Capítulo 48

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— Borboleta? — Bati calmo na porta, vendo que Sophia tomava seu banho, sem interrupções. A não ser agora da minha, é claro!

Ela abriu com tudo, já vestida. Usava uma camisa larga minha e estava descalça, com os cabelos úmidos.

— Oi Borboleto. — Sorriu leve, terminando de secar os cabelos.

— Você tá melhor? — Fiquei preocupado. — Ainda tá doendo?

— Foi só um sangramento. Nada demais. — Sophia deu de ombros, caminhando até à cama. — Você pode me emprestar uma cueca? — Foi expontânea, me fazendo sorrir e assentir ao mesmo tempo.

Fui até a cômoda, buscando uma boxer ideal à Sophia que pegou, vestindo rapidamente e deitando na cama, pegando os meus travesseiros.

— Você podia morar aqui comigo, sabia? — Soltei, mais bobo do que nunca.

— Eu? — Ela riu. — Sua mãe iria te matar!

— Claro que não, ela gosta de você. — Me deitei ao seu lado.

— Eu também adoro vocês. Me sinto completamente em casa, mais do que a minha própria casa. — Fiz Sophia dar um riso gostoso, que morreu logo em seguida. — Queria tanto que meus pais fossem legais.

— Ah, mas a sua mãe é legal. — Lhe descontrai.

E era a mais pura verdade! Branca seria uma puta sogra pra mim, sei que me ajudaria em tudo que fosse preciso.

— Ela é legal quando quer. — Sophia fez uma careta. — Mas a sua mãe ganha de mil à zero. — Sorriu em seguida.

E falando na coisa...

— Oi, posso entrar? — Minha mãe colocou a metade da cabeça pra dentro, como sempre fazia.

— Já entrou. — Revirei meus olhos e Sophia riu.

— Atrapalho o casal... Ops, os dois? — Viu Sophia apenas com a minha camisa. Minha mãe não era burra, muito menos idiota.

Sentou-se na minha poltrona giratória, nos observando enquanto sorria amarelo. Ela sempre queria saber o que estava acontecendo em casa, ainda mais sobre o estado que Sophia chegou.

— Tá tudo bem. — Sophia se sentou, cruzando as pernas, como uma dama. — Obrigada por você me acolher. — Sorriu para a minha mãe que fez o mesmo.

— Você está melhor? — Sophia assentiu. — Quer contar o que aconteceu?

Sophia me entreolhou como se fosse um pedido de permissão, apenas abaixei a cabeça e deixei que ela decidisse o que gostaria de ser feito.

— Minha amiga está com um baita problema e eu me prontifiquei bastante. — Sophia mentiu. — Ela é a minha melhor amiga, quase uma irmã.

— E você pode dizer o que aconteceu com ela? Minhas palavras podem ajudar. — Minha mãe se ofereceu.

Mas na verdade estava louca pra saber o que havia acontecido.

— Ela tem um namorado e acabou engravidando, mas não foi por descuido. Simplesmente aconteceu! — Sophia contou, leve, como se realmente alguma de suas amigas estivesse com algum problema.

Mas na verdade era ela quem tinha o problema, e estava crescendo em seu ventre.

— E como simplesmente aconteceu? — Minha mãe tocou sua barriga.

— Acontecendo. — Sophia levantou os ombros. — Mas o pior é que... Ela não quer ter o bebê e vai optar pelo aborto. — Engoliu seco.

Minha mãe ficou incrédula, arregalando os olhos e entreabrindo os lábios carnudos iguais aos meus.

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