Capítulo 16

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— Você o que? — Alan franziu o cenho, incrédulo com a história que havia contado à ele, sobre o que aconteceu na casa de Sophia. — Micael, você tá dando muito mole com essa aposta.

— Eu tinha que ficar lá, Alan. Foi o único jeito de confortar a Sophia. — Peguei a long neck pelo bico, balançando leve antes de beber a cerveja.

— Mas o pai dela bateu atoa?

— Ele não foi com a minha cara, ela tentou defender e acabou se dando mal. E sabe o que foi mais engraçado? É que o Jack não se mexeu em nada, absolutamente nada. — Me lembrei.

— Tá na cara que o Jack só está com a Sophia por causa dos bens materiais. A menina caga dinheiro! — Alan se escorou no balcão.

— Afinal de contas. — Pausei. — O que esse Renato faz da vida?

— Ele é empresário, Micael. De porte grande, bem grande. — Deu ênfase. — O cara tem poder pra tudo, e trata a Sophia como se fosse um bibelô importado. Ela não pode fazer nada!

— Eu pensei em várias coisas depois de ontem, sabia?

— Tipo?

— Tipo... Ele abusar dela? — Deus me livre!

— Será? — Alan arqueou uma sobrancelha.

— Eu espero que não seja isso. — Ou teremos um assassinato, igual à um livro que eu li, onde a menina era amante do cara a vida inteira, escondia a vida dela e depois a mulher do cara descobria todo o segredo, se vingando. Confuso, não?

— Mas e aí? — Alan me encarou. — Você vai na tal reunião?

— É claro! Eu quero saber o que ele quer comigo.

— Eu queria ir com você mas já sei que vou ser barrado. — Bebeu sua cerveja. — Tem falado com os meninos?

— Mal vejo eles depois que fui expulso do time. — Ficava triste só de lembrar. — Mas não ando confiando muito no Duff.

— Por causa do affair dele com a Mel?

— Um pouco. — Remexi meus lábios, pensando. — O Duff é boca aberta, ele pode contar tudo...

— Sabe o que eu acho, Micael? — Assenti, esperando a sua fala. — Eu acho que você deveria largar essa aposta de vez.

— Por que? Logo agora que está dando certo?

— Porque você está completamente apaixonado por ela. Dá pra ver na sua cara!

— Impressão sua. — Fiquei tenso.

— Impressão minha? — Alan deu um risinho. — Quando que veríamos Micael Borges dormir na casa de uma garota? Nem pra transa casual! — Isso era verdade. — Você praticamente foi um namorado pra ela ontem, ajudou, acolheu e ainda por cima teve que aguentar ela menstruada do seu lado a noite toda.

— Não fala assim dela! — Fiquei puto automaticamente.

— Tá vendo? É inevitável, Micael! Desiste. — Alan terminou a sua cerveja, deixando no balcão. — Você está apaixonado pela Sophia e já perdeu a aposta.

— Eu não perdi essa merda de aposta. Eu preciso do dinheiro! Eu quero provar pro meu pai que eu posso ajudar ele na casa e nas demais coisas.

— Então procura um emprego, cara! — Alan se exaltou, um pouco estressado. — Você sabe que é capaz disso, sabe que pode ultrapassar o seu pai! Agora fazer uma aposta ridícula e ficar sofrendo por nada? Quais benefícios você está ganhando com isso? Nenhum!

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