Capítulo 74

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Paramos em um bar mais próximo da igreja, uma mistura country com prostíbulo. Entramos ali porque tínhamos RG's falsos e eu menti que Sophia era minha namorada, só pra loirinha conseguir espairecer.

— Eu tô ficando preocupado com ela. — Alan soltou baixo após assistirmos Sophia virar uma garrafa de Jack Daniels no gargalo.

Até eu estava preocupado com ela.

— Borboleta. — Tirei a garrafa dela que chiou. — Você não acha que já bebeu demais?

— O MEU PAI É GAY! — Gritou enquanto chorava.

Virou mais uma vez a garrafa.

— Moça, desce mais uma. — Sophia pediu, já bêbada.

Eu lhe parei.

— Não desce mais uma não, moça. Já chega pra ela! — Segurei seus mãos.

Sophia não estava aguentando ficar sentada de tão bêbada.

— Me deixa beber. — Ela segurou o meu rosto.

— Você já bebeu demais, Sophia. Pode entrar em coma alcoólico por nada. — Empurrei a garrafa de Jack Daniels pra longe.

— Isso aí é ruim igual o Jack! É por isso que tem o mesmo nome. — A louca começou a gargalhar alto. — Jack. — E começou a chorar também. — Papai. — Chorou mais ainda.

— Eu vou dizer mesmo que... — Ela me parou.

— Sabe o que é mais engraçado? — Começou a dizer. — Os dois estavam debaixo do meu nariz e eu não vi. Eu simplesmente não vi! — Sophia abriu os braços. — As reuniões das empresas Abrahão no flat de luxo era pro encontro, enquanto a idiota aqui tava dando o nome pra comprar mais uma Ferrari pra ele. — Isso era triste. — E as conferências? MEU DEUS, COMO EU FUI TÃO BURRA PRA NÃO NOTAR?

— Meu amor...

— Cala a boca que eu tô falando! — Sophia meteu o dedo na minha boca, me parando.

Alan segurou o riso.

— Eu era completamente apaixonada pelo Jack. — Tinha os olhos fundos encarando Alan. — Ele tirou a minha virgindade e disse que nunca iria me trair, porque me amava! Eu sofri como uma cadela aquele dia pra fazer todas as vontades dele. Ele me forçava quando eu não queria nada! Até chorar transando com ele eu chorei, tudo por causa da porra do amor. E hoje eu fui traída! Na frente do colégio inteiro, dos meus familiares e amigos queridos que eu disse pra eles que, o Jack me amava. — Sophia voltou a chorar, perdendo o sentido da vida.

Bêbados e suas verdades.

— Borboleta...

— ME DEIXA EU FALAR, VOCÊ JÁ ARRUINOU O MEU CASAMENTO E EU NEM QUERIA CASAR. SÓ NÃO ESPERAVA ISSO. — Sophia tentou se esquivar de mim, roubando a garrafa novamente.

Mas eu a segurei, vendo ela se debater como uma criancinha.

— Borboleto. — Ela tocou o meu rosto de novo. — Você vai cuidar de mim?

— Vou, meu amor. — Alisei os seus cabelos.

— Vamos voltar pra igreja e nos casar. Eu não comprei esse vestido à toa. — Ela observou o próprio vestido que nem foi tanto usado.

— Você o que? — Comecei a rir mesmo não podendo.

— O padre não vai ligar se casar você de bermuda. É uma nova moda, se alguém perguntar a gente manda a pessoa tomar no cu. — Disse doce, quase não aguentando ficar de olhos abertos.

— Ela precisa ir pra casa, Micael. — Alan retornou o aviso, tirando alguns dólares pra pagar a bebida de Sophia.

— Eu sei. — Me levantei e abracei Sophia de lado, tentando deixar ela de pé mas foi impossível.

— Tchau moça, obrigada pela bebida. — Ela acenou pra mulher que cagou pra ela.

Foi difícil conduzir Sophia até o carro, já que ela não conseguia ficar de pé direito. Alan deitou ela no banco de trás, dando a volta e voltando à dirigir.

— Espero que ela não vomite no meu carro.

— Não vai. — Eu também estava esperando isso. — Evite as curvas brutas.

— É o que eu tô mais evitando. — Pausou. — Pra onde a gente leva ela?

— Pra minha casa! Ela vai ficar lá essa noite. — Avisei Alan que pegou o caminho da minha casa, dirigindo calmo.

Sophia resmungava o que havia acontecido consigo enquanto chorava até chegarmos na minha casa. Agradeci Alan e assim saímos, ainda com dificuldade pra chegar até à porta.

Abri com dificuldade, tendo Sophia ao meu lado.

— Jesus! O que aconteceu? — Meu pai foi o primeiro a ficar de pé ao ver o estado de Sophia.

— OI SOGRINHA! — Sophia sorriu e acenou à minha mãe, que ficou incrédula e preocupada.

— O que aconteceu com ela, Micael?

— Por favor, perguntas só amanhã. Tudo bem? — Meus pais assentiram mas queriam saber de tudo.

— Você precisa de ajuda, filho? — Minha mãe tentou ir atrás.

— Tá tudo sob controle, mãe! Eu vou cuidar dela. — Deixei ela mais calma, pegando Sophia no colo e subindo as escadas.

Ela chorou o caminho todo até meu quarto, aninhada em meu pescoço.

— Borboleto. — Me chamou.

— Oi, meu amor. — Tranquei a porta antes de sentar Sophia em minha cama.

— Onde estão os meus sapatos? — Perguntou após encarar os pés descalços.

— Ficaram no carro do Alan mas amanhã eu irei pega-los. — Sorri pra ela que assentiu. — Vou dar um bainho em você, gostosinho e relaxante. — Alisei seu rosto.

— Gostosinho e relaxante? — Assenti.

— Sim. — Toquei a costela de Sophia, vendo que o zíper do vestido estava ali. Retirei a peça que caiu entre os joelhos dela, a mesma terminou de retirar tudo, ficando de lingerie branca.

Encarei a cinta liga, surpreso.

— Não me olha assim. — Fez uma careta. — Era pra lua de mel. — Começou a chorar.

— Tudo bem, tudo bem, tudo bem. — Rendi minhas mãos, tocando o fecho do sutiã em seguida. — Não vamos mais falar sobre isso. — Retirei sua calcinha, deixando Sophia nua. — Consegue ir andando?

— Não. — Ela negou.

Peguei Sophia novamente no colo, levando até o meu banheiro. Fiz ela escorar em meu corpo enquanto abria a ducha, deixando o mais gelado possível.

Prendi seu corpo debaixo, segurando os seus braços.

— VOCÊ DISSE QUE SERIA UM BAINHO GOSTOSINHO E RELAXANTE. — Sophia chiou, quase se afogando. Os bicos dos seus seios se enrijeceram por completo. Estava muito gelado!

— É pra você melhorar, meu amor. — E era mesmo, estava morrendo de dó de deixá-la ali debaixo, naquele frio.

— Eu vou... Morrer. — Bateu o queixo.

Tirei ela debaixo da ducha, mudando a temperatura e voltando ela para a água quente. Sophia ficou mais tranquila, se sentando no chão.

Me juntei à ela, lhe abraçando.

— Vai ficar tudo bem. Eu juro! E nunca se esqueça que eu te amo. — Beijei o topo da sua cabeça antes dela começar a chorar de novo.

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