— Posso saber o que você tá fazendo aqui? — Encarei Sophia com ódio, puto, irritado.— Eu vim falar com o seu amiguinho que está colocando a culpa no meu pai por qualquer coisa. — Fuzilou o Alan com um simples olhar azulado. — E então? Por que você me odeia tanto?
— Fala pra ela, Micael! Fala todo o seu processo de romance pela filha do cara de poder. — Alan começou.
— Alan!
— Fala pra ela! Vamos! — Continuou. — Acho que já tá na hora dela saber da verdade.
— Que verdade? — Sophia nos entreolhou.
— O Alan tá falando merda porque está irritado com você aqui. Já chega, Alan! A gente não tem mais nada pra conversar. — Fiquei no meio da situação.
Sophia deu dois passos na frente de Alan, ficando cara a cara com ele.
— Por que você me odeia? — Perguntou pela milésima vez.
— Porque você é chata e arrogante, assim como o seu pai.
— E por que você odeia tanto o meu pai?
— Porque ele destruiu a porra da minha vida, tá legal? — Alan andou de um lado para o outro, perdendo a cabeça.
Ninguém havia entendido. Eu estava muito confuso!
— A minha irmã trabalhava pro seu pai quando ele fundou aquela empresa em Chicago. Você nem deve se lembrar porque é fútil e não é ligada em nada do que o seu pai é envolvido. — Atacou Sophia com as palavras. — Ela deu o suor dela pra conseguir cada centavo de dinheiro que o seu pai pagava ela, mas não era um simples trabalho. O seu pai mexeu com a minha irmã, ele abusou dela muito antes dele gostar de homem. — Fiquei surpreso e arrasado.
Ninguém sabia dessa história.
— A minha irmã foi atrás da polícia, atrás da mídia e atrás de várias pessoas que pudessem ajudar ela. Foi então que, o seu pai fez o favor de sumir com a minha irmã. Nunca mais sabemos dela, até o óbito aparecer. — Alan estava chorando. — Eu te odeio por você ter nascido, eu te odeio tanto Sophia Abrahão que sou capaz de fazer qualquer coisa pra me vingar daquele traste. — Sophia ficou parada como um móvel sem valor. — Foi por isso que eu usei o Micael pra se vingar por mim. Inventei uma aposta onde ele se fingiria de gay pra conquistar o seu coração!
Meu corpo se gelou.
— O Micael também te odiava, Sophia! Todos nós te odiávamos por você ser fútil. Principalmente o Micael! Ele odiava até o cheiro do seu perfume, você era um assunto ausente nas pautas de fofoca entre nós. — Pausou. — E eu sabia do Jack desde o início, por isso menti pra todo mundo e deixei que o próprio Micael descobrisse pra cair na mídia. Seu pai não vale nada! Seu pai nunca prestou e você é igual à ele, fútil e idiota.
As lágrimas de Sophia caíram e eu não consegui defendê-la. Tarde demais, tudo acabado.
— Isso é verdade? — Ela se virou pra mim, chorando em silêncio. As lágrimas caíram perfeitamente de seu rosto.
— É. — Dei uma pausa dramática. — É verdade sim.
— Você se fingiu de gay só pra se vingar de mim?
— Eu me fingi de gay pra descobrir alguma coisa do Jack, ele me irritava! Eu odeio ele até hoje! Eu não sabia da metade dessa história do Alan. — Me defendi. — E eu não imaginaria que acabaria me apaixonando por você.
Sophia ficou em silêncio, ainda chorando.
— Eu contei todos os meus segredos pra você. Eu abri a minha casa pra você, a minha vida. Você me viu pelada! — Surtou. — Eu te contei coisas que eu jamais contaria para as minhas amigas. EU BRIGUEI COM AS MINHAS AMIGAS POR SUA CAUSA! — Gritou, ainda chorando. — Eu jamais pensaria que você fosse desse tipo, Micael.
— Amor... Eu juro que não era pra ser assim. Eu me apaguei demais à você, por isso eu larguei de mão da aposta pra viver uma vida junto com você. — Cheguei perto de Sophia mas ela recuou. — Eu te amo, Sophia. Eu sou doente por você e faço qualquer coisa pra ter você nos meus braços. Qualquer coisa!
Sophia negou com a cabeça.
— Eu não quero mais olhar pra você. — Encarou o chão. — Duff. — Chamou ele que estava atento na briga. — Será que você pode me levar pra casa? Eu estou nervosa demais pra dirigir.
— Mas é claro, Soph! — Lógico que ele atenderia ao pedido mais inusitado do ano.
— Duff, acho que eles precisam conversar em paz. — Alan chamou Duff que se tremeu por inteiro, estava com medo de apanhar mas Alan foi tranquilo com ele. — Vamos indo. Juro que não vou te bater de novo. — Chamou ele que assentiu, saindo rápido.
Sophia ainda se questionava dentro de vários pensamentos. Eu não julgo ela, também ficaria assim se descobrisse algo desse tipo.
— Eu não tô acreditando que você pôde fazer isso comigo. — Ela estava incrédula. — Você simplesmente me traiu, me fez de objeto. Como você pôde, Micael? Como?
— Eu posso te explicar tudo. — Me rendi. — Eu só preciso que você coopere porque a história é longa.
— Então pode começar a me dizer! — Cruzou os seus braços.
Como eu falaria isso pra ela? Meu Deus...
— Eu estava precisando de grana porque as coisas em casa não estavam indo muito bem, antes da minha mãe engravidar. Foi então que o Alan surgiu uma aposta por trezentos dólares. Eu me fingiria de gay pra atrair a sua amizade e descobrir algum podre do Jack que nos fizesse o odiar mais ainda e de praxe o ameaçar. — Contei. — Mas isso foi mudando quando comecei a me apaixonar por você. Eu me afastei de todos, principalmente do Alan que sempre dizia do seu pai pra mim, que ele faria coisas comigo que ninguém jamais teria coragem. Eu nunca pensei que ele fosse tão cruel à esse nível! Eu também não sabia dessa história que ele nos contou. — Sophia secou suas lágrimas. — Eu larguei mão da aposta porque estava completamente apaixonado por você, e não aguentaria mais esconder isso de ninguém. Isso foi a revolta do Alan e ele simplesmente explodiu.
Sophia ficou em silêncio, ainda secando as suas lágrimas.
— E me fazer de objeto pra uma aposta não tocou o seu coração nem um pouquinho?
— Eu me apaixonei por você, Sophia! — Minha visão embaçou. O nó na garganta veio.
— E eu estou me desapaixonando agora! — Ah não! — Acabou, Micael. Definitivamente acabou.
— Sophia me escuta.
— Eu não quero mais saber de você, pra mim, o que você fez é imperdoável. — Ajuntou suas mãos. — Eu não posso viver com uma pessoa que mentiu pra mim esse tempo todo e me fez objeto de uma aposta. Eu simplesmente não posso, Micael!
— Sophia...
— ACABOU! — Ela se reergueu do seu choro, me deixando.
E meu corpo não se intrometeu em não deixar ela ir embora. Entendo a sua chateação, ela precisava espairecer e entender o que havia acontecido. Ela confiou em mim e eu menti, menti pra salvar a minha própria pele e esqueci os sentimentos da minha namorada. O amor da minha vida era ela!
E eu a perdi.
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Aposta de Amor
RomanceMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...