Capítulo 91

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— Eu te odeio. — Sophia soltou, aninhada em meus braços, ainda no chão.

Alisava suas costas nuas, soltando um riso derrotado.

— Eu sei. — Cerrei meus olhos. — Ainda somos namorados ou isso foi um término de reconciliação?

— Término de reconciliação? — Ela me encarou, franzindo o cenho.

— É. — Sorri divertido. — Nós transamos pra terminar ou transamos pra reconciliar?

— Acho que foi um pouco dos dois mas você ainda continua sendo o meu namorado. — Me deu um beijo longo, gemendo baixinho enquanto eu ria leve.

— Mesmo você ficando brava pelos nossos horários?

— Podemos resolver os nossos horários. — Disse. — Já que agora você está trabalhando... Pode me comprar mais Donuts, não pode? — Tinha graça nos lábios, me fazendo rir também.

— Posso comprar a loja inteira se você quiser. Mas tem que me prometer que não vai comer cinco de uma vez e passar mal. — Sophia assentiu, rindo.

— Como você arranjou um emprego?

— Horácio me arranjou.

— Quem é Horácio?

— O professor do meu curso. Acho que já te falei dele, não já? — Tentei me lembrar.

— Aaaah. — Sophia deu de ombros. — Você já conheceu a garotinha?

— Sim e ela é uma capetinha mirim que foi mandada ao mundo sem ninguém querer. — Sophia riu.

— Tadinha da garotinha.

— Ela me chutou! No joelho. — Me doeu só de lembrar. — Ela é pior que a Lidiane quando era pequena mas ainda sim eu preciso do dinheiro. — Bufei. — Você acha que ela vai se adaptar comigo?

— Depende. Se você for legal. — Sophia fazia desenhos imaginários em meu peito. — Ela é bonitinha?

— É sim! — Sorri, me lembrando. — Os pais também são bonitos.

— Os pais ou a mãe? — Me lançou um olhar curioso.

Segurei meu riso.

— A mãe. — Comecei a rir e recebi tapinhas no ombro.

— Seu safado!

— Eu não sou safado, ela só é mais velha e... Bonita. Bem bonita! — Me lembrei. — Mas nada se compara à você, meu amor. — Beijei ela à força que ria.

— Se a mãe é bonita então a garotinha foi planejada. — Voltou a mexer em meu peito, alisando.

— Por que você acha isso? — Não entendi.

— Não sei. É que eu fui planejada, então... — Ficamos em silêncio. — Você foi planejado?

— Sei lá. — Achei graça. — Mas conhecendo a minha mãe, eu acredito que não. — Sophia riu.

— Ela é bem doidinha, né?

— O que ela fez com você hoje? Não te assustou com nada de bizarro? — Arqueei uma sobrancelha.

Sophia começou a rir descontroladamente, se lembrando de alguma coisa. Minha mãe era um perigo!

— Ela me mostrou uma gaveta cheia de pintos, acredita? — Ainda ria. — E ela presenteou a sua irmã com um.

Fiquei abismado e incrédulo.

— A minha irmã? — Sophia assentiu, rindo. — Não me diga, ela também te deu um?

— Ela me deu um vibrador que ainda estava na caixa. Nada demais. — Terminou de rir. — Mas ainda sim, a parte do pinto foi bem engraçada!

— E por que ela deu um pra minha irmã? — Fiquei... Irritado? Talvez?

— Porque ela disse pra sua irmã ir treinando. — Sophia se lembrava e começava a rir. — Eu amo a sua família, Micael. Sério!

— A minha mãe é bizarra. — Neguei com a cabeça.

— Sua mãe é descolada. Eu adoraria ter uma mãe assim, que fala abertamente sobre sexo. — Riu. — Eu aprendi educação sexual na escola, acredita?

— Bem melhor do que aprender em casa, né? — Debochei.

— Tenho certeza que a sua mãe ensinou muito bem.

— É! Ela me ensinou a colocar camisinha em uma banana. — Sophia riu mais ainda.

— Seu pai não te ensinou?

— Ele só conversava o básico mas nunca me ensinou explicitamente como a minha mãe. — Me lembrei, começando a rir também.

Sophia me observou antes de nos beijarmos. Envolvi meu corpo em cima dela, colocando uma mão minha em seu rosto, segurando o seu queixo.

— Mete em mim de novo. — Pediu, de olhos fechados e em um sussurro que me deu arrepios. Seu sorriso de malícia me acordou mais ainda. — Sem camisinha. — Pediu, ainda do mesmo jeito.

— Eu vou meter em você sem camisinha depois que o ginecologista resolver o melhor método pra nós. — Encarei ela que tinha os olhos abertos, prestando a atenção. — Você remarcou a consulta?

— Remarquei. — Mordeu os lábios. — Amanhã! Diga ao Horácio que você vai chegar um pouco atrasado no curso. — Sophia tocou o meu ombro, sorrindo em seguida.

Beijei ela de novo. Eu adoraria ficar assim, sem ter que me preocupar com nada.

— Preciso ir, meu amor. — Me levantei à forca, procurando minha boxer. — Já tá tarde.

— Ah não. — Sophia ficou atrás de mim, me abraçando. Senti seus seios sendo massacrados em minhas costas. — Dorme aqui comigo. Juntinho. De conchinha. — Beijou o mesmo local, me fazendo sorrir.

— Pro seu pai matar a gente amanhã de manhã? — Lhe encarei.

— Tá com medo do meu pai? — Sophia segurou o riso.

— É bom prevenir, meu amor. Eu sou o seu namorado, ainda não sou casado com você. — Vesti minha boxer e a calça, me levantando.

Sophia se levantou também, sumindo dentro do closet.

— Então isso quer dizer que a gente vai se casar? — Voltou de lá com um roupão felpudo no corpo, amarrando o laço.

— No futuro? Sim. — Vesti minha blusa e a beijei. — Por que? Você não quer se casar?

— Eu quero me casar! — Sorriu. — Quero me casar de verdade, com um vestido totalmente maravilhoso, buquê, grinalda e todas essas coisas de casamento. — Sophia seria a minha mãe na versão 2.0, só que menos louca.

— Mal posso esperar. — Selei meus lábios ao dela, sentindo Sophia sorrir. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — Sorriu. — E os nossos filhos?

O que?

— Como assim, meu amor? — Não tinha entendido.

— Vamos ter filhos um dia, não vamos?

— Claro! Mas não agora, né? — É, por favor, não!

Isso me lembrava o chute que ganhei no joelho hoje. Será que Sophia encarou em Clara e por isso ganhei um chute aleatoriamente?

— Depois do casamento. Nossos filhos serão planejados! — Sorriu ansiosa, como se o nosso casamento fosse amanhã.

Aquele assunto tava me assustando.

— Tá bom. — Deu um selinho rápido em Sophia. — Amanhã em venho te buscar, cedo, e você fica em casa. — Ela assentiu.

— Quer que eu desça com você?

— Eu vou sair pelos fundos. Seus pais já devem estar dormindo. — Caminhei até à porta. — Eu te amo, minha borboletinha.

— Eu também te amo, meu borboletão. — Sophia fez uma carinha que deu vontade de ficar mais, só que eu não podia.

Fui pra casa feliz, relaxado e satisfeito.

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