Capítulo 13

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— Nossa, Borboleto. Realmente, brigadeiro com pizza é maravilhoso! — Sophia emitiu um som maravilhado, após experimentar um pedaço de pizza com brigadeiro em cima. Não era exatamente isso que eu tinha falado, mas está bom.

Estava massageando os seus pés enquanto Sophia assistia um filme de romance água com açúcar, suas pernas estavam em cima das minhas e seu corpo estirado no meio da cama, junto com as caixas de pizza e a panela de brigadeiro. Eu queria tocar no assunto de seu pai mas preferi o silêncio. Ela estava mal, era nítido.

— Eu disse que era maravilhoso! — Massageei o seu dedão, sorrindo leve.

— Estou com vergonha. — Soltou, ainda de olho na TV.

— Por que, borboleta?

— Pelo tapa que eu recebi. — Sophia virou seu corpo, me encarando. — Fazia tempo que não acontecia isso.

— Ele faz sempre? — Me preocupei.

— Fazia, quando estava de mal humor. — Lembrou. — Acho que ele não gostou muito de você, Borboleto. — Disse triste, mexendo nas azeitonas da pizza.

— Eu não ligo pro que ele pensa de mim. — Deixei bem claro, e não ligava mesmo. — Mas achei errado aquilo ter acontecido. Ele tem ciúmes de você com o Jack?

— Não, ele ama o Jack. — Pausou. — Foi por conta da emoção, eu desafiei ele também. — Aí tinha. — Mas vamos mudar de assunto.

— As meninas sabem que isso acontece? — Sophia arregalou os olhos, sentando rapidamente na cama.

— Micael, você não ouse dizer nada do que aconteceu aqui para elas. Entendeu? — Apontou o indicador em meu rosto, em ameaça. — Se eu souber, você é uma bicha sem pinto! — UAU.

— Tudo bem, tudo bem borboleta. — Rendi minhas mãos. — Eu sou um túmulo de brilho. Não direi nada, não falarei nada e muito menos não verei nada. — Gesticulei minhas mãos, fazendo Sophia rir. — Espero que você fique bem, borboleta.

— Eu já estou bem. — Sophia assentiu, saindo da cama. — Eu vou tomar um banho. Você quer tomar também? — Meu coração gelou. Eu queria tomar banho sim e ela me convidaria? Meu Deus! O pai dela estava no quarto ao lado...

— É... Eu não trouxe roupas, borboleta. — Minha voz embargou só de pensar.

— Jack tem algumas bermudas e camisetas. Eu comprei um pacote de Calvin à ele também, lacrada. — Avisou. — Se você quiser... — Isso era um convite?

— E aonde eu irei tomar banho, borboleta? — Foi como pisar em ovos mas sem os ovos.

— Na suíte, borboleto. — Ela começou a rir. — Eu tenho uma ducha maravilhosa e o vidro do box é embaçado. Não se preocupe! — Aaaaaah... — Enquanto eu tomo o meu terceiro banho de banheira, você pode tomar uma ducha quentinha. — Sophia optou, andando até a sua suíte.

Aquilo ela loucura total! Eu iria tomar banho, com Sophia no mesmo banheiro, nua em uma banheira mas não podia toca-la. Isso me deu uma lembrança absurda, de quando eu tomava banho com as minhas ex-namoradas. Nunca terminávamos o banho... Difícil!

— Esse é pra você, Borboleto. — Me entregou um roupão rosa felpudo. — Você pode se virar, por favor? — Soltou um riso de vergonha.

— Mas por que, borboleta? — Joguei o verde. Quem sabe ela não se soltaria mais e eu dormiria com a imagem de seus peitos na mente, enquanto ficava de pau duro. — Somos tão... Íntimos. — Eu estava adorando esse negócio de fingir-se de gay.

— É que eu nunca fiquei pelada na frente do outro garoto. — Contou, como se fosse o maior segredo de todos os tempos. Eu relevei! Entendia o lado de Sophia, ela não precisava ter vergonha já que era perfeita, mas insegurança com o corpo realmente é algo indiscutível.

— Eu entendo, borboleta. Não faltará oportunidades! — Soltei um risinho maléfico de leve, me virando de frente aos azulejos de sua suíte.

— Se você virar, nunca mais seremos amigos. — Me ameaçou novamente.

— Sou cavalheiro quando quero, borboleta. — Fiz ela rir, Sophia demorou alguns segundos e entrou na banheira. Escutei quando as torneiras foram abertas e seu corpo sendo colocado lá dentro.

— Pode virar. — Me avisou.

Me virei e encarei a mesma na banheira, com espuma até no pescoço. Ela segurava o riso pra não gargalhar e eu automaticamente comecei a rir. Como pode ser tão linda até tomando banho? O que ela tinha visto naquele merda do Jack? Ela podia ser a minha mulher, casaríamos, e eu manteria ela trancada no quarto por vinte e quatro horas, só transando. Faria isso por amor, porque, ela não iria se cansar da minha transa, eu tenho certeza disso!

— Sua vez, Borboleto. — Soltou um risinho, enquanto fechava os olhos.

— Se você abrir, eu não vou ligar. — O que eu estava fazendo? Mas, não tinha vergonha de ficar pelado na frente de outras meninas. Mas Sophia era meiga, como uma princesa. Não queria que ela se assustasse. — Na verdade, eu vou ligar sim.

— Eu vou fechar porque não quero ver o seu pinto tão cedo. — Soltou um risinho, escondendo o rosto com as mãos.

Retirei minha roupa rapidamente e entrei no box grande que havia em sua suíte. A ducha parecia um computador gamer, de tantas telas que tinham. Segui as instruções e a água começou a cair, relaxando o meu corpo por inteiro. Que maravilha! Eu posso morar na casa dela? Meu pai infartaria se tivéssemos um chuveiro daquele em casa.

— Pode abrir, borboleta. — Avisei Sophia quando estava dentro do box, relaxando na água.

— Não faltará oportunidades de eu te ver pelado, Borboleto. — Brincou com a espuma. — E a sua mãe? — Perguntou, do nada.

— O que tem a minha mãe?

— Ela é legal e simpática?

— Ela é doida. — Sophia riu.

— Por que ela é doida, Borboleto?

— Porque ela simplesmente acha que é uma adolescente como a gente. — E não era mentira! Minha mãe realmente achava que tinha a idade da Lidiane. — Meu pai fica louco com isso.

— Eu quero conhecê-los. — Pediu e eu me impressionei.

— Vou te levar, borboleta. — Despejei o sabão líquido nas mãos.

— Mica? — Sophia me chamou. — Obrigada por estar aqui comigo hoje. Eu sei que já te falei, mas obrigada. — Disse sincera, não consegui observar seu rosto já que o box era embaçado, mas senti total firmeza em sua fala.

— Eu que agradeço, Soph. — Soltei, já não sabendo mais o que dizer.

Eu estava louco por ela e isso já estava notável.

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