Capítulo 156

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— Me sinto satisfeita! — Sophia pousou as mãos delicadamente na barriga, se queixando de que estava cheia pela sobremesa comida, há minutos atrás.

— Deveria ser sorvete de creme. — Micael deixou a colher dentro do recipiente pequeno e de cerâmica. Estavam comendo um delicioso Pétit Gateau.

— Por que? — Sophia levantou os ombros. — Tudo bem que sorvete de creme combina bem mais, só que, é sorvete de creme. — Fez uma careta. — Flocos ficou bem melhor!

— Não vou discutir com você, querida. — Semicerrou os olhos para a esposa.

Levantou o braço direito, junto do indicador. Chamou o garçom.

— Pois não?

— A conta, por favor. — Micael assentiu.

— Um minuto! — O homem saiu de perto da mesa.

Ele observou a esposa que encarava o restaurante em tom de incerteza. Muitas pessoas, diversos gêneros e vozes diferentes. Ela estava perdida em pensamentos, porém, observando o seu redor.

— Me sinto cheia. — Sophia reclamou.

— E você nem comeu muito.

— Acho que o sorvete me encheu. — Torceu o nariz.

— Sabe. — Micael ajeitou a sua postura, se mexendo na cadeira. Cruzou as mãos. — Eu não queria entrar nesse assunto com você mas preciso te perguntar, como marido.

Sophia ficou confusa com a fala do marido.

— O que aconteceu? — Ela tinha os olhos incertos.

— Eu estava tomando café um dia desses e andei mexendo na sua caixinha de remédios. — O garçom voltou, trouxe a comanda de Micael em uma caderneta de couro.

— Por que estava mexendo nas minhas coisas?

— Porque sou o seu marido. — Abriu a carteira, contou os dólares certos e devolveu a caderneta ao garçom, que saiu, segundos depois.

— Por que. Estava. Mexendo. Nas. Minhas. Coisas? — Perguntou pausadamente, com raiva.

— Você parou de tomar o remédio da menstruação e nem se tocou nisso.

Sophia ficou pensando, em transe. 

Micael bateu os dedos na mesa, um seguido do outro. O barulho estava irritando Sophia mas ela não disse absolutamente nada. 

— Pelas minhas contas. — Encarou a esposa com certeza. — Você está seis dias atrasada!

— Impossível.

— Não é impossível, querida. — Continuou batendo os dedos. — Eu tenho o seu calendário fértil, se lembra?

Sophia ainda estava em transe.

— Marque uma consulta com a doutora Kyle. — Micael se levantou em um impulso.

Sophia ainda ficou sentada. O marido deu a volta, fazendo ela se levantar, puxando a cadeira delicadamente.

Sophia sentiu as pernas tremularem enquanto passava o salão do restaurante. O marido lhe deu um beijo na testa quando estavam lá fora, certificando que tudo ficaria bem.

Mas ela estava com medo. Algo dentro de si lhe deixava com medo de acontecer tudo de novo.

— Está tudo bem? — Tocou o rosto da esposa.

— Não sei. — Desviou o olhar. — Me sinto estranha.

— Não se sente bem? — Sophia negou. — Então vamos embora! 

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