Capítulo 52

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— Eu preciso pensar bastante no assunto. Tudo bem?

— Perfeitamente! No seu tempo, Micael. — Branca assentiu, saindo da mesa.

Respirei fundo e levei o sanduíche até Sophia, que já deveria estar morta de fome, tadinha.

Mas lhe encontrei ao contrário do que eu pensava, assistindo TV e rindo à beça pelo programa que estava passando. Usava uma camisola de seda curtinha, bem confortável.

— Nossa! Onde você estava? — Perguntou, ainda com um sorriso descontraído.

— Eu fui preparar o seu sanduíche, meu amor. — Lhe avisei, entregando o prato à Sophia, que salivou.

— Que delícia, Mica. — Foi como ver a coisa mais gostosa em toda a terra. — Pensei que estivesse preso lá em baixo. — Foi tipo isso!

— Queria deixar tudo perfeito pra você. — Sorrimos.

Fiquei observando Sophia comer, enquanto pensava se aceitaria a proposta de Branca.

— Aconteceu alguma coisa? — Franziu o cenho após me encontrar pensando.

— Hum... Não? — Deixei o clima descontraído.

— Não sei. — Ela me fitou. — Você voltou estranho lá de baixo, parece... Pensativo. — Me observou de novo. — Tem certeza que não quer me contar?

Suspirei, vendo Sophia bastante confusa com seu sanduíche pela metade.

— Vamos conversar sério agora, tudo bem? — Ela assentiu.

Não sabia como começar aquele questionário pra tirar tudo à limpo.

— Por que o seu pai quer que o Jack seja responsável pelas empresas Abrahão?

Sophia mastigou o sanduíche devagar, processando.

— Eu não faço a mínima ideia, Micael. — Realmente, ela não sabia. — Mas por que você quer saber disso agora?

— Porque eu preciso saber, meu amor. — Toquei em seu rosto. — Você não gosta dele, Sophia. Tá na cara! — Comecei a caminhar pelo quarto, confuso. — Você trai ele comigo como se fosse a coisa mais natural do mundo. E sabe o que é pior? Você não consegue me dizer porquê ainda está com ele. — Soltei, vendo que tinha feito merda.

Eu já estava confuso pra caralho com essa situação!

— Eu não posso me separar do Jack, Micael! O meu pai ficaria uma fera se isso acontecesse. E todos os planos dele com o Jack? Imagina você, ficando comigo e meu pai te odiando. Porque ele odeia você!

— Eu quero que o seu pai se foda, Sophia. — Lhe assustei com as palavras. — O que importa pra mim é você e o seu futuro. Você vai ficar trancada com um cara que não faz a mínima pra você?

— Micael, já chega. Tá bom? — Sophia ficou um pouco irritada. — Por que esse questionário todo agora, hein?

— Porque eu gosto de você, Sophia. E tá sendo agonizante viver assim. — Pronto, falei!

O que caralhos estava acontecendo na minha cabeça de merda? O amor faz isso!

— Eu também gosto de você, Micael. — Ela largou o prato, se levantando e andando até mim. — Poxa, você foi o único homem que me ajudou o bastante, que se importou comigo. — Tocou o meu rosto. — Mas você não sabe o que quer, né? — Fez uma careta.

— Como assim?

— Ou você gosta da mesma coisa do que eu, ou você gosta de mulher. — ELA AINDA TINHA DÚVIDAS DISSO? CARALHO! — É difícil entender alguém assim.

— Sophia, tenta entender. — Segurei o seu rosto, foi até engraçado. — Eu. Não. Sou. Gay! Você ainda não conseguiu ver isso, meu amor?

— Eu tinha minhas dúvidas mas... Você pareceu tão confiante, Borboleto. — Ela estava realmente pensativa. — Você é muito confuso!

— Ah, eu? — Eu queria tanto rir mas Sophia me mataria. — Quer saber? Esquece disso tudo! Você precisa comer e se recuperar. — Encaminhei seu corpo de volta à cama, fazendo Sophia terminar o sanduíche e beber o suco de laranja.

Não falamos mais nada sobre aquilo. Fiquei cuidando de Sophia, que terminou de comer e soltou todo o sanduíche com suco, mas logo lembrei que a E.L James falsificada disse que ela teria enjoos e se sentiria estranha depois do processo.

— Você tá melhor? — Sophia estava abraçada comigo, enquanto a água da ducha caía sobre nós.

Já era o quarto banho que ela tomava naquela noite.

— Mais ou menos. — Tombou sua cabeça em meu ombro. — Isso é coisa do remédio?

— É sim! Você lembra o que ela disse?

— Mais ou menos. — Respondeu a mesma coisa.

Ninei Sophia que pediu para sair do banho, se queixando de cansaço, após ter dormido por um longo tempo. Eu sabia que o remédio estava fazendo tudo aquilo, mas, o jeito em como ela estava entregue à mim foi demais. Eu era apaixonado por ela e já tinha dito tudo, mesmo ela ficando confusa em relação à isso.

Nos deitamos juntinhos, enchi Sophia de beijinhos que sorria.

— Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. — Sussurrei em seu ouvido. Sophia sorriu.

— Eu também te amo. — Arregalei meus olhos, bastante surpreso.

Sophia soltou isso antes de se enfiar em meus braços, se posicionando e dormindo de novo.

Eu estava muito feliz. Feliz pra caralho!

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