Capítulo 182

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Sophia estava entediada enquanto se posicionava na poltrona, encarando a pequena janela do avião. Ficou pensativa, aérea, triste e sem coragem de encarar o marido sobre o que havia visto mais cedo. Quando escutava sua voz, o corpo estremecia. Micael estava mentindo para ela, de novo. Sentiu-se um lixo novamente, pensando bem no que iria fazer.

Talvez Sophia ficasse definitivamente em Chicago, morando com sua mãe até o bebê nascer. Micael reclamaria horrores mas nada mudaria o seu pensamento.

— Voltei. — O marido anunciou quando se sentou na poltrona ao seu lado. Arrumou o cinto de segurança. — Busquei água fresca pra você. — Mostrou os copos embalados com o conteúdo.

— Obrigada. — Sophia respondeu, triste. Esboçou um sorriso forçado antes de retirar o par de fones de ouvido da bolsa, os desenrolando.

Micael franziu o cenho.

— Música? — A observou, Sophia conectava o fone em seu celular.

— Algum problema?

— Sophia, qual foi? — Se irritou. — Você está estranha desde de manhã. O que aconteceu pra você ficar assim? — Cruzou os braços.

— Nada.

— Ah, nada? — A imitou. — Ninguém fica assim por nada.

— Eu já disse que está tudo bem, não precisa se preocupar. — Tranquilizou o marido que não estava gostando da sua atitude.

Sophia colocou os fones no ouvido, dando play na música. Fechou os olhos e encostou a cabeça no pequeno travesseiro que havia levado, tentando relaxar e não bater repetitivamente na cabeça do marido.

E Micael ficou a observando estranhamente, pelo menos uns vinte minutos até sentir sono, já que o avião inteiro se apagou, dando um clima confortável para dormir.

Horas depois.
Chicago — IIIinois.

— Sophia? — Micael lhe chamou quando o avião havia pousado. — Sophia?

A mesma foi acordando.

— Hum. — Piscou os olhos e se espreguiçou. — Já chegamos?

— Uns cinco minutos, estou esperando as pessoas descerem. — Avisou.

Sophia viu a fila imensa no corredor.

— Que horas são?

— Tarde da noite. O voo foi rápido e você dormiu o horário inteiro. — Lhe observou. — Podemos conversar quando chegarmos na sua mãe?

Ela ficou em silêncio, o encarando. Não podia ficar naquela situação.

— Você quer conversar sobre o que? — Rolou os olhos.

— Sobre você ficar estranha comigo.

— Não estou estranha com você.

— Me dê um tiro no peito, irá doer menos! — Foi se irritando. — Vamos indo, sua mãe deve estar nos esperando.

Micael se levantou junto com a esposa, caminharam até a fila que estava acabando, para saírem do avião. Buscaram suas malas na esteira quando entraram no aeroporto e avistaram Branca sorridente, agasalhada e com uma lousa de caneta, escrito Borges, para identificar a chegada da filha e do genro.

Micael sorriu com aquilo.

Sophia andou mais rápido, abraçou forte a mãe.

— Oooh, querida! — As duas ainda se abraçavam. — Que saudade que eu estava de você. — Segurou o rosto da filha. — Como você está... Linda! Mais linda ainda! — Observou as feições felizes da filha. — Como você está? Aliás, como vocês estão? — Tocou o ventre de Sophia, que ia se formando.

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