Capítulo 133

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— Ei! — Minha mãe me chamou. Estava comendo a sua ceia que haviam trago no quarto do hospital. Lidiane havia ido embora com a Tia Eve, e meu pai havia ido ao mercado perto do hospital onde estávamos. Fiquei com Nick no colo enquanto ela comia. — Eu não gosto de ver você assim.

— Assim como?

— Triste. — E era verdade. — Você pelo menos tentou conversar com ela?

— Ela conheceu um cara, mãe. — Soltei, meio triste. — E eu não vou mais interferir na vida da Sophia, já conversei com o pai dela também.

— E vai deixar a menina ir como se fosse um pedaço de papel? — Ela ficou horrorizada.

— E tem outra opção? — Levantei os meus ombros.

— Eu acho que você deveria deixar de lado a sua capa de super herói e começar a agir. — Minha mãe tinha os seus momentos, mas todas as suas ideias eram boas.

— Tá. E o que eu devo fazer?

— Você ama mesmo ela?

— Amo.

— De verdade?

— Super de verdade, mãe. Não preciso nem explicar isso. — Pensei, querendo Sophia de volta pra mim. — Pena que ela não acha o mesmo.

— Pede ela em casamento.

Eu paralisei por cinco segundos.

— C-casamento? — Balbuciei. Se eu estivesse de pé, Nick já tinha caído dos meus braços.

— É! Um casamento com tudo que se pode ter em um casamento. — Minha mãe sorriu. — Você está trabalhando, morando sozinho, sua situação financeira melhorou bastante... Pra quê ficar sofrendo?

— E a minha faculdade?

— Você faz depois, simples.

— E a ida da Sophia pra Harvard? Eu não posso impedir ela.

— E ela pode casar com você e ir pra Harvard depois, fim dos problemas. — Minha mãe achava um jeito pra tudo. — Filho, você não pode esperar que o mundo faça algo por você.

— Eu sei, mãe.

— Então por que você não começa a reagir? — Isso era inexplicável pra todo mundo. — Eu e seu pai nos casamos bem jovens, a gente passou por cima de todo mundo pra ficar juntos. Ele fez faculdade quando você tinha quatro anos, ninguém impediu o sonho dele. — Contou. — Não vamos impedir o seu sonho também!

— Mas acontece que naquela época era tudo mais fácil, né? — Rolei os meus olhos, pensando que aquilo não daria certo.

— Nem tudo! Eu sempre amei o seu pai. Vocês são a prova viva disso. — Suspirou. — Por favor, meu amor. Pense com carinho, faça o que o seu coração mandar.

— É muita loucura eu me casar aos dezessete anos, mãe. — Achei graça.

— Que daqui a alguns dias vai fazer dezoito. Alguma diferença nisso?

— Nenhuma.

— Então Micael, para de arrumar desculpa e vai atrás dela! — Amava o jeito doente que ela me incentivava. É por isso que a minha mãe conquistava tudo que ela queria.

— Eu ainda vou pensar no caso, é muita coisa pra fazer por impulso.

— Se você ainda vai pensar é porque tem gente nova na área. — Me fitou. — Eu conheço?

— Não tem ninguém na área, mãe.

— Por acaso não é aquela menina que...

— Não, eu não estou transando com a Yanna. — Respondi pela milésima vez. — Ela é só mais uma amiga em comum, nada demais.

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