Capítulo 50

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O CAPÍTULO A SEGUIR CONTÉM ESCRITAS SENSÍVEIS.

CARO LEITOR(A). SE VOCÊ FOR SENSÍVEL, FAVOR, PULAR ESTA PARTE!

A casa dos Abrahão estava vazia, como um depósito velho. O cenário ideal pra que Sophia pudesse se libertar do seu feijão, como ela mesmo dizia. Passamos pela sala e subimos as escadas, fazendo o mínimo possível de barulho para que os empregados não especulassem o que estávamos fazendo.

Entramos em seu quarto de Hannah Montana. Sophia retirou a caixa de remédio da bolsa.

— Você pode pegar um copo d'água pra mim? — Me pediu, lendo a bula novamente e retirando um comprimido da cartela.

— Está no frigobar? — Abri o pequeno frigobar rosa, ao lado da sua cama. Achei uma garrafinha d'água pela metade. — Achei! Mas vai ter que ser na garrafinha. — Lhe entreguei.

— Tanto faz. — Sophia colocou o comprimido na língua, trêmula, antes de beber a água com tudo.

O barulho de algo caindo na sua garganta ecoou. Ela se sentiu mexida, estranha, com medo. Sentou-se na beirada da cama, respirando fundo.

— Agora precisa esperar as duas horas. — Me avisou.

— Qualquer coisa você pode me falar. — Beijei sua testa. — Tá se sentindo estranha?

— Por enquanto não. — Encarou os dedos. — Vamos esperar pra ver o que vai dar. — Assenti, dando um abraço de lado em Sophia, esfregando seus braços como uma forma de acolhimento.

Três horas depois.

Sophia estava deitada em um sofá cômodo que havia em seu quarto, assistindo TV, quieta. Optei por ficar deitado na cama, deixando ela um pouco sozinha para se sentir mais livre.

— MICAEL! — Ela me gritou, já agachada no sofá. Segurava sua barriga se queixando de muita dor.

Corri até ela, verificando o que estava acontecendo.

— Vem aqui comigo. — Peguei ela no colo, levando até a sua suíte.

Abri as torneiras da banheira enquanto Sophia se revirava em dores, fazendo caretas e mostrando os dentes, antes de se ajoelhar por inteira no azulejo caro.

— Está doendo muito? — Perguntei, um pouco incomodado de vê-la naquele estado.

— DEMAIS. — Forçou os olhos. — AIIIIIIIIII. ISSO DÓI PRA UM DIABO! — Deitou-se, rolando seu corpo.

Sophia ficou de quatro, porém, agachada, segurando seus joelhos e balançando seu corpo. Fui até suas costas, alisando, tentando tirar sua roupa por inteiro.

— Fica tranquila. — Lhe avisei. — Respira e relaxa! Respira e relaxa! — Pedi que Sophia fizesse mas ela não repetiu. Se espernear de dor foi mais fácil.

— Eu não vou conseguir, Micael. — Respirou fundo. Estava suando frio. — Eu não vou! — Negou.

— Vai sim. — Pausei. — Vem aqui comigo. — Segurei seus braços, tirando Sophia daquela posição e retirando sua roupa.

Posicionei seu corpo dentro da banheira quase cheia e morna. Ela chiou, apertando os lados da cerâmica antes de chorar mais ainda. Eu sabia que estava doendo pra cacete, mas não sabia o quanto. E estava sendo agonizante ver ela sentir dor e não poder fazer absolutamente nada.

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