Nova Iorque.
13:38 PM.Fui escoltado por dois seguranças de Renato, que me deixaram em casa, com todas as minhas malas. Não vi Sophia e nem tive mais notícias da mesma quando cheguei. Minha mãe ficou surpresa ao me ver, não esperava eu chegar tão cedo da viagem.
— Filho? — Sua sobrancelha arqueou. — Você não ia ficar mais dias?
— Aconteceu um imprevisto. — Chamado Renato Abrahão, o demônio em pessoa.
— Você brigou com ela?
— Não! Mas também não quero falar sobre isso. — Levei as malas até as escadas. — O papai tá ai?
— Seu pai tá no quarto, assistindo os Lakers. — Respondeu doce. — Eu te conheço, meu amor! Vocês brigaram? Alguém apareceu de imediato?
— Ninguém apareceu mãe e também não brigamos. — Menti. — Será que alguém pode me ajudar com essas malas? Estão pesadas. — Reclamei.
Minha mãe veio até a segunda mala mas eu fiz ela parar.
— Você não! Está grávida, ou se esqueceu? — Fui grosso com a minha mãe porque estava puto de raiva. Eu sabia que ela não tinha culpa de nada, mas, minha mãe as vezes me enchia o saco.
E eu sabia que era totalmente pro meu bem.
— Desculpa. — Abracei ela que assentiu.
— Não está mais aqui quem falou. — Rendeu as mãos.
Minha irmã desceu como um furacão, tinha os fones de ouvido consigo e estava... Chorando?
— Meu bebê! O que aconteceu? — Incrível como a minha mãe se preocupava com todo mundo.
E nem era os hormônios da gravidez.
— Eu terminei com o Lucas. — Secou as lágrimas restantes.
Não era um dia bom pra minha irmã também. Estávamos fodidos e sofrendo de amor!
— Oh, meu amor. E por que? — Minha mãe abraçou Lidiane, levando ela até o sofá.
Eu não fiquei interessado em saber o final dessa história, eu queria fazer alguma coisa em relação ao Renato, saber de mais coisas, fugir com Sophia.
A proposta de Branca estava ficando mais clara o possível.
Desfiz minha mala com todo o ódio possível, mandei mensagens à Sophia que não respondeu nenhuma. Liguei pra Alan no final da tarde, dizendo tudo o que tinha acontecido mas o mesmo não pôde me ajudar.
Eu literalmente estava fodido.
Dois dias depois.
Voltar pro colégio sem Sophia era como tomar um sorvete preferido sem a cobertura. Parecia brega mas era a verdade. Ela faltou os últimos dois dias, Jack estava comparecendo mas eu não tive saco de ir até ele, confronta-lo e perguntar por onde Sophia andava.
Eu estava na pior! Treinava depois das aulas, ia pra casa, estudava alguns conteúdos para as provas finais... Fora isso? Não fazia mais nada.E estava altamente preocupado com Sophia, que me deixou de dar notícias desde que saímos de Fiji.
— A gente tava pensando em comer uma pizza amanhã. — Duff deu uma ideia enquanto saímos do colégio. — Quem aí topa?
— Você e quem estava pensando em comer uma pizza amanhã? — Arthur rebateu.
— Eu e a Mel.
— Aaaah, e a gente fica de vela? — Chay chiou, não gostando da ideia.
— Não é sobre ficar de vela, é sobre ir e espairecer a cabeça. — Duff levantou os ombros, um pouco aliviado.
— Pode ir comer a sua pizza em paz! A gente vai ficar em casa batendo punheta. — Arthur soltou e todos riram, menos eu. — Qual foi, Micael? O gato comeu a sua língua? Ou melhor, a borboleta. — Todos riram de novo.
— Ha-ha-ha, que engraçado! Quer um troféu? — Revirei meus olhos. — Duff, eu preciso conversar com você. — Parei ele que não entendeu.
— Tudo bem, então... A gente vai nessa! — Chay suspirou cansado, apertando a alça da mochila, se despedindo de todos. — Partida de FIFA hoje à noite?
— Se minhas bolas estiverem inchadas... Não! — Arthur respondeu de mau humor, andando até o seu carro.
Os dois foram embora em seus respectivos carros. Fiquei com Duff no estacionamento, soltando uma sequência de perguntas como um detetive curioso.
— Aconteceu alguma coisa, cara?
— Eu preciso que você me leve até a casa da Sophia. No carro da Mel, no caminhão de lixo se por preciso, qualquer coisa. — Estava desesperado! — Eu preciso ver ela!
— Tá mas... Você sabe que as duas não se falam mais, né?
— O QUE? — Fiquei mais desesperado ainda. — Como assim, Duff? Porra! As duas são do clã, elas não podem parar de se falar.
— Calma, cara! É que desde que você roubou a Sophia com esse negócio de veado, a Mel virou escanteio. — Duff suspirou. — Acho que o clã vai se separar, até o ano que vem.
— Que se foda o clã, eu preciso mesmo falar com a Sophia. É urgente!
— E por que você não vai na casa dela? — Perguntou óbvio.
Por que o Duff era daquele jeito, hein?
— É uma longa história mas eu não vou contar pra você porque você é fofoqueiro. — Soltei. — E então? Tem certeza mesmo que a Mel não pode me levar até lá?
— Ah, Micael... Sei não. — Duff não gostou muito de ser chamado de fofoqueiro. — A única coisa que eu sei é que as duas não se falam mais!
— Tá bom. — Tinha que pensar em outro plano. — Valeu mesmo assim! Você quer uma carona?
— Não, meu carro ainda tem gasolina. — Foi irônico. — E como você mesmo disse, eu sou... Fofoqueiro.
— Duff, nem adianta. Eu não vou falar pra você o que aconteceu comigo e com a Sophia. Ninguém pode saber! E já conhecemos o seu histórico de fofoqueiro, não é mesmo?
— Tudo bem, não tá mais aqui quem falou. — Deu às costas e saiu. — Tchau e até amanhã, se eu não morrer.
— Cruzes, Duff. — Neguei com a cabeça e vi ele entrar em seu carro, saindo em uma arrancada.
Estava perto do meu carro quando decidi ligar à Alan, que chiou por ser a décima ligação só naquele mesmo dia. Tranquei as portas e mudei o viva voz para o câmbio do carro, dirigindo tranquilamente.
— Alan? — O chamei. — Está na escuta?
— Como não estar com você me ligando de quinze em quinze minutos.
— Você está incomodado? Porque eu não!
— O que você quer agora, Borges?
— Eu tive uma ideia, maluca, mas mesmo assim uma ideia.
— Oh meu Deus! Que ideia mirabolante você teve agora, hein?
— Você já vai saber! — Dei meu riso maléfico, trocando o caminho para a casa de Alan.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aposta de Amor
RomanceMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...