Aposta de Amor

Capítulo 169

— Senhora Borges?

Sophia escutou alguém lhe chamar. Ainda estava zonza quando abriu os olhos devagar, se lembrando de onde estava.

— Senhora Borges, está tudo bem?

A mulher perguntou novamente, cautelosa. Sophia sentiu a vista doer quando as luzes invadiram seus olhos. Ela ainda não sabia onde estava.

Mas se deu conta quando começou a acordar. O cheiro de éter, lençóis brancos e aparelhos de última geração disseram que Sophia estava em um hospital.

Como parou ali? Ela também não sabia como.

— Senhora Borges, a senhora sente mais alguma coisa? — A enfermeira estava ao seu lado, tinha uma prancheta em mãos e um aparelho de pressão manual pendurado em seu pescoço.

— Você sabe quem me trouxe? — Sophia forçou os olhos.

Sentiu a boca bastante amarga.

— A ambulância lhe trouxe mas sua irmã está na recepção. — Contou. — Preciso saber se a senhora sente mais alguma coisa ou ainda se sente zonza.

— Eu só estou um pouco... Fraca. — Respirou fundo. — O que aconteceu comigo?

— A senhora teve uma queda de pressão bem forte! Ficou por pelo menos vinte minutos desacordada. — Sophia se chocou, ainda se recuperando. — Mas é bastante normal durante os primeiros dias, geralmente as mulheres ocorrem os desmaios até o segundo semestre.

Sophia não entendeu o que a enfermeira estava explicando.

— Como? — Franziu o cenho.

— A senhora já começou a fazer o pré-natal? — A enfermeira encarou a prancheta, lendo a ficha de Sophia.

Ela ainda não havia entendido.

— Pré-natal? Do que você está falando? — Sophia estava muito confusa.

— Senhora Borges, a senhora está grávida! — A enfermeira contou. — Está de duas semanas. O bebê é saudável e bastante forte! Recomendo que procure uma obstetra de sua preferência para começar o pré-natal e ter todas as recomendações.

Sophia paralisou por minutos. Foi como se seu corpo saísse dali e gritasse para quem quisesse ouvir. Estava grávida! Havia conseguido! Uma vitória!

Sentiu a garganta dar um nó e os olhos marejarem. Estava chorando quando a enfermeira alisou suas mãos. Para ela, aquilo foi uma grande conquista.

Em meio ao caos do pré-divorcio, Sophia estava grávida!

— Isso é... Que maravilha, meu Deus! — Sorriu enquanto chorava. — Aí meu Deus! — Soluçou.

— A senhora tem algum contato em que eu possa ligar para virem lhe buscar?

Sophia gelou por segundos. Não tinha coragem pra contar à Micael. Não ainda.

— É... Eu não sei. — Pensou.

— Podemos ligar ao marido da senhora. Que tal?

— Melhor não. Eu sou... Divorciada. — Rolou os olhos. — Quando eu terei alta?

— Assim que alguém vir lhe buscar! Não podemos deixar a senhora sair daqui com uma menor, que no caso, é a sua irmã. — Explicou.

Sophia pensou novamente.

— Pode ligar ao meu pai? — Sua única opção.

Renato adentrou ao hospital na procura de Sophia. Estava preocupado quando a viu ao lado de Mia, ainda se recuperando. Abraçou Sophia querendo saber de tudo.