Capítulo 27

145 10 5
                                    



— Bom dia, Borboleto. — Sophia disse sorridente, me esperando sentada no capô de seu conversível. Usava uma saia xadrez minúscula e um top faixa em branco, acompanhado de um pequeno blaser, também xadrez. O All Star branco no pé foi o que mais me chamou a atenção!

Aquela garota não podia ser real, e eu estava apaixonado por ela.

— Bom dia, borboleta. — Nos abraçamos.

— Você está... Bem? — Deu um pulinho estridente antes de andarmos até à porta principal de entrada.

— Estou ótimo. — Depois de ontem? Estava maravilhado! Só estaria melhor se tivéssemos transado. — E você?

— Também estou bem. — Deu um sorriso maléfico, mordendo os lábios. — Você precisa me ajudar a procurar uma fantasia!

— Uma fantasia? — Franzi meu cenho, mas logo me lembrei da festa que Sophia iria.

E eu também!

— É! Você se esqueceu? — Colocou a mão na cintura.

— Oh, ah... Eu me lembrei, borboleta. — Voltamos a caminhar de braços enlaçados. — Você tem preferência de alguma coisa?

— Hum... — Pensou. — Então, eu estava pensando em algo mais sexy e provocante. Algo que combine comigo. — Voltou a sorrir.

Ela iria ir de Penélope Charmosa?

— Sexy e provocante? — Ela assentiu. — Borboleta... — Pensei em algo mais natural e rosa, não gostaria que ela fosse provocante e sexy. Um prato cheio aos retardados que não respeitam as meninas! — Que tal você ir de Cinderela? — Gesticulei, todo veado.

Sophia não gostou muito.

— Não, Cinderela não! — Fez uma careta. — JÁ SEI. — Pensou rápido, me chacoalhando. — Eu irei ir de. — Ficou em minha frente, abrindo as mãos e fazendo uma faixa imaginária após me dizer do que iria. — Mulher gato. — Deu uma piscada extremamente sexy.

Deus, por favor! Eu sou homem, tenho um pau entre as minhas pernas e se eu ver essa garota vestida de mulher gato, não irei responder por mim!

— Mulher gato? — Estava surpreso e ficando excitado. Eu consumava controlar as minhas ereções, mas Sophia mudou todo o sentido disso.

— Sim, mulher gato! — Voltou a assentir. — Vou pedir à costureira para fazer a minha roupa, hoje mesmo. Você pode ir comigo, que tal?

— Ah borboleta... Eu preciso resolver algumas coisas. — Cocei minha nuca, desviando o assunto. — Podemos sair outro dia, que tal?

— Você tá me evitando? — Disse um pouco mais baixo, já que estávamos no meio do corredor, pessoas transitavam ao nosso redor.

— Eu? Claro que não. — Olhei firme em seus olhos. — Por que eu te evitaria, minha princesa? — Por ontem, seu burro!

Mas eu não seria tão idiota assim! Se bem que, a voz do meu pai sondou pela minha cabeça, duas vezes, como um encosto me lembrando que Sophia poderia estar me usando. Será?

Nada a ver, meu pai era velho e não sabia de nada!

Ou sabia?

— Sei lá, por ontem, não sei. — Mexeu os ombros. — Precisamos conversar sobre isso, com calma.

— Quando você quiser. — Soltei, antes do sinal ser tocado.

Jack apareceu atrás de Sophia, tinha uma mochila entre os ombros e uma cara de sono horrenda.

— Bom dia, borboletas pequenininhas e ridicularizadas. — Me encarou.

— Bom dia, Jack. — Forcei um sorriso.

— Então. — Encarou nós dois. — O sinal já tocou! Ou eu interrompi alguma coisa?

Na verdade sim.

— Estávamos falando sobre a festa da Mel. — Sophia soltou, com um pouco de medo.

— Ah, claro! Você já decidiu a fantasia, babe? Preciso saber pra comprar a minha.

ELE IRIA IR TAMBÉM? PUTA QUE ME PARIU.

— Mulher gato. — Mordiscou os lábios e sorriu cúmplice ao namorado, que lhe roubou um beijo rápido. Eca!

— Eu amo mulher gato! — Fez uma careta sexy péssima. — Vou procurar uma de homem gato então.

— Na verdade Jack. — Sophia encarou os lados, com medo, tendo que pisar em ovos. — Eu não sei como te dizer isso...

— O que? Você não quer que eu vá? — Ficou surpreso.

Alguém pega a pipoca? O espetáculo começou!

— Eu quero que você vá mas ao mesmo tempo eu não quero. — Disse tão simples que até eu não ficaria com raiva. — Eu queria ter um pouco de liberdade nessa festa.

— Liberdade? Você só está indo porque eu irei te acobertar. — Apontou à ela. — Se seu pai souber que você está indo em festas clandestinas, acabou tudo!

— Eu sei. — Sophia se entristeceu.

— E você não pode fazer com que acabe tudo. Não é mesmo? — Ele a ameaçava! — Daqui à pouco vamos nos casar e sair daquela merda de reino encantado que você vive. Eu passarei a ser um dos donos da Abrahão LTDA e assim sucessivamente.

O canalha ameaçava Sophia, com medo de perder tudo! Estava horrorizado e com pena por ela não conseguir fazer nada na adolescência. A que ponto o dinheiro chega, hein? Uma simples fala à Renato e Sophia sofreria o dobro.

— Será que o clubinho pode fechar ou eu devo escrever uma carta? — A inspetora chegou até nós, em deboche. Já estávamos atrasados pra aula!

— Vem borboleta! — Peguei Sophia pelas mãos, a puxando forte e longe de Jack. Ela não entendeu.

— Pra onde vamos?

— Pra aula? Onde mais seria? — Soei um pouco grosso mas estava com tanta raiva que não ocorreria por mim.

Chegamos na sala de aula, onde a professora já passava o conteúdo na lousa branca. Sophia corou após chegar comigo, tendo o olhar da sala toda em nós.

— Agora? — Nos perguntou, parando o que estava fazendo.

— A gente se atrasou... Um pouco. — Me justifiquei. — Vamos nos sentar ali atrás!

— Nada disso. — Ela negou. — Você senta aqui na frente e Sophia na terceira carteira na coluna dois. — Apontou os lugares. — E andem rápido porque isso é matéria de prova! — Mostrou a lousa sendo cheia, voltando à passar o conteúdo.

Fiquei longe de Sophia a aula toda mas consegui maquinar um jeito de Jack se dar mal. Minha mente só pensava em uma coisa, ou quer dizer, várias coisas:

Por que o pai da Sophia escolheria o Jack pra ser o homem da vida dela? O cara não tinha absolutamente nada de bom! A única coisa boa que ele tinha era o abdômen, fora isso... Eu também tenho, por que ele não me escolheu?

Simples... Eu havia chegado tarde mas não desistiria de entrar para a família Abrahão.

Aposta de Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora