Capítulo 167

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Era estranho o apartamento sem Micael. Foi o que Sophia pensou, enquanto jantava, sozinha. Remexeu os talheres na salada mas não sentiu um pingo de fome, seu estômago se fechou por completo. Ela não queria fazer mais nada.

— Soph. — Mia apareceu. — Tenho ótimas notícias!

— Ah, oi. — Sorriu forçada. — O que aconteceu?

— Arrumei um emprego! — Disse sorridente.

— Sério? Que... Legal! Aonde conseguiu? — Tentou se interessar na história da irmã.

— Então, eu mandei um currículo em uma empresa agrícola e estavam contratando. — Ainda sorria. — O salário é maravilhoso e tenho certeza que posso subir de cargo por lá.

— Isso é ótimo, Mia. — Sophia não estava feliz.

Mas ela se esforçou muito pra ficar.

— Tem certeza que está tudo bem? — Mia tocou o seu braço.

Sophia se recuou.

— Tenho! Só estou um pouco cansada, hoje o dia foi exaustivo. — Levantou-se.

Ela não tocou em nada que estava no prato.

— Por que não toma um banho de banheira e deita um pouco? — Mia optou.

Mas antes que Sophia pudesse responder, a campainha havia tocado.

— Está esperando alguém? — Sophia perguntou para a irmã.

— Não. — Ela negou.

A mesma foi até à porta. Viu a figura da tia de Micael, esbravecida e sem perder a postura. Entrou com tudo no apartamento.

— Você perdeu a porra do juízo? — Eve cruzou os braços com a bolsa pendurada. Tinha um papel em mãos. — Posso saber o que significa isso?

— Já sei... O Micael contratou você. — Sophia revirou os olhos.

— Sabe que não vou deixar ele fazer essa atrocidade.

— Você não pode mandar nele.

— Eu sou a tia e advogada dele. Eu posso fazer muita coisa, Sophia! — Ela estava realmente brava. — E que divórcio mais horrendo. Você comprou ele pela internet? — Estava horrorizada.

— Quero que respeite o meu divórcio, por favor. — Puxou o papel da mão de Eve.

Mia assistia toda a cena.

— Então é você que é a causadora da discórdia? — Eve apontou para a menina.

— Não meta ela no meio, Eve! — Sophia interviu.

— Ela já está mais que metida, Sophia. — Analisou a menina. — Como você se chama, pequena menina?

— M-mia. — Estava com medo da mulher em sua frente.

— Se me permite, eu gostaria de fazer algumas perguntas à você. — Sentou-se no lugar onde Sophia estava.

Afastou o prato, que ainda seguia cheio do jantar.

— Eve! — Sophia interviu, de novo.

— Micael estava bêbado quando tentou fazer algo com você?

— Sim.

— E como aconteceu? — Eve cruzou as mãos na mesa.

— Eve, já chega! — Sophia interviu, de novo.

— Calada, Sophia. Estou fazendo o meu trabalho! — Advertiu. — Continuando querida, como aconteceu?

— Eu estava na sala e ele veio correndo pra cima de mim. Abriu o meu pijama e me jogou no tapete, começou a me bater e tentou abrir as minhas pernas. — Mentiu. — Foi muito cruel, ainda estou assustada!

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