Capítulo 153

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— VOCÊ ULTRAPASSOU TODA A NOSSA LINHA DE CONFIANÇA! — Sophia gritava enquanto Micael entrava no quarto. Estava nervosa, muito nervosa! Mataria o mesmo se fosse possível.

— EU ULTRAPASSEI? — Respondeu no mesmo tom. — EU PRECISAVA FAZER ISSO, SOPHIA! PARECE QUE VOCÊ NÃO SABE O QUE ESTÁ ACONTECENDO.

— VOCÊ PRECISA TANTO DESSA MERDA DE EMPRESA? É ISSO?

— VOCÊ SABE QUE SIM! ESSE PROJETO JÁ ESTÁ CONSTRUÍDO HÁ ANOS, EU NÃO POSSO DEIXAR UMA GAROTA PASSAR POR CIMA DE TUDO.

— E DECIDIU ENFIAR A GAROTA NA NOSSA CASA? PARABÉNS, MICAEL! — Bateu palmas em ironia.

— ELA ME AMEAÇOU!

— VOCÊ QUE FOI IDIOTA E TEVE SEDE AO POTE! FOI ISSO O QUE ACONTECEU. — Sophia entrou no closet.

Segurou nas prateleiras, engolindo o choro.

— Eu não podia fazer nada, Sophia. Precisávamos ter a empresa de volta e ela fez a proposta dela. Acabou! — Micael soltou irritado, explicando à esposa que não queria mais saber de nada.

— Acabou? — Soltou um riso incrédula. — Então pra você está de ótimo acordo ela morar com a gente?

— Algum problema pra você? — Cruzou os braços.

— Todos.

— E por que? — Cutucou.

— Porque ela é de menor, bonita, chegou na cidade apenas pra dar o golpe em alguém... Você acha mesmo que ela vai ficar por aqui? — Estava bastante irritada. — Ela vai azucrinar a gente até conseguir o que quer!

— A única coisa que ela quer é dinheiro. Só isso!

— E você acredita? — Sophia revirou os olhos. — Ela já te cegou e só você que não vê. — Passou furiosa pelo marido, saindo do local.

Micael a seguiu. Sophia desarrumava a cama com todo o ódio do mundo.

— Isso é raiva porque o seu pai não contou dela pra você. É isso que está acontecendo! Você ainda não engoliu a sua raiva porque Mia quer entrar na família de vez. — Gesticulou.

— Eu quero que ela vá se foder. — Bateu nos travesseiros. — Não preciso dela pra nada, eu quero apenas viver em paz e não morar com uma adolescente que vai dar em cima do meu marido.

— Você não confia em mim então? Acha mesmo que eu vou dar trela pra uma pirralha que está começando a vida agora?

Sophia encarou Micael com mais ódio, grunhiu irritada e voltou a bater nos travesseiros.

— Você fez o que tinha que ser feito, não fez? — O encarou, ainda irritada. — Mas simplesmente você ultrapassou toda a nossa linha de confiança, Micael. Por um simples pedaço de nada.

— Minha empresa é tudo!

— Ah, é? Você se importa muito com isso, não é mesmo? Então por que não se casa com a empresa? Faça sexo com ela, divirta-se. — Abriu os braços, ironicamente. — Você se importa mais com a empresa do que a nossa família!

— Que família, Sophia? Me diga! — Irritou a esposa, falando mais grosso possível. — Não temos um filho, não temos um cachorro, gatos, a puta que pariu. — Esbraveceu. — Onde está a nossa família?

— Eu e você não somos uma família?

— Uma família precisa de filhos, Sophia. E pelo que me consta, nós já conversamos sobre isso. — Respirou fundo. — A empresa é meu ato maior agora, porém, somos eu e você! Juntos! Um projeto de anos meu e seu, nunca se esqueça disso.

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