Capítulo 9

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— Eu tô puto! — Traguei meu cigarro que estava na mão direita, enquanto tinha uma long-neck na mão esquerda, segurando pelo bico. — Eu quero matar o Duff.

— Tá. O cara não pode mais ter uma vida em segredo? — Alan rebateu, como sempre, o chato.

— Não foi isso que ele quis dizer, Alan. — Arthur se exaustou, sem paciência. — Acontece que o Duff mentiu pra gente, uma vez, não sei se você se lembra. — Franziu o cenho. — A gente até chegou a perguntar se ele estava com algum rolo. Você se lembra?

— Eu não lembro nem o que eu comi ontem. Vou ir lá lembrar de Duff e Mel? — Alan revirou os olhos. — E você. — Me encarou. — Está levando a sério demais essa aposta. — Soltou um riso.

— Só porquê eu estou me vestindo como uma delas? — Dei um gole na cerveja. — Sophia não desgruda de mim.

— Você agora é o borboleto dela. — Chay riu.

— Podem fazer as piadas, eu não vou voltar atrás. — Decretei. — Tem muita coisa pra descobrir do Jack, e pra mim, ele já sabe de alguma coisa.

— Como ele vai saber, Micael? — Arthur abriu as mãos. — Ninguém aqui contou pra ele. Aliás, ninguém aqui contou pra ninguém, né? — Observou todos nós, menos Duff que não estava com a gente.

— Eu contei pra minha família, achei justo. — Me rendi. — Agora... Quem garante que ele não contou pra Mel? — Cruzei meus braços e esperei a indignação de Arthur, junto de Alan e Chay, que cerrou os dentes, imaginando.

— Ele foi filho da puta se contou. — Chay soltou, encarando o chão. — Mas também a gente não pode julgar o cara sem saber, não?

— Homem faz qualquer coisa por boceta. — Encarei Chay, soltando.

— Faz mesmo! Não vê o Micael? — Arthur disse e os dois gargalharam. Mostrei a língua.

— Onde você quer chegar com isso, Arthur? — Segurei meu riso.

— Eu quero chegar aonde você se deixa levar na aposta e se apaixona pela Sophia, vivendo felizes para sempre. — Fez uma dancinha patética. — Tô errado?

— Erradíssimo! — Entrei no personagem um pouco, os fazendo rir.

— Mas e aí? Ela é chata mesmo? — Alan se escorou no braço do sofá, me encarando.

— Ela só precisa saber mais das coisas. — Soltei a fumaça do cigarro. — Sophia é bem mimada em relação à pessoas.

— Também, ela filha do Abrahão mais cobiçado de Nova Iorque. O cara tem uma grana que não é dele! — Chay assentiu, nos avisando.

— Ela precisa mudar alguns hábitos, nada demais. — Fiquei pensativo, apagando o meu cigarro.

Meu celular vibrou no bolso da bermuda, me tirando do transe. O número desconhecido apareceu na tela e eu não fazia a menor ideia de quem fosse.

— Alô? — Fui sério.

— BORBOLETO! — A voz estrondeante e alegre de Sophia ecoou do outro lado da linha. — Onde você está? Eu preciso de você aqui!

— Oh, borboleta? — Ah não! — Eu... Eu... — Encarei meus amigos pensando em uma desculpa, mas todos riam baixinho. — Eu vim ao mercado, borboleta. Por que? Você está passando mal?

— Eu estou fazendo um SPA Night com direito à espumante e morangos. — Imaginei a cena. — Você poderia vir aqui e então... Podemos fazer juntos!

— O que podemos fazer juntos? — Franzi minhas sobrancelhas.

— O SPA Night, bobinho. — Ela riu leve. — E então? Você vem?

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