— Borboleto? — Sophia abriu os olhos, tentando saber onde estava e o que havia acontecido.Ela estava em seu quarto, segura, em sua cama, tendo a minha companhia. O troglodita do Renato não deixou a menina ir até o hospital, já que, ela havia acordado no meio do caminho e ainda estava um pouco zonza quando chegou em casa. Seu cochilou amenizou um pouco, era o que eu esperava.
— Oi minha borboleta! — Toquei o seu rosto. — Você tá melhor?
— Um pouco. — Reclamou. — Eu fiz você perder a semifinal, não fiz?
— Que se foda a semifinal! Eu não preciso daquilo pra sobreviver, é só um jogo. — Ela sorriu leve. — Eu tô preocupado com você. — Peguei em suas mãos.
— Foi tão rápido que eu nem vi. — Tentou se lembrar. — Aí que vergonha! O colégio inteiro deve tá falando dessa atrocidade. — Sophia apertou os olhos.
— E você liga pra isso?
— Eu sou a popular do colégio, Micael. É claro que eu ligo pra isso! — Disse um pouco óbvia.
— Acho que você não deve ligar pra esse tipo de coisa. Foi um acidente, aconteceu. — Dei de ombros. — Agora eu quero saber o por quê da senhorita ter passado mal. — Cruzei meus braços, analisando.
— Eu também quero saber.
— O seu pai não deixou a gente ir pro hospital. — Fiquei puto só de lembrar. — Mas acho que a sua mãe deve chamar algum médico mais tarde, não sei. — Pensei. — Eu só quero ter certeza de que você está bem!
— Eu não preciso de nenhum médico, eu tô bem. Juro! — Sophia se apressou, parecia estar com medo.
— Certeza? Porque... Não parece. — Lhe fitei.
— Eu devo ter tido uma queda de pressão, essas coisas. Faz dois dias que eu não como por conta da apresentação!
— DOIS DIAS? VOCÊ FICOU MALUCA, GAROTA? — Quase voei em cima de Sophia.
Quem fica dois dias sem comer?
— Sim, dois dias! Só estava bebendo líquido por conta da dieta. Isso deve ter se juntado com a minha ansiedade pra semifinal, essas coisas. — Pensou. — Não briga comigo, Borboleto. — Fez uma carinha triste.
— Eu deveria estrangular você mas te amo demais pra isso. — Beijei sua mão.
Sophia sorriu.
— Pode ficar tranquilo porque eu já me sinto bem. — Ela sorriu, me passando uma pequena segurança.
Mas meu medo dela passar mal de novo só aumentou. Ela ainda não estava 100%.
Branca entrou no quarto, tinha uma bandeja de porcelana nas mãos.
— Querida! Você está bem? — Deixou no criado mudo extenso de Sophia, ao lado da cama.
— Um pouco melhor. Melhorando! — Contornou à Branca que ficou um pouco aliviada.
— Eu trouxe um chá pra você e algumas bolachas de água e sal. Sua pressão deve ter caído, não é? — Branca tocou o rosto de Sophia. — Está gelada!
— Eu estava falando pro Micael que deve ter sido um nervoso ao extremo.
— Ou deve ter sido os dois dias que você ficou sem comer, não é mesmo? — Retruquei na frente de Branca, que ficou incrédula em instantes.
— Como assim, Sophia? Você ficou dois dias sem comer?
— Ficou! — Respondi por ela. — Eu acabei de dar uma bronca nela, dona Branca. Isso não se faz! Tem que se alimentar direitinho!
— Viu só? É gente como o Micael que você precisa ter ao seu lado. — Branca retrucou com Sophia, que fechou a cara. Deixou a bandeja de porcelana nas pernas da mesma, que revirou os olhos. — Eu quero essa bandeja vazia quando eu vier buscar. Escutou?
— Sim senhora! — Sophia bufou e viu a mãe sair.
Agora eu estava no pé dela, cuidando pra que Sophia comesse tudo.
— Escutou, né?
— Já não basta a minha mãe, agora você? — Sophia encarou a bandeja. — Eu não tô com fome!
— É lógico que tá! Você tá com o estômago vazio, Sophia. Precisa comer! — Peguei uma bolacha em mãos. — Quer que eu faça aviãozinho ou não precisa? — Arranquei um riso dela.
— Não, aviãozinho não. — Ela terminou de rir, comendo uma bolacha antes de tomar o chá. — Que coisa horrível, Micael! — Fez careta.
— Ah, nem tá horrível assim! — Brinquei com ela.
— É porque você não bebeu essa água de lavagem que a minha mãe chama de chá. — Fez careta ao tomar mais um gole.
— Como você é dramática, meu Deus! — Foi minha vez de rir.
Fiquei ali com Sophia, durante toda à tarde. Fiz ela comer e depois ficamos conversando mais um pouco, acalmando ela pelo incidente que havia acontecido.
Sophia dormiu quatro horas depois, bastante tranquila. Aproveitei minha deixa e fui embora, procurando saber como estava os ânimos no colégio sem a minha presença.E eu tive a pachorra de voltar pra lá, vendo todos irem embora. Encontrei com Duff e Arthur, ambos com a roupa do time ainda no corpo.
— E aí? — Me encontrei com os dois. — Como foi o jogo? A gente ganhou ou perdeu? — Confesso, meu cu se fechou com a reposta.
O treinador me mataria de qualquer jeito mesmo...
— Por sua sorte, a gente ganhou! — Vibrei mentalmente. — Mas o treinador tá puto com você. — Duff avisou.
— Eu sei mas eu não podia deixar a Sophia lá no gramado sozinha, né?
— É! Mas você tava mais preocupado no clã do que no jogo. Ele percebeu tudo isso, viu? — Arthur emendou.
— Incrível como a compaixão de vocês vão lá em baixo. — Retruquei. — A Sophia passou mal, virou falatório e vocês ainda queriam que eu ficasse pro jogo? Logo eu?
— A gente queria a sua presença mas você foi embora com a Sophia. — Duff deu um risinho. — Mas o que importa é que deu tudo certo! — Ele sorriu logo em seguida. — Como ela tá? O que o médico disse?
— O médico não disse nada porque nem no médico a gente foi. — Me irritei fácil. — O bosta do pai dela não deixou, acredita?
— Seu sogro. — Arthur e Duff riram.
— Ha-ha antes fosse. — Bufei. — O cara é um mala igual ao namoradinho bosta dela.
— Ele já sabe que ela passou mal, será? — Duff encarou os lados, tentando procurar o mesmo por vista.
— Sei lá! Acredito que não, ele não liga pra Sophia. — Mexi meus ombros. — A Sophia merece coisa melhor.
— Tipo... Você? — Duff estava se preparando pra zoar.
— É Duff, tipo eu! — E não era nem brincadeira.
Ela tinha que ter alguém igual à mim. Até sua mãe havia falado.
E instinto de mãe nunca falha, viu?
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Aposta de Amor
RomanceMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...