Capítulo 171

112 8 35
                                    



— Como ela está reagindo ao término?

Alan perguntou, em frente ao espelho do motel onde havia alugado duas horas. Tinha uma toalha na cintura e arrumava os cabelos com um gel fortificado.

— Ela está sofrendo. — Mia brincou com a almofada de camurça. Estava nua, deitada de bruços.

— Era isso que eu queria. — Pausou. — Vamos começando por partes até ele desmoronar.

— Você acha que a empresa pode ficar para ele?

— Depende do papel do divórcio. Uma coisa sabemos. — Encarou Mia. — A construção da nova empresa será sua e de Sophia, ele não terá mais ação em nada, já que se divorciou. — Fez aspas com as mãos. — A única coisa que ele vai ter são as empresas Borges, mas não por muito tempo.

— Não aguento mais fingir que estou trabalhando em uma empresa. Eu não preciso trabalhar, eu sou uma Abrahão. — Gargalhou. — E meu pai é um veado que só quer saber de rola.

— Não fale assim dele. Renato foi muito importante para aquela empresa! — Alan voltou para a cama.

Sentou-se na ponta, encarava a menina que tinha um sorriso cúmplice nos lábios.

— Por que Sophia estava no hospital hoje?

— Ela passou mal. — Contou. — Parece que caiu, alguma coisa assim. Eu não liguei muito, aliás, eu nunca liguei pra ela.

— Passou mal?

— É. Ela me ligou na hora que estava morrendo. — Encarou as próprias unhas. — E quando eu cheguei, realmente, pensei que ela estava morta.

— Você brinca com o perigo, não é? — Alan tocou o rosto angelical da menina.

— Eu quero acabar com ela!

— E nós vamos. Mas primeiro eu preciso acabar com o Micael, deixar ele na merda. — Pensou. — Mas não consigo com esse tanto de gente procurando ele.

— Que tanto de gente?

— Um amigo do colegial voltou pra pedir emprego. Arthur Aguiar! — Alan ficou com raiva só de lembrar. — Não posso por o meu plano em prática enquanto ele estiver lá.

— E qual é o seu plano?

Alan engoliu seco.

— Depois que o divórcio sair, vamos acabar de vez com Micael. — Contou. — Eu proporcionei um mapa para abandono de empresa.

— Dá pra você falar como gente normal? — Mia franziu o cenho, se irritando um pouco.

Alan revirou os olhos.

— Micael estará com tudo dividido, certo? A única coisa que ele tem de bens é a empresa. — Mia assentiu. — Eu vou planejar um incêndio bem estruturado, onde pelo menos irá perder tudo que é mais precioso. Ele não vai ter o dinheiro pra conseguir recalcular tudo de volta, entendeu?

Mia achou a ideia brilhante!

— Um incêndio?

— Sim, um incêndio. Mas isso será bem mais pra frente, estamos ocupados com outra coisa no momento. — Alan pensou.

— Vamos acabar com ele!

— Sim, nós vamos!

Alan sorriu cúmplice antes de voltar à beija-la.


Enquanto isso no antigo apartamento dos Borges, quer dizer, no antigo apartamento de Micael... Sophia dormia tranquila, aninhada nos braços do marido, que saiu de fininho para que ela não acordasse. Vestiu-se novamente, calçou os sapatos e escreveu um bilhete para quando ela acordasse. Verificou a esposa mais uma vez, ainda dormindo, sorriu e depositou um beijo em sua testa, indo embora. Já era tarde e como previsto, Sophia não iria o querer quando fosse de manhã.

Aposta de Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora