Capítulo 188

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— Hum... Sophia?

Micael se remexeu na maca hospitalar. Franziu o cenho após ver a esposa dormir sentada, na poltrona, super desconfortável. A cabeça caída no ombro e os braços cruzados.

— O-oi, meu amor. — Se apressou, chegou próxima à ele, sorrindo. Mexeu em seus cabelos. — Graças a Deus! Como você está?

— Não sei. — Ainda estava estranhando. — Como você está? O bebê está bem? O que aconteceu? — Se desesperou.

— Calma, está tudo bem! — Sophia sorriu. — Eu acabei menstruando e passei mal, a doutora Kyle disse que isso é muito comum na gestação. — Não havia mentido. — Agora com você, precisamos conversar! — Fixou nos olhos castanhos do marido.

Ele ficou tenso.

— O que aconteceu? — Tentou se sentar.

— Eu não faço a mínima ideia em como te dizer isso, mas, você passou mal de novo. — Foi contando. — Os médicos fizeram um novo checape e descobriram que você tem um tumor cardíaco, porém, benigno. — Disse por fim.

Micael ficou em transe, recapitulando o que a esposa disse.

— Você vai começar os tratamentos assim que possível, enquanto não cresce mais. O médico já está vendo isso para amanha, o quanto mais rápido melhor.

Micael não aceitou aquilo. Estava doente! Era o fim!

— E também, é totalmente benigno, ou seja, tem cem por cento de cura. — Sophia sorriu mais ainda, beijou a mão do marido. — Vai ficar tudo bem!

— Não Sophia, não vai! — Se irritou, trincando o maxilar. — Eu estou doente e você está grávida! Minha vida foi à merda, eu não vou ver o meu filho crescer saudável. — Aquilo foi cruel à ele.

— Claro que vai, Micael! Você não escutou eu dizendo que é...

— Sim, é benigno mas... Quem garante que não possa ter mais um desse no meu organismo? — Encarou a esposa com fúria. — Hein? Você garante isso? A porra do médico garante isso? Deus garante isso?

— Micael...

— Eu estou pagando por todos os meus pecados, isso sim. — Negou com a cabeça. — Agora vou ser um homem podre, entrevado num hospital, fazendo mil cirurgias por conta da porra de um tumor cardíaco.

Ficou em transe de novo, olhando a parede em sua frente. Sophia começou a chorar em silêncio.

— Não posso fazer isso. — Ela negou, se levantando da poltrona e colocando as mãos na boca, incrédula. — Não posso fazer isso! Eu não posso! — Repetiu diversas vezes e o marido não entendeu.

— O que?

— Não posso fazer isso, Micael. — Ficou de pé, assustada. Alguém estava falando com ela, e não era o marido, que não estava entendendo absolutamente nada.

Ele ficou confuso, balbuciou antes de perguntar.

— Não pode fazer o que?

— Eu... Eu preciso ir. — Sophia saiu depressa do quarto, deixando Micael sozinho.

Andou em passos rápidos até a saída do hospital, e no caminho, ligou para Yanna, apressada.

— Você precisa me tirar daqui. — Andou até à porta automática.

Como? — Franziu o cenho. — Onde você está?

— Estou no hospital, Micael está doente! Mas isso é um longo assunto. — Observou os prédios ao redor. — Você pode vir me buscar? Eu estou sem carro!

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