Capítulo 12: Desrespeito aqui não

969 55 34
                                    

POV Cristal

Luna se aproxima, com uma mão segura meu rosto e coloca a outra em minha nuca. Ela faz com que me perca naquela imensidão verde.

— Não sabia que você ficava tão vermelha só de me ver. — Luna diz no meu ouvido com uma voz grossa e dá um beijo no meu pescoço. 

Sinto meu corpo arrepiar e solto um suspiro baixo enquanto ela se afastava e ria da minha reação.

— Idiota. — Respondo constrangida e saio do quarto. — Vamos no meu carro. — Aviso pegando meu carro na garagem e entro no banco do motorista.

Luna entra ao meu lado e vamos para o colégio de Chiara. Assim que chegamos, estaciono na porta do colégio, ela desce e Chiara corre para seus braços chorando.

— O que aconteceu filhota? — Luna pergunta e a abraça preocupada, desço do carro e vou até elas.

— E-eu não quero perder vocês, não quero ter que escolher uma das duas. — Chiara diz soluçando e estende os braços para mim.

— Como assim filha? Você não vai perder ninguém. — Digo a pegando no colo e Luna enxuga suas lágrimas enquanto fazia carinho em seus cabelos loiros. 

Ficamos assim até ela se acalmar, a sento no banco de trás e me abaixo de frente para ela. Luna faz o mesmo e fica do meu lado.

— Filhota, olha para mim, você nunca vai ter que escolher entre sua mamãe Cristal e eu, de onde tirou isso? — Luna pergunta enquanto segurava uma das mãozinhas de Chiara e seguro a outra.

— Foi o menino que te contei ontem. — Ela diz, respira fundo para se acalmar e olha na direção de um menino sentado sozinho na frente do colégio, ele tinha o cabelo castanho escuro curto, magro e era pouco mais alto que Chiara.

— Que menino? — Pergunto sem entender.

— Ontem, quando vim buscar a Chiara, ela me contou que teve uma aula sobre família, ela falou sobre a gente e esse menino olhou feio para ela durante o recreio. — Luna explica.

— Ele te machucou meu amor? — Pergunto com medo dele ter feito algo com minha pequena.

— Não, mas o que ele me falou sim. — Ela responde e limpa o rosto.

— Conta direitinho o que aconteceu? — Luna pergunta.

— Eu estava na cantina, ele se sentou do meu lado e começou a falar que era nojento ter duas mamães, que só podia ter uma mãe e um pai e iria perder às duas se não escolhesse uma. — Ela diz e volta a chorar.

— Não tem nada disso meu amor, nós somos a sua família e o que importa em uma família é o amor. Nada mais importa, a gente sempre vai estar aqui uma para outra, não dê ouvido para o que as pessoas falarem. — Luna diz, enxuga as lágrimas de Chiara e a abraça forte.

Estava fora de mim ao pensar que minha filha teve que ouvir esses desaforos e ninguém fez nada. Provavelmente a viram chorar, ouviram o que o menino disse e não moveram um dedo para fazer o certo. Levanto-me indo na direção da professora que conversava com o garoto e estava de costas para mim. Estava disposta a dar uma lição na mulher por não ter ajudado minha filha e no garoto por tudo que disse a ela. Meu foco estava fixo nos dois e já não me importava com quem mais estivesse a nossa volta quando Luna segura minha cintura. Ela me vira na sua direção e me beija, o beijo era calmo e aos poucos me tranquilizava.

— Calma, sei que quer dá uma surra neles, também quero, mas é só um garotinho mal-educado e sobre a direção do colégio, amanhã vamos vir juntas bem cedo conversar com a diretora e exigir providências sobre o acontecido, perder a cabeça agora não vai resolver nada. — Ela diz assim que afasta nossos lábios e com uma mão acaricia a minha bochecha.

Nem a distância nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora