— Bom dia, Branca. — Micael puxou a cadeira quando chegou lá em baixo. A mesa posta roncou sua barriga.— Bom dia, querido. — Sorriu leve enquanto passava o requeijão em sua torrada. — Sophia ainda não acordou?
— Ainda não. — Se acomodou. — Pode me passar a xícara, por favor? — Apontou para a cerâmica verde e marrom.
— Claro! — Branca o entregou. — O bebê vai ser um tremendo preguiçoso. — Mordeu sua torrada.
— Não sei, eu não tiro a possibilidade de ser... Gêmeos. — Coçou a garganta.
— E qual o problema de ser?
— São gêmeos. — Respondeu um pouco óbvio. — Dois bebês... — Fez uma careta.
— Sophia adoraria ser mãe de dois bebês. — Branca se derreteu. — Imagine só! Uma menina e um menino, mal posso esperar.
— Pois eu não. — Micael ficou sério. — São gêmeos, Branca. Gêmeos! — Despejou o café em sua xícara.
A sogra teve uma pequena crise de riso.
— Aproveitando o momento que Sophia não está com a gente. — Micael cruzou as mãos e encarou a sogra. — Gostaria de falar sobre Mia e Renato.
Branca engoliu seco.
— O que você quer saber?
— Tem certeza mesmo que essa menina é filha do Renato?
— Como eu vou saber, Micael? Ela apareceu do nada, assim como a sexualidade do Renato, que apareceu do nada. — Branca não gostava de entrar no assunto. — A garota se parece com ele?
— Parece com Sophia. — Micael coçou o maxilar. — Mas mesmo assim, ainda acho muito estranho ela aparecer do nada e querer conquistar tudo.
— Dinheiro deixa as pessoas assim!
E Micael sabia muito bem disso.
— Ela destruiu o meu casamento. — Contou para a sogra. — Foi por isso que Sophia pediu o divórcio, por uma coisa que eu não fiz e jamais faria.
— Então está dizendo que a menina está armando pra cima de você? — Branca gesticulou, calculando a visão de Micael.
— Mais ou menos isso. — Bebeu o café. — Só que Sophia não acredita muito!
— Sophia ainda está chateada com tudo que aconteceu. — Branca continuou. — Eu sei a filha que eu tenho. — Fez uma careta.
Sophia desceu as escadas, ainda sonolenta. Tinha um pijama confortável em seu corpo, de frio.
— Por que vocês acordam cedo? — Abraçou Micael de lado.
— Porque estamos descansados! — Branca riu leve.
— Você acordou a mamãe, não foi? — Micael levantou a blusa do pijama de Sophia, sondando o ventre em crescimento. Beijou no mesmo instante. — Eu acordei, papai! Eu estou com fome e quero comer! — Beijou a barriga mais uma vez.
Sophia morreu de amores, assim como Branca.
— Pior que eu estou com fome. — Sophia sentou ao lado do marido. — Mãe, me passa esse pão? — Apontou para a cesta perfeitamente cheia.
— Você tem certeza? — Amedrontou a filha.
— E por que eu não teria? — Pegou a cesta de pão.
— Porque é pão! — Branca complementou. — Eu enjoava muito quando comia massas, ainda mais de manhã.
— Não faz bem ao bebê, amor. — Micael explicou melhor. — Por que não come um mamão? Está fresco! — Deixou a fruta em sua frente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aposta de Amor
RomanceMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...