Capítulo 31

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Uma semana depois.

Festa à fantasia da Mel.

Uma semana havia se passado e as coisas entre mim e Sophia ainda ficavam naquelas. Tentei colocar o aplicativo no celular de Jack na semana anterior mas sem sucesso, não tive oportunidades de ficar sozinho com o aparelho dando sopa.
Contei à ela que iria viajar com os meus pais, errei feio em mentir mas precisava desse aval para aparecer na festa, de supetão. Alan me ajudou com a fantasia horrorosa, comprada em um sexy-shop nas redondezas do Brooklyn. Aquilo estava péssimo! A roupa toda de látex estava apertando tanto o meu pau que eu não aguentava mais, fora a máscara em que eu estava usando, que deixava apenas o meu nariz e boca descobertos.

Onde eu estava com a cabeça de ir naquela festa?

— Você vai ficar bem mesmo? — Alan me perguntou, cauteloso. Tinha me dado uma carona até a casa de Mel.

— Se essa roupa não massacrar o meu pau até lá, acredito que sim. — Fui meramente irônico.

— Vai tentar roubar o celular do Jack?

— Roubar é uma palavra muito forte. — Abaixei o quebra-sol e me encarei no espelhinho. Estava sexy para um caralho! Realmente, um gato preto.

— Enfim, você vai?

— Hoje não. — Voltei o quebra-sol ao lugar. — E pode deixar que eu me viro na volta.

— Você é quem manda. — Alan me esperou descer do carro. — Cuidado com as bebidas e use camisinha!

— Pode deixar, pai. — Bati continência e recebi o dedo do meio de Alan, antes de dar partida no carro e sair, me deixando no gramado com algumas pessoas que chegavam.

Andei pelo caminho fofo de pedras em frente à casa de Mel, antes de parar na imensa porta marrom com detalhes dourados. Bati forte na porta já que a música estava alta. Quem em sã consciência dá uma puta festa e deixa a porra da porta trancada? Pelo amor de Deus! Rico e suas manias de retardado!

— AH, OIIIIIII. — Mel me atendeu, já bêbada. Tinha um copo vermelho na mão esquerda e usava uma fantasia de Alice. — Quem é você? — Ficou me encarando mas não conseguiu identificar.

— Posso entrar? — Minha voz saiu rouca e não foi proposital. Passei por Mel que quase caiu, se segurando na porta.

A casa estava cheia! E cada cômodo que eu passava meus olhos procuravam por Sophia, que ainda não deveria ter chego. Bufei várias vezes esbarrando no mundaréu de bêbados e delinquentes, desistindo de procurar por Sophia e optar em beber uma cerveja.
Mas tudo mudou quando vi os cabelos ondulados de longe, e a risada mais conhecida do mundo!

Era ela! Era Sophia!

E puta que me pariu, ela estava extremamente maravilhosa naquele macacão justo de látex, em preto, imitando a formal fantasia de mulher-gato. Os seios quase pulando pra fora do decote, a máscara perfeitamente ajustada em seu rosto delicado. Nos pés, um salto bem fino mas ainda sim ela conseguia ficar de pé, sem nenhum problema.
Estava longe, conversando com outras amigas fora do clã, que a tietavam por ser popular e estar totalmente incrível naquela fantasia.

Senti alguém cutucar as minhas costas.

— Não sabia que você viria. — Vi Duff vestido com uma roupa de E.V.A, imitando uma garrafa de cerveja com o nome Duff. Que original, só que não.

— Eu também não. — Fui grosseiro.

— Precisamos conversar.

— Eu não tenho mais nada pra conversar com você, Duff. — Comecei a ficar puto.

— Tem certeza? Eu acho que não. — Negou. — Eu sei que fui um babaca com você mas eu estou apaixonado pela Mel também! Não podia ficar entregando notícias daqui e levando notícias de lá.

— E por que começou a levar notícias do clube à ela, hein? — Cerrei meus dentes. — Por causa de você, a aposta já era.

— Você fez uma aposta com o cara de poder e quer colocar a culpa em mim? — Duff se irritou. — Ah cara, olha só pra você! — Abriu as mãos. — Está loucamente apaixonado pela loirinha burra e quer colocar a culpa em nós. Me poupe!

Fechei meu punho mas logo pensei que aquele era Duff, o meu amigo de infância, fazia parte do clube. Abri minhas mãos automaticamente e deixei minha cabeça esfriar, recebendo a voz de Sophia perto de mim.

— Borboleto? — Me virei vendo ela em minha frente, tecnicamente, uma miragem. Balbuciei antes de inventar uma mentira fajuta e explicando o porquê de não ter ido viajar.

— Borboleta. — Sorri amarelo à ela, bastante sem graça e reação. — Você... Você tá linda! — Gesticulei.

— Você não ia viajar? — Arqueou uma sobrancelha. — Você mentiu pra mim, Mica. — Entristeceu.

— Não é nada disso que você está pensando, princesa. — Me apressei com as palavras. — Eu queria te fazer uma supresa e cá estamos nós, usando roupas iguais. — Fiz uma voltinha rápida mas não arranquei risos de Sophia, que era acostumada a sorrir quando eu fazia alguma graça. — Você tá com raiva de mim?

Ela ficou em silêncio, analisando minha roupa.

— Eu preciso beber. — Deu meia volta e eu a segui.

— Você não pode beber. — Fiquei em sua frente, segurando seus ombros. Ela me fuzilou com o olhar. — Você deve beber! — Retorci a fala para que não saísse briga.

— Eu estou muito brava com você, Mica. — Saiu andando pela casa cheia. — Mentiu pra mim, eu fiquei como uma louca procurando a roupa ideal, sem Mel para me ajudar. — Parou em uma bancada enorme, cheia de garrafas com bebidas e barris de cerveja. — E você estava me fazendo uma supresa, péssima pra variar! — Pegou um copo vermelho no montinho.

— Eu já disse que queria te fazer uma surpresa. — Mas que caralho também! Onde eu estava com a cabeça pensando que Sophia iria aceitar a minha fantasia de homem-gato, me reconhecendo por um todo. Minha boca era praticamente um prato à todos, ninguém iria não saber quem eu era. — Você vai ficar com raiva de mim?

— Eu devo ficar com raiva? Eu já estou com raiva! — Encheu o copo com cerveja. — Saia da minha frente ou eu vou fazer um escândalo.

— Sophia, não faz assim. — Tentei segurar sua mão mas ela foi mais rápida, saindo pela multidão de convidados. — Eu preciso ficar de olho em você! — Soltei, mesmo ela estando longe.

Minha operação babá e volta por cima na aproximação com Sophia havia começado. Graças à mim mesmo!

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