Capítulo 61

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Nova Iorque.
13:38 PM.

Fui escoltado por dois seguranças de Renato, que me deixaram em casa, com todas as minhas malas. Não vi Sophia e nem tive mais notícias da mesma quando cheguei. Minha mãe ficou surpresa ao me ver, não esperava eu chegar tão cedo da viagem.

— Filho? — Sua sobrancelha arqueou. — Você não ia ficar mais dias?

— Aconteceu um imprevisto. — Chamado Renato Abrahão, o demônio em pessoa.

— Você brigou com ela?

— Não! Mas também não quero falar sobre isso. — Levei as malas até as escadas. — O papai tá ai?

— Seu pai tá no quarto, assistindo os Lakers. — Respondeu doce. — Eu te conheço, meu amor! Vocês brigaram? Alguém apareceu de imediato?

— Ninguém apareceu mãe e também não brigamos. — Menti. — Será que alguém pode me ajudar com essas malas? Estão pesadas. — Reclamei.

Minha mãe veio até a segunda mala mas eu fiz ela parar.

— Você não! Está grávida, ou se esqueceu? — Fui grosso com a minha mãe porque estava puto de raiva. Eu sabia que ela não tinha culpa de nada, mas, minha mãe as vezes me enchia o saco.

E eu sabia que era totalmente pro meu bem.

— Desculpa. — Abracei ela que assentiu.

— Não está mais aqui quem falou. — Rendeu as mãos.

Minha irmã desceu como um furacão, tinha os fones de ouvido consigo e estava... Chorando?

— Meu bebê! O que aconteceu? — Incrível como a minha mãe se preocupava com todo mundo.

E nem era os hormônios da gravidez.

— Eu terminei com o Lucas. — Secou as lágrimas restantes.

Não era um dia bom pra minha irmã também. Estávamos fodidos e sofrendo de amor!

— Oh, meu amor. E por que? — Minha mãe abraçou Lidiane, levando ela até o sofá.

Eu não fiquei interessado em saber o final dessa história, eu queria fazer alguma coisa em relação ao Renato, saber de mais coisas, fugir com Sophia.

A proposta de Branca estava ficando mais clara o possível.

Desfiz minha mala com todo o ódio possível, mandei mensagens à Sophia que não respondeu nenhuma. Liguei pra Alan no final da tarde, dizendo tudo o que tinha acontecido mas o mesmo não pôde me ajudar.

Eu literalmente estava fodido.

Dois dias depois.

Voltar pro colégio sem Sophia era como tomar um sorvete preferido sem a cobertura. Parecia brega mas era a verdade. Ela faltou os últimos dois dias, Jack estava comparecendo mas eu não tive saco de ir até ele, confronta-lo e perguntar por onde Sophia andava.
Eu estava na pior! Treinava depois das aulas, ia pra casa, estudava alguns conteúdos para as provas finais... Fora isso? Não fazia mais nada.

E estava altamente preocupado com Sophia, que me deixou de dar notícias desde que saímos de Fiji.

— A gente tava pensando em comer uma pizza amanhã. — Duff deu uma ideia enquanto saímos do colégio. — Quem aí topa?

— Você e quem estava pensando em comer uma pizza amanhã? — Arthur rebateu.

— Eu e a Mel.

— Aaaah, e a gente fica de vela? — Chay chiou, não gostando da ideia.

— Não é sobre ficar de vela, é sobre ir e espairecer a cabeça. — Duff levantou os ombros, um pouco aliviado.

— Pode ir comer a sua pizza em paz! A gente vai ficar em casa batendo punheta. — Arthur soltou e todos riram, menos eu. — Qual foi, Micael? O gato comeu a sua língua? Ou melhor, a borboleta. — Todos riram de novo.

— Ha-ha-ha, que engraçado! Quer um troféu? — Revirei meus olhos. — Duff, eu preciso conversar com você. — Parei ele que não entendeu.

— Tudo bem, então... A gente vai nessa! — Chay suspirou cansado, apertando a alça da mochila, se despedindo de todos. — Partida de FIFA hoje à noite?

— Se minhas bolas estiverem inchadas... Não! — Arthur respondeu de mau humor, andando até o seu carro.

Os dois foram embora em seus respectivos carros. Fiquei com Duff no estacionamento, soltando uma sequência de perguntas como um detetive curioso.

— Aconteceu alguma coisa, cara?

— Eu preciso que você me leve até a casa da Sophia. No carro da Mel, no caminhão de lixo se por preciso, qualquer coisa. — Estava desesperado! — Eu preciso ver ela!

— Tá mas... Você sabe que as duas não se falam mais, né?

— O QUE? — Fiquei mais desesperado ainda. — Como assim, Duff? Porra! As duas são do clã, elas não podem parar de se falar.

— Calma, cara! É que desde que você roubou a Sophia com esse negócio de veado, a Mel virou escanteio. — Duff suspirou. — Acho que o clã vai se separar, até o ano que vem.

— Que se foda o clã, eu preciso mesmo falar com a Sophia. É urgente!

— E por que você não vai na casa dela? — Perguntou óbvio.

Por que o Duff era daquele jeito, hein?

— É uma longa história mas eu não vou contar pra você porque você é fofoqueiro. — Soltei. — E então? Tem certeza mesmo que a Mel não pode me levar até lá?

— Ah, Micael... Sei não. — Duff não gostou muito de ser chamado de fofoqueiro. — A única coisa que eu sei é que as duas não se falam mais!

— Tá bom. — Tinha que pensar em outro plano. — Valeu mesmo assim! Você quer uma carona?

— Não, meu carro ainda tem gasolina. — Foi irônico. — E como você mesmo disse, eu sou... Fofoqueiro.

— Duff, nem adianta. Eu não vou falar pra você o que aconteceu comigo e com a Sophia. Ninguém pode saber! E já conhecemos o seu histórico de fofoqueiro, não é mesmo?

— Tudo bem, não tá mais aqui quem falou. — Deu às costas e saiu. — Tchau e até amanhã, se eu não morrer.

— Cruzes, Duff. — Neguei com a cabeça e vi ele entrar em seu carro, saindo em uma arrancada.

Estava perto do meu carro quando decidi ligar à Alan, que chiou por ser a décima ligação só naquele mesmo dia. Tranquei as portas e mudei o viva voz para o câmbio do carro, dirigindo tranquilamente.

— Alan? — O chamei. — Está na escuta?

— Como não estar com você me ligando de quinze em quinze minutos.

— Você está incomodado? Porque eu não!

— O que você quer agora, Borges?

— Eu tive uma ideia, maluca, mas mesmo assim uma ideia.

— Oh meu Deus! Que ideia mirabolante você teve agora, hein?

— Você já vai saber! — Dei meu riso maléfico, trocando o caminho para a casa de Alan.

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