Capítulo 24

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Tínhamos feito a nossa reunião do clubinho, na garagem do Arthur, como fazíamos. Todos estavam presente, já que, havia pedido por mensagem, citando algo importante para dizer.

Hoje eu tiraria a limpo todas as falcatruas e mentiras do Duff.

— Finalmente o Borboleto apareceu. — Chay ria leve, pegando uma poltrona velha pra se sentar.

— Ele tava viajando com a borboleta dele. — Duff continuou.

— Graças a Deus você deu um tempinho pra gente. — Arthur soltou, se apoiando nas costas da cadeira em que estava sentado. — Mas e aí? Conseguiu alguma coisa?

— A única coisa que eu consegui descobrir foi que o Duff quebrou o nosso pacto de sangue. — Todos olharam para o mesmo, que ficou surpreso.

Fodeu, moleque!

— Eu não quebrei nada. — Se levantou, defendendo-se. — Na verdade, eu não fiz nada.

— Você tá saindo com a Mel, Duff. Não adianta mentir. — Alan falou mais alto, revelando à todos. — Você tava transando com ela quando fizemos o pacto.

— E como vocês descobriram isso? — Duff cruzou os braços, esperando pela resposta que lhe matou de uma vez.

— A própria Mel contou pra Sophia, que me contou. Eu agora sou o melhor amigo dela, esqueceu? — Dei um risinho, saindo por cima.

— Ela me prometeu segredo. — Duff rebateu.

— Acontece que você mentiu pra gente, quebrou o pacto e ainda por cima tava mandando informação daqui pra ela. — Gesticulei. — Qual foi, Duff? Ficou maluco?

— Você ficou maluco, Micael! Só você tá caindo nessa merda de se vingar do Jack. Que porra o Jack fez pra você? É inveja dele que você tem?

— Inveja? Eu? O Jack não é esse mar de rosas que todo mundo pensa. Eu tô convivendo com a peça, sei muito bem do que ele é capaz! — Esbraveci.

— Beleza, e qual é o seu próximo passo? — Duff rebateu. — Você vai comer a Sophia pra se vingar de qualquer merda que ele fez pra você? Como vai ser? Você vai contar pra ela o seu pacto de merda pra conseguir mil dólares para ajudar a mamãe?

Não me contive quando corri até Duff, juntando o moinho do meu corpo contra o dele, lhe batendo. Arthur e Alan me seguraram, já que estava nervoso.

— ME SOLTA. — Me debati.

— FICOU MALUCO, MICAEL? — Duff questionou. — Essa merda toda de aposta não ia dar certo. Eu já sabia!

— E por que você topou em fazer?

— Eu topei porque você odeia perder. Fez isso pra calar a nossa boca, mas tô vendo que não tá dando certo. Você tá apaixonado pela Sophia, é isso que tá acontecendo! — Cuspiu as palavras de uma vez, ofegante.

Todos ficaram em silêncio, me encarando como se eu fosse um objeto caro.

— Procede isso, Micael? — Chay me perguntou, um pouco aflito.

— Eu não tô apaixonado por ela. Isso é mentira! — O que eu tava falando era mentira, isso sim. — O Duff tá querendo desfocar a atenção dele.

— Atenção? Foi você quem disse tudo! Eu gosto da Mel, a gente tem um lance. — Duff se explicou. — E eu não vou deixar de sair com ela por causa de você.

— Faz o que você quiser, Duff. Mas nunca mais me coloque nessa cilada de aposta do cacete. — Fechei meu punho e cerrei meus dentes. Eu queria bater em alguém!

— Já que você tá soltando todos os segredos hoje, porquê não conta pro pessoal o contrato que você assinou com o Renato? — Duff soltou, confiante. Recebi mais olhares curiosos.

Tá. Quem foi o filho da puta que descobriu?

— Isso aqui tá melhor que novela das nove. — Chay esfregou as mãos.

— Que porra você fez, Micael? — Alan franziu o cenho.

— Conta, Micael! Contra pra eles que você teve uma reuniãozinha particular com o Abrahão de poder. — Duff mostrou os dentes. Eu me irritei fácil, querendo partir pra cima de novo.

— O pai da Sophia ficou sabendo da aposta porque o idiota aí contou tudo pra Mel. — Apontei para o Duff. — Ele me chamou pra conversar e eu assinei um contrato, no valor de oitocentos mil dólares.

— OITOCENTOS MIL DÓLARES? — Arthur quase se engasgou. — PUTA QUE PARIU! QUE CONTRATO É ESSE?

— Eu sou tipo um guarda-costas da Sophia. Eu tenho que atingir ao máximo o limite de tempo dela, e não deixar que ela faça besteira de adolescente.

— Sério, pra mim já chega. — Alan rendeu as mãos. — Você era inteligente pra mim, Micael. Tô vendo que não mais!

— O que eu podia fazer? Eu preciso da grana, eu preciso sair de casa ainda mais agora que a minha mãe tá grávida.

— SUA MÃE TÁ GRÁVIDA? — Chay se surpreendeu. — Cara, isso aqui tá muito doido!

— E você aceitou assinar um cheque com um homem de poder feito o Abrahão? — Alan estava incrédulo com aquilo. — Eu não consigo entender você.

— Eu tive que assinar, Alan. A grana é boa!

— E se você perder, o que acontece? — Esbraveceu, esperando.

— Ele acaba comigo. — Soltei. — Ele vai deixar a minha família na merda, meu pai na merda, eu na merda... Enfim, todo mundo. — Cocei meu maxilar, em transe.

Alan esfregou o rosto com as mãos e Arthur ficou em transe, assim como Chay que estava atento em todas as novidades chocantes que havia acontecido.

— E tem uma condição pra esse contrato, não tem? — Alan sabia muito bem o que estava fazendo.

— Tem? — Arthur continuou.

Suspirei.

— Tem sim! — Coloquei as mãos na cintura. — Eu não posso me apaixonar pela Sophia.

Alan bateu palmas, sínico. Chay ficou boquiaberto e Arthur se levantou, andando de um lado para o outro.

— VOCÊ SABE QUE JÁ PERDEU, NÉ? — Alan apontou o dedo pra mim. — VOCÊ JÁ PERDEU! — Repetiu, incrédulo.

— Eu sei que não perdi.

— Perdeu e perdeu feio! — Negou com a cabeça, não acreditando. — Você se fodeu, Micael. Você tinha tudo pra seguir em frente mas se fodeu.

— Eu preciso da grana, Alan. Você diz isso porque tá com a vida ganha, seus pais não tem problemas financeiros.

— E você foi justo se enrascar com o pai da Abrahão? O cara de poder que fode todo mundo em um estalar de dedos?

— Eu precisava de apoio e tô vendo que não ganhei nada vindo aqui. — Busquei a chave do meu carro. — Tô indo nessa!

— Espera aí. — Alan me seguiu, correndo até o lado de fora.

Me forçou a parar.

— Eu achava você inteligente, Micael.

— Eu sou! E chega dessa aposta ridícula com o Duff, chega de estar no mesmo lugar que o Duff. Pra mim já chega! — Decretei. — Se você quiser me detonar, detone. Mas não fique dizendo que eu não vou conseguir.

— E você vai conseguir? Eu deixo essa pergunta pra você.

Fiquei remoendo em como responder.

— Não.

— E por que não?

Respirei fundo e me concentrei.

— Porque eu tô completamente apaixonado pela Sophia.

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