Tinha tomado um chá de cadeira dentro daquela loja, mais uma vez. Sophia morreu dentro do provador, e eu estava do lado de fora, como um cachorrinho abandonado esperando ela sair e me mostrar como ficou a peça em seu corpo. Meu tédio foi tanto que eu acabei com a garrafa de café, oferecida dentro do estabelecimento para os namorados e maridos das clientes. Confesso, eu queria ser um namorado mas estava mais pra bibelô dos Abrahão. Segurando diversas sacolas de marcas.— Borboleto? — Sophia me chamou antes de abrir a cortina do provador. — O que você acha dessa?
Puta que me pariu!
Que corpo! Que corpo!
Sophia abusou três mil vezes ao colocar aquele minúsculo biquíni que caiu perfeitamente em seu corpo. Os seios, bunda, quadril, abdômen... Parece que foram desenhados de tanta perfeição. Eu estava passando mal sentado naquela cadeira.
Eu queria tanto rasgar aquele biquininho que custaria um rim.— Eu... Eu... Eu... Eu... — Travei. — Você tá tão sexy, borboleta. — Meus olhos estavam vidrados em seu corpo.
— Nossa, você tá me dando medo com essa voz sedutora. — Ela riu. — Eu achei um pouco... Justo demais.
— Eu achei perfeito! Você é perfeita! — Eu tinha que controlar a minha língua.
Sophia me encarou sorrindo. Voltou a se observar pelo espelho. Deus tem os seus preferidos e o nome dela era Sophia.
— Eu vou levar. — Fechou novamente a cortina. — Você pode me ajudar, Borboleto? — Aí meu Deus!
Entrei dentro do minúsculo provador com Sophia, sentindo a quentura de seu corpo sob o meu. Eu também estava quente, de nervoso e tesão! Ajudei ela a retirar a parte de cima, que estava bem fixa com um lacinho perfeitamente amarrado, enquanto Sophia segurava os próprios seios ainda com a peça no corpo. Toquei sua nuca, sentindo sua pele se arrepiar.
— Pronto. — Silabei.
— Obrigada. — Se virou, ficou fixada em meus olhos. — Você pode... Sair?
— Você deveria perder a vergonha, borboleta. — Eu não sabia mais o que estava falando.
— Eu sei. — E nem ela. — Vamos ir... Com calma. — Assentiu, tocando o meu rosto. — Precisamos ir, já é tarde! — Cortou o clima, me fazendo sair do provador e esperar novamente na poltrona.
Já tinha anoitecido quando chegamos na casa. Jack estava assistindo um jogo de futebol na enorme TV, acompanhado de cervejas e frango frito. Sophia se irritou, revirando os olhos.
— Por que demoraram? — Enfiou um pedaço de frango na boca.
— Estava precisando de algumas coisas. — Precisando? Ela já tinha tudo e comprou o shopping inteiro!
— O veadinho também comprou alguma coisa?
— Pra você é Micael! E não, eu não comprei nada. — Me sentei no sofá. — Só fiz companhia à borboleta. — Cruzei minhas pernas.
— Eu fiquei que nem um retardado esperando por vocês. — Soltou. — Comprei KFC e algumas cervejas.
— KFC engorda, babe. — Sophia sentou ao seu lado, olhando tristemente o namorado.
Suspirei cansado, me levantando.
— Borboleto? — Ela me observou sair.
— Eu vou subir e tomar um banho. Partiremos amanhã mesmo?
— Por sua culpa, sim. Partiremos. — Jack soltou.
— Menos, Jack. — Sophia interviu. — Vamos amanhã de manhã, no meu jatinho. — Eu tinha que me acostumar com o estilo de vida dessa menina.
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Aposta de Amor
RomanceMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...