— Mãe. — Lidiane chamou. — Onde estão os pratos?— Comigo. — Sophia respondeu sorridente após deixar a pilha de pratos em cima da mesa.
Iríamos almoçar em família.
— Por que você queria que eu ajudasse? — Minha irmã se escorou no balcão, encarando minha mãe com deboche. Tinha acabado de chegar!
— Porque você não faz nada. — Minha mãe colocou a travessa com batata gratinada em cima da mesa, ajustou as outras panelas no cookie top.
— O jogo literalmente foi uma aberração. — Meu pai chegou na cozinha.
— Os Caats ganharam? — Separei os talheres.
— Pior que não. — Meu pai buscou uma cerveja na geladeira.
— Vamos comer? Eu tô morta de fome. — Minha mãe bateu as mãos antes de se sentar. Ela literalmente vivia com fome agora, isso quando não almoçava três vezes.
Será que viria três bebês ao invés de um? Misericórdia!
— Você quer suco de acerola ou laranja, amor? — Perguntei à Sophia que se sentou ao meu lado. Seu rosto corou.
— Laranja. — Me encarou séria mas ainda sim queria rir. — Micael. — Disse o meu nome com bastante audácia.
Já havia entendido que estava reagindo pelo apelido fofo. Meus pais não ligavam mais, eles sabiam que eu estava tendo algo com Sophia, só não era assumido.
— Jorge, eu estava mostrando as fotos do Micael criança pra Sophia. — Minha mãe começou.
Lá vai...
— O que você achou, Sophia? Ainda continua a mesma coisa? — Meu pai fez uma piada e Sophia morreu de rir, assim como todo mundo que ria sobre a mesa. Menos eu, é claro.
E meu pai estava se referindo a minha foto pelado, por isso a crise de riso.
— Não deixe a Sophia desconfortável. Ela ainda não se acostumou com a nossa família. — Congelei o meu sorriso, sendo falso até demais.
— Mas vai ter que se acostumar. — Minha mãe sorriu, bebendo um gole do seu suco.
— Sophia, não querendo ser chata mas já sendo. — Lidiane entrou na conversa. — Quando você vai parar de usar as minhas roupas? — Gesticulou. — Já tá chato, você não acha?
— Lidiane! O que é isso? — Minha mãe lhe interviu. — Isso são modos de falar com a Sophia?
— É que toda vez que ela dorme aqui alguma roupa minha vai pra casa dela. — Minha irmã continuava a reclamar.
— E você diz como se a sua roupa fizesse a mínima pra Sophia, né? — Defendi. — Se você visse o tamanho do closet da Sophia, iria parar de falar merda à toa.
— Micael, olha a boca. — Meu pai chamou minha atenção. — E Lidiane, reveja com quem você fala, hein! Sophia é a nossa convidada e estava sem roupas pra usar hoje.
— Se você quiser eu posso tirar depois do almoço. — Sophia soltou, abaixando os ombros e ficando um pouco entristecida. Minha irmã era cuzona demais!
— Não precisa, Sophia. Essa menina faz graça à toa. — Minha mãe estava bastante brava com Lidiane, era notável sua ira na mesa. — Peça desculpa pra ela.
— Por ela usar as minhas roupas? — Eu iria dar um tapa na Lidiane...
— Lidiane, já chega! — Meu pai ficou puto. — Se você falar mais uma vez dessas malditas roupas eu juro que queimo todas. — Bem feito.
Ela ficou em silêncio.
— Você quer fazer alguma faculdade quando acabar o colegial, Sophia? — Minha mãe mudou de assunto, quebrando o clima tenso que Lidiane deixou.
— Ah... — Pensou. — Eu ainda não sei mas acredito que sim, não sei. — Estava confusa.
— Você ainda não sabe o que quer fazer? — Encarei ela.
— Meu pai queria que eu administrasse as empresas, entrando no lugar da minha mãe, que se aposentou no cargo dela, dentro das empresas Abrahão. — Essa eu não sabia. — Só que... Eu realmente não sei, minha vida é basicamente o clã.
— O clã? — Meu pai franziu o cenho.
— São as líderes de torcida, pai. O senhor não se lembra? — Mexi nas minhas batatas.
— Oh, é verdade! — Riu leve. — Alguém quer mais brócolis?
— Eu gostaria, por favor. — Sophia entregou o prato ao meu pai, que lhe serviu.
Almoçamos em harmonia naquela tarde, tirando o fato da Lidiane cagar em uma parte no almoço. Fora isso, tudo deu certo.
Mas Sophia ainda continuava... Estranha.
— Sua mãe é muito engraçada. — Subimos as escadas juntinhos.
— Você gostou dela, né?
— Eu adoro todos eles. Até a sua irmã que me odeia. — Entramos no meu quarto.
— Nem liga pra minha irmã, ela é chata. Adolescente burra e chata. — Sophia sentou no meu colo, nos beijamos em seguida.
Minhas mãos pousaram na sua bunda com aquele minúsculo shortinho jeans. Agradeci por Lidiane usar dois números menores que de Sophia, por ela não ter tanto corpo assim, diferente da loirinha que era magra e avantajada.
— Hummm. — Sophia murmurou com os lábios grudados aos meus. Deitei ela na cama, delicadamente.
Eu queria arrancar aquele shorts que estava me agoniando.
— Eu te amo. — Sussurrei à Sophia que assentiu, enlaçando as pernas na minha cintura, me envolvendo mais contra ela.
— Eu também. Eu... Também. — Arfou. Desci meus beijos até o seu pescoço.
Meu pau começou a latejar.
— QUEM QUER BOLO DA SOPHIA? — Minha mãe entrou com tudo no quarto, me fazendo cair da cama.
Sophia tomou um susto, colocando as mãos no peito e ficando sem graça ao ver a minha mãe, na porta, com o bolo desenformado.
— Micael... Você tá bem? — Sophia me perguntou, me observando no chão.
— Viu só? Eu sabia que você iria se esquecer do bolo. — Minha mãe entrou no quarto, deixando o bolo em cima da minha escrivaninha de estudos. — Micael, por que você está no chão? — Se fez de desentendida.
— Por que será, mãe? — Dei ênfase, irônico.
Me levantei.
— Eu não sei. — Ela levantou os ombros. — Eu vou fingir que não vi nada e muito menos vou pensar em nada. Sou um túmulo que come bolos e está grávida! — Minha mãe ofereceu o primeiro pedaço à Sophia.
— Você deixou a Sophia sem graça, sabia?
— Não sabia. — Deu atenção no bolo. — Quer um pedaço, filho?
Eu odeio a minha família. Sério!
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Aposta de Amor
RomanceMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...