cold Jhonnes.
— A família do Cold faz parte de uma máfia nos EUA? — Pergunto incrédula que aquela babaca estava por trás de tudo isso.
— Faziam, eles fugiram para o Brasil, mas especificamente para São Paulo quando o pai deles foi capturado e acabou falecendo de câncer no hospital da polícia. — Vanessão diz prendendo o cabelo em um coque alto. — Foi aí que a Cristal recebeu a carta alertando que ele podia estar vivo.
— E com a gravação que conseguimos no celular dele, pudemos confirmar tudo isso e sabemos que tem pelo menos mais dois além dos irmãos, mas não sabemos que são. — Priscilão diz sem parar de digitar senhas aleatoriamente no computador da Cristal.
— Não, tem mais gente com eles. — Gabi diz sentada ao lado da Ivete com uma expressão preocupada.
— Tinham duas motos pretas rodam o colégio da Chiara, uma delas estava cheia e a outra só tinha uma pessoa. — Ivete diz puxando Gabi para mais perto dela.
— Precisamos falar com os meninos, se eles conseguiram pegar um podemos arrancar muita informação dele. — Renata diz animada.
— Isso se os meninos já não tiverem matado o cara. — Maju diz séria. — Se depender do Din, ele já está morto.
— O Max não permitiria, ele sabe que to atrás deles. — Vanessão diz organizando os papeis e os prendendo com um clipe.
— Eu ainda não entendo, isso estava acontecendo a semanas, vocês sabiam disso a semanas, por que não me contaram antes? ... Eu poderia ter vindo antes para ajudar vocês, poderíamos... — Digo sentindo uma raiva subir pelas veias.
— Exatamente por isso não te contamos. — Priscilão diz me olhando séria. — Quando o assunto é a Cristal você deixa a emoção te dominar... A Cristal fez isso quando tentou resolver tudo sozinha, ela deixou o medo de nos perder domina-la a ponto de não se importar com o que poderia acontecer com ela se eles descobrissem, ela estava com tanto medo de nos colocar no meio de uma guerra que não se importou em sofrer em silêncio para nos proteger... Ela estava se sacrificando por cada uma aqui, por mim, pela Vanessão, pela Maju, por todas, mas principalmente por você e pela Chiara... Não podíamos deixar nossas emoções ficarem acima da nossa razão, se não tudo pelo que ela passou não passaria de um sacrifício em vão.
— Nós tínhamos um plano e os meninos iriam nos ajudar, o Cold estava esperando o casamento para sumir com a Cristal e a Chiara, nós também estávamos esperando o casamento para atacarmos, iriamos invadir a festa com os meninos para resgatar ela, mas antes disso mandaríamos a Chiara para você cuidar dela, e as outras crianças também iriam para um lugar seguro longe daqui... Contudo, pelo jeito ele adiantou os planos dele. — Vanessão diz com ódio nos olhos.
— Que merda... — Digo saindo da sala.
Vou lá fora, precisava respirar um pouco, minha cabeça estava a mil, a voz dela ecoava dentro de mim, ela me chamando. Como não percebi tudo isso? Como não estava ao lado dela? Mais que merda. Eu deixei tudo para trás, deixei tudo nas mãos das meninas, quando as coisas ficaram difíceis, eu abandonei tudo. Eu as entreguei para eles, como pude ser tão idiota?
— Posso ficar aqui com você? — Ivete pergunta se sentando ao meu lado na calçada. — Sua cabeça deve está uma confusão né? Eu fiquei assim também... Pensar que ela se importa tanto conosco que não hesitou em se sacrificar para nós proteger, enquanto lá estava eu, incentivando a filha dela a ter raiva dela, falando que ela não era boa o suficiente para nossa família... Errei feio com ela, julguei ela de todas as formas possíveis... Quando as meninas me disseram o que ela estava fazendo por nós, nossa, eu desabei, a culpa me acertou precisamente... Mas sabe de uma coisa que eu me lembrei? — Ela pergunta me olhando lacrimejada e um sorriso no rosto.
— Do que você se lembrou? — Pergunto a observando.
— Quando ela descobriu o que estava rolando entre a Gabi e eu, ela me puxou para conversar e na época eu não entendi o que ela queria me dizer, mas hoje entendo um pouco... ela me perguntou o que eu faria se no meio de uma ação a Gabi fosse atingida e eu respondi que correria até ela o mais rápido possível para ajudar... ela me disse que se eu fizesse isso estaria colocando a vida dela em mais risco ainda e não só a vida dela com a minha e a de todas as meninas que estivessem comigo... ela disse que nunca devemos abandonar a outra, mas colocar uma acima da outra também não é justo, sempre devemos pensar nas consequências das nossas ações pelo bem de todas e não de uma apenas... ir até a Gabi em um momento desses revelaria a minha posição para os pulas, a posição dela e deixaria as outras meninas em uma desvantagem absurda... eu estaria sacrificando todas pela tentativa de ajudar uma... Somos uma por todas e todas por uma, não podemos agir sozinhas, precisamos pensar em grupo, então não pegue a culpa só para você e nem pense que a perdemos... Ela ta lutando por nós, precisamos nos unir para lutarmos por ela, precisamos de você e sei que consegue se controlar, sei que podemos confiar em você, senão não estaria na nossa família. — Ela diz se levantando e estendendo a mão para mim.
— O que Hells constrói... — Digo aceitando sua mão para me levantar.
— Ninguém destrói. — Todas as meninas dizem e nos puxam para um abraço.
Somos uma família e ninguém vai desistir de ninguém nessa família, mesmo separadas estaremos juntas, não importa qual seja o problema, nós vamos resolver. Não desisti meu amor, ainda vamos ter o nosso feliz para sempre.
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Nem a distância nos separa
FanfictionDentro de uma família, se criam laços, uns mais fortes que outros e o que elas criaram se tornou tão indestrutível que mesmo distantes, uma consegue sentir as emoções da outra. Mesmo que o mundo pareça estar contra, esse laço as uni, as prende. Essa...