Capítulo 183

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— Bom dia, Branca. — Micael puxou a cadeira quando chegou lá em baixo. A mesa posta roncou sua barriga.

— Bom dia, querido. — Sorriu leve enquanto passava o requeijão em sua torrada. — Sophia ainda não acordou?

— Ainda não. — Se acomodou. — Pode me passar a xícara, por favor? — Apontou para a cerâmica verde e marrom.

— Claro! — Branca o entregou. — O bebê vai ser um tremendo preguiçoso. — Mordeu sua torrada.

— Não sei, eu não tiro a possibilidade de ser... Gêmeos. — Coçou a garganta.

— E qual o problema de ser?

— São gêmeos. — Respondeu um pouco óbvio. — Dois bebês... — Fez uma careta.

— Sophia adoraria ser mãe de dois bebês. — Branca se derreteu. — Imagine só! Uma menina e um menino, mal posso esperar.

— Pois eu não. — Micael ficou sério. — São gêmeos, Branca. Gêmeos! — Despejou o café em sua xícara.

A sogra teve uma pequena crise de riso.

— Aproveitando o momento que Sophia não está com a gente. — Micael cruzou as mãos e encarou a sogra. — Gostaria de falar sobre Mia e Renato.

Branca engoliu seco.

— O que você quer saber?

— Tem certeza mesmo que essa menina é filha do Renato?

— Como eu vou saber, Micael? Ela apareceu do nada, assim como a sexualidade do Renato, que apareceu do nada. — Branca não gostava de entrar no assunto. — A garota se parece com ele?

— Parece com Sophia. — Micael coçou o maxilar. — Mas mesmo assim, ainda acho muito estranho ela aparecer do nada e querer conquistar tudo.

— Dinheiro deixa as pessoas assim!

E Micael sabia muito bem disso.

— Ela destruiu o meu casamento. — Contou para a sogra. — Foi por isso que Sophia pediu o divórcio, por uma coisa que eu não fiz e jamais faria.

— Então está dizendo que a menina está armando pra cima de você? — Branca gesticulou, calculando a visão de Micael.

— Mais ou menos isso. — Bebeu o café. — Só que Sophia não acredita muito!

— Sophia ainda está chateada com tudo que aconteceu. — Branca continuou. — Eu sei a filha que eu tenho. — Fez uma careta.

Sophia desceu as escadas, ainda sonolenta. Tinha um pijama confortável em seu corpo, de frio.

— Por que vocês acordam cedo? — Abraçou Micael de lado.

— Porque estamos descansados! — Branca riu leve.

— Você acordou a mamãe, não foi? — Micael levantou a blusa do pijama de Sophia, sondando o ventre em crescimento. Beijou no mesmo instante. — Eu acordei, papai! Eu estou com fome e quero comer! — Beijou a barriga mais uma vez.

Sophia morreu de amores, assim como Branca.

— Pior que eu estou com fome. — Sophia sentou ao lado do marido. — Mãe, me passa esse pão? — Apontou para a cesta perfeitamente cheia.

— Você tem certeza? — Amedrontou a filha.

— E por que eu não teria? — Pegou a cesta de pão.

— Porque é pão! — Branca complementou. — Eu enjoava muito quando comia massas, ainda mais de manhã.

— Não faz bem ao bebê, amor. — Micael explicou melhor. — Por que não come um mamão? Está fresco! — Deixou a fruta em sua frente.

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