Capítulo 80

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Fiquei horas na casa de Sophia, tanto que ficamos para um jantar especial de última hora. Renato queria me fuzilar à todo o momento, Branca estava feliz assim como Sophia, e eu... Em uma sinuca de bico equivocada.

Horas mais tarde comemos a sobremesa e Sophia se queixou que estava com sono. Subiu até seu quarto, onde fiz uma horinha com ela e logo em seguida desci novamente, indo até o famoso escritório de Renato.

Os contratos estavam em cima da mesa de madeira maciça.

— Cláusula sete. — O homem de poder revisou algumas folhas. — Pode assinar aqui também. — Me entregou uma caneta de ouro.

— Isso prova que você pode me matar, caso aconteça algo de errado? — Assinei na linha indicada.

— Isso prova que você sempre estará nas minhas mãos. — Encostou o tronco na poltrona de couro. — Eu coloquei algumas coisas do outro contrato nesse, só pra te relembrar.

— Tipo?

— Ainda será o guarda-costas de Sophia.

— Quanta novidade. — Li por cima. — O que seria "Ações intermediadas?".

— Seu curso de empreendedorismo. Você começa na semana que vem!

— Na semana que vem? — Não gostei muito. — Meus treinos, eu não posso deixar os meus treinos.

— Quer administrar uma empresa ou ficar agarrando bolas em um gramado? — Renato me fitou.

Fazia sentido.

— Eu não vou deixar você tocar em uma rocha preciosa sem estudar uma rocha preciosa. Entendeu?

— Perfeitamente. — Devolvi o contrato à ele.

Cruzei minhas mãos.

— A pergunta que não quer calar. — Encarei ele. — Você ainda vai ficar traindo a confiança da Sophia?

— Isso não te interessa.

— Mas você sabe que desse jeito o senhor não vai conquistar nada da sua família, né?

— E você virou o meu advogado pra dizer alguma coisa de útil? Se liga, moleque. — Renato guardou o contrato em uma pasta de couro. — Saiba que você já está em ponto negativo comigo. — Pegou uma latinha estreita de dentro da gaveta. — Charuto? — Me ofereceu.

— Não, obrigado. — Respirei fundo. — E por que eu estou em ponto negativo com você?

— Porque simplesmente faltou no nosso combinado da empresa. — Era verdade! Eu havia me esquecido.

O bolo que Sophia fez me deu um pouco de amnésia.

— Eu posso gravar agora se o senhor quiser. — Me ofereci.

— Melhor deixar pra amanhã. — Fumou o charuto. — Você tem treino depois do colégio?

— Estou livre.

— Então amanhã, na empresa! Deixarei o horário do seu curso em seu e-mail, então, verifique sua caixa de entrada. — Eu cagava pra e-mails. — Logo após, gravamos o vídeo na sala específica que eu tenho.

— Tudo bem. — Fiz menção de levantar mas Renato me parou.

— Onde você pensa que vai?

— É... Dormir? — Fui bem óbvio.

— Eu tenho uma coisa importante pra recapitular, não coloquei no contrato porque não achei necessário.

— Se não achou necessário então porquê é importante? — Arqueei uma sobrancelha.

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