Dirigi até o Lenox Hill localizado no sul de Nova Iorque. Um edifício de luxo, onde até o estacionamento era emitido na conta do hospital. Branca estava lá, por avisos de terceiros, havia passado mal na tarde de ontem e ficou de observação.— Por favor! Eu vim visitar uma amiga. — Parei em frente ao balcão extenso da recepção. Por incrível que pareça não havia cheiro de éter como os hospitais comuns.
— Sua identificação, por favor. — A mulher me virou um Ipad Mini com uma seleção de cadastro.
— Preciso preencher isso? — Fiquei confuso.
— Se sua identificação estiver nas normas do hospital, o senhor pode preencher. Caso contrário, eu lhe direi para se retirar. — Eu ainda não havia entendido.
— Eu sou visitante.
— Nome do paciente, por favor. — Ela tomou à frente do Ipad.
— Branca Abrahão. — Mexi nos meus próprios dedos.
A mulher me entregou um crachá reforçado nas cores bege e branco.
— Terceiro andar, 430.
— Obrigado. — Dei às costas e procurei pelo elevador.
Fiquei um pouco perdido com tantos quartos que mais pareciam com um quarto de hotel. Portas extremamente novas, plantas decorando o corredor... Que tipo de hospital era aquele?
Achei o quarto em que Branca estava, batendo na porta e me assustando com a mulher que saiu de lá, um pouco mais velha que a minha mãe, nada surpreendente.
— Você é... — Ela fechou um olho e apontou para mim, tentando descobrir se me conhecia.
— Micael Borges. Amigo da Sophia. — Eu não sabia o que eu era da Sophia ainda, então me apresentar como amigo era uma boa opção. — Branca está bem?
— A pressão dela ficou meio irrelevante. — Avisou. — Você também estava no casamento?
— Tecnicamente sim. — Sim moça, eu sou o motivo de Branca estar aqui.
A mulher na minha frente me observou como se eu fosse um picolé gigante. Fiquei com medo.
— Enfim. — Deu um suspiro. — Eu vou ficar na recepção pra resolver algumas coisas da Branca. — E eu com isso? — Você quer tomar um café?
Ah não, é sério que ela tava me cantando?
— Eu não gosto de café. — Juntei minhas mãos e dei um sorriso sem graça.
— Poxa, que pena. — A velha queria que eu desse um trato nela. — Você é interessante, Micael! — Sim, ela estava altamente me cantando no meio do corredor.
— Eu preciso ir. Obrigado por ficar com ela! — Agradeci e entrei logo no quarto, antes que ela me devorasse com os próprios olhos.
Avistei Branca que estava acordada, mexendo no controle remoto da TV colocada na parede. Ela sorriu quando me viu, ajustando os botões da maca que trouxeram ela em uma posição confortável pra conversar comigo.
Fiquei ao seu lado. Era a primeira vez que tinha contato com alguém internado. Minha mãe não contava, já que teve Lidiane de parto normal e ficou apenas seis horas no hospital, sem precisar de uma internação ou algo do tipo.
— A senhora está bem?
— Magoada, apenas isso. — Forçou um sorriso. — Sophia está bem? Eu tenho certeza que não.
— Ela deu um pouquinho de trabalho. — E que trabalho! — Não deve ser fácil pra nenhuma de vocês. — Eu realmente não sabia as palavras pra usar decentemente com duas pessoas que foram machucadas ao mesmo tempo. Minha cabeça ficava uma loucura!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aposta de Amor
רומנטיקהMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...