Capítulo 43

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— Treinador? — Entrei no campo, vendo o mesmo arrumar algumas bolas dentro da enorme bolsa em que levava.

— Borges. — Ele parou o que estava fazendo. — Arthur falou com você, sim?

— Ele me disse que o senhor queria conversar comigo. — Tinha o meu cenho franzido por conta do sol que estava na nossa cabeça. Fazia muito calor! — Aconteceu alguma coisa?

— Na verdade aconteceu sim. — Caminhamos até uma área coberta. — Você ainda está com aquelas manias de... — Gesticulou com as mãos e eu logo entendi.

— O senhor quer saber se eu ainda sou gay?

— Isso.

— Não, eu não sou gay. Eu nunca fui gay! — Fui bem claro.

— Mas você mudou da noite pro dia andando com a Sophia...

— Treinador, me desculpe. Eu não quero falar desse assunto com o senhor. Estou aqui pra saber o que o senhor quer conversar comigo! — Direto e reto.

— Certo. — Ele perdeu até o rumo. — Eu rebaixei o Jack da semifinal porque ele estava sabotando o time adversário, e você sabe que eu odeio travessuras em dia de semifinais, qualquer dia de jogo, enfim... — O treinador jamais aceitaria perder um título por uma sabotagem. — Eu gostaria de saber se você não está interessado em ficar no lugar dele.

Uau! Eu já sabia que era isso mas escutar as palavras saindo da boca dele era demais.

— Isso é um convite pra voltar à jogar no time ou só na semifinal?

— Se você ganhar a semifinal, você volta pro time. Caso contrário, nada feito! — Assenti. — Você aceita a proposta ou vai ficar de mimimi?

— Aceito, é lógico que eu aceito! — Sorri animado. Aquela notícia tinha me deixado mais feliz.

— Amanhã vamos começar a treinar, vou repassar alguns toques que o Jack estava treinando, nada demais. — Me explicou. — Vamos com tudo pra cima daqueles palermas! O título precisa ser do colégio! — O treinador foi firme, me encorajando.

— Tenho certeza que o senhor não vai se arrepender. — Sorri mais ainda vendo que ele me encorajava.

Sempre joguei futebol americano perfeitamente bem, e, ser convocado pra ficar no lugar de Jack nas semifinais era como ser honrado por praticamente ter feito nada. Aquela proposta tinha caído do céu!

E eu precisava ganhar aquele jogo.

Terminei de conversar com o treinador e fui até o estacionamento, procurando meu carro pra ir embora. Tinha perdido uma aula mas parecia que eu estava lá desde a primeira.

— Borboleto? — Sophia apareceu ao lado do meu carro, ofegante. Tinha corrido um pouco pra me alcançar.

— Oi borboleta. — Sorri. — Aconteceu alguma coisa?

— Você pode me dar uma carona? É que... Meu carro não está funcionando e eu vou deixá-lo aí. Amanhã vou pedir para guincharem. — Explicou.

— É claro! — Ela não precisava nem perguntar.

Entramos no carro e eu fui surpreendido pelo beijo furioso de Sophia, com gana, me pegando desprevenido. Ela ficou por cima de mim, subindo em meu colo mas tive que parar.

— Aqui não. — Lhe avisei. — Alguém pode ver a gente.

— Na sua casa então?

Merda! Lembrei que Lidiane estava em casa, não iríamos ter um pingo de paz.

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