Capítulo 99: Uma velha amiga tá no caso

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POV Luna

Os dias passavam lentamente por nossos olhos, parecíamos mais distantes da verdade a cada hora. Como se nossas pesquisas não fossem o suficiente. Todos estavam lutando para desvendar a próxima pista e nada. Estávamos travados ali, presos naquela pequena caixa e nas cores daqueles mapas que aos poucos perdiam o sentido que havíamos encontrado para eles. Me sentia presa em naquele pequeno quarto com ela, porem dessa vez estava sozinha e não haviam portas, janelas ou escadas que me guiassem para longe daquela escuridão.

Já se passaram 3 dias desde que descobrimos que o cometa marcado no mapa é o Halley. Três dias depois daquele sonho bizarro. Três dias sem nenhuma novidade, informação ou qualquer tipo de avanço. Todos pareciam exaustos, mas não fisicamente. Psicologicamente exaustos. Chiara e Lúcio insistiram que podiam ajudar e não consegui mantê-los longe de tudo isso. Também não poderia, a habilidades dos dois é incontestável, principalmente a de Lúcio quando o assunto é computadores ou qualquer dispositivo tecnológico. Priscilão e ele revezam o tempo enfrente a maquina para que assim pudessem descansar enquanto o outro investigava.

Chiara também me surpreendeu com sua força de vontade em ajudar. Se tornou a assistente pessoal de Vanessão em relação aos mapas e durante algumas noites a peguei trenando sozinha técnicas de combate corpo a corpo. Pensei em ajuda-la já que sua única referencia era um tutorial qualquer no Youtube, que não me parecia o mais adequado, e passei a auxilia-la nos treinos. Esses momentos juntas nos ajudavam a colocar a cabeça em ordem, como se tudo a nossa volta não passasse de um terrível pesadelo que por instantes desaparecia de nossas memorias.

Din aos poucos estava superando a morte de Teddy e focando mais na liderança dos meninos. Ele sempre passa aqui para nos passar as informações mais importantes ou simplesmente para ver como estávamos e trazer algo para comermos. Também estamos revezando para que assim todos fiquem cientes do que acontece tanto na casa quanto aqui. Amanhã é meu dia de ficar mais afastada da investigação e vigiar a casa. Segundo os meninos, ainda não aconteceu nada por lá, nenhuma movimentação suspeita ou qualquer sinal de espiões. Eles sumiram no mapa e ainda não conseguimos encontrar seus rastros.

- Mais uma noite mal dormida? – Maju pergunta parada na porta do quarto me observando.

- Meio que isso... a ansiedade não me deixa fechar os olhos por muito tempo. – Digo me levantando da cama.

- Aqui, vai te ajudar a recuperar as energias. – Ela diz colocando uma bandeja de café da manhã em cima de minha cômoda.

- Valeu. – Digo sem muita emoção.

- Tenta comer dessa vez, não quero te ver doente. -Ela diz sorrindo para mim e saindo do quarto.

Me esforço para comer um pão e um pouco de café e vou para o banheiro que havia no quarto tomar um banho, escovar meus dentes e trocar minha roupa. Termino de me arrumar, ajeito meu quarto, recolho as coisas do café e me dirijo até a cozinha onde a maioria de nós estava reunida se organizando para começar mais um dia. As crianças não estavam mais ali devido às aulas e por isso alguns meninos e meninas estavam de vigia nas escolas para garantir a segurança delas.

- Quem vai cuidar das investigações hoje mesmo? – Renata pergunta terminando seu café.

- O Din vai ficar lá enquanto a Luna vai cuidar da segurança da casa por um tempo. – Maju diz enquanto eu lavava as poucas vasilhas que haviam na pia.

- A Priscilão já deve tá lá né? – Isa diz com uma expressão preocupada no rosto.

- Ela não sai daquela sala por nada. – Jhon diz com os olhos fixos na tela de seu celular. – Luna, parece que nossos novos amigos acabam de chegar na cidade.

O vejo vir até mim e me mostrar uma noticia aberta em sua tela. Estavam informando a população que carros do FBI haviam chegado na cidade e logo desapareceram para não levantar nenhuma suspeita. Bem, tarde demais, a mídia não perde uma oportunidade não importa as consequências dessa exposição.

- Parece que uma velha amiga tá no caso. – Digo observando o nome da jornalista responsável pela matéria.

- Embucete? Vocês a conhecem? – Jhon lê em voz alta e as meninas logo o observam.

- É a ex-sogra da Vanessão, uma fofoqueira que já nos deu umas dores de cabeça antigamente. – Maju diz se aproximando para ver a mensagem.

- Então aquela velha tá na cidade, CO-RA-GI. – Vanessão finalmente se manifesta.

- É nessas horas que a mamacita faz falta, ela já estaria caçando essa mulher para resolver toda a confusão que ela já causou pra gente. – Gabi diz com um tom nostálgico nos fazendo sorrir.

- Aquelas duas não podiam se ver que a briga começava, mas até que elas se gostavam, só demonstravam de uma maneira bem estranha. – Ivete diz rindo enquanto comia um pão.

Ficamos alguns minutos relembrando o passado e contanto histórias que os meninos nem desconfiavam que haviam acontecido até que a nostalgia se transforma em uma saudade que já não cabia no peito.

- Já tá na hora de irmos, precisamos continuar o trabalho. – Vanessão diz perdendo aquele tom brincalhão que ela sempre usava. – Ah, antes que eu me esqueça, para você se distrair aqui na casa.

Ela tira aquela caixinha de pandora da bolsa e me entrega.

- Eu não sei a combinação dessa coisa. – Digo tentando recusar quando Din entra na cozinha com algumas sacolas de compras e Vanessão aproveitar para sair dali.

O ajudo com as sacolas deixando a caixa sobre o balcão da cozinha. Só agora consegui perceber o quão vazia a geladeira estava. Terminamos de ajeitar tudo e ele me olha com um sorriso aliviado no rosto.

- Era para eu ter abastecido essa geladeira ontem, mas acabei esquecendo, por sorte quando estava indo pra balada passei enfrente a uma lojinha e me lembrei, falou pouco pra Maju ter um motivo para arrancar minhas orelhas. – Ele diz rindo aliviado se escorando no balcão e percebendo o item ali. – Onde conseguiram essa caixinha?

Ele pergunta com uma expressão curiosa analisando o objeto agora em suas mãos.

- Achamos ela naquele quarto secreto que Cristal tinha em casa, não conseguimos abrir até agora – Digo me escorando ao seu lado.

- Pera um pouco eu conheço essa caixa. – Ele diz e tira o celular do bolso procurando alguma coisa. – Aqui.

Ele me mostra uma foto dos meninos no início da facção e dá um zoom em uma prateleira que havia no bar. Ali estava ela, a caixinha, que estava nos dando tanto trabalho, estava ali em cima da prateleira como um enfeite para o bar dos meninos. Isso só pode ser uma piada.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora