Capítulo 58

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Acabei cochilando depois da minha alta recepção. Não vi quando Sophia tinha saído da suíte, já de banho tomado, voltando a revisar suas malas para escolher uma roupa pra cada dia, tudo diferenciado.
Fui até minha mala, pegando uma roupa limpa e tomando outro banho.

— Você realmente estava cansado, Borboleto. — Sophia apareceu em minha frente, com um roupão felpudo pink no corpo.

— Eu dormi demais? — Sequei os meus cabelos, espirrando gotículas em Sophia, que riu.

— Um pouquinho. — Fez algumas caretas, se especificando. — O fuso horário vai deixar a gente confuso, como já diz o nome. — Sorriu em seguida.

— O que você ficou fazendo enquanto eu estava dormindo? — Desfiz o nó da minha toalha, me trocando na frente de Sophia.

— Eu escolhi diversas roupas. Na verdade, eu fiquei com dúvidas. — Colocou o indicador na boca, pensando. — Fiz uma combinação de amarelo com rosa mas não sei se vai ficar bom. — Gesticulou.

— Borboleta. — Chamei sua atenção. — Você sabe que ninguém vai reparar nisso, não sabe?

— Mesmo que não reparem, eu preciso estar linda!

— Você já é linda, meu amor. — Dei um selinho rápido em Sophia. — O que vamos fazer agora?

— Eu separei um tour pra gente! Na verdade foi o moço que escolheu e eu decidi falar que fui eu, pra ficar mais romântico. — Sophia buscou um folheto em papel cartão, me mostrando.

Encarei as rotas sem entender nada do que estava explicando, já que a língua era totalmente diferente da nossa.

— Um passeio romântico? — Arqueei uma sobrancelha à ela que corou.

— Eu tive uma ideia mas não sei se você vai gostar. — Sophia colocou as mãos para trás, como se estivesse escondendo de algo. Aquilo tudo tinha um nome: vergonha.

Ela ficava mais linda ainda.

— E qual ideia você pensou? — Devolvi o folheto à ela.

— Podíamos fingir que estamos casados. — Me rodeou. — E estamos em lua de mel. — Sorriu. — Por favor, Borboleto! Por favor! — Sophia suplicou como uma garotinha mimada. Não que ela não fosse mas estava sendo engraçado vê-la daquele jeito.

— Tudo bem. — Ela deu pulinhos. — Essa viagem parece uma lua de mel mesmo. — Mexi meus ombros. E não estava mentindo nesse quesito.

Sophia programou uma viagem de lua de mel sem estarmos casados. Por que ela não podia aceitar o meu pedido de casamento?

— MAL POSSO ESPERAR! — Ela me abraçou. — Eu vou me arrumar e assim podemos comer alguma coisa. Que tal? — Optou.

— Eu acho uma ideia excelente, amor. Tô morrendo de fome! — E estava mesmo, meu estômago estava se revirando de tanta fome.

Sophia assentiu rápida, se trocando. Saímos do quarto onde estávamos, pegando uma passarela de madeira e atravessando o resort inteiro, até algum lugar que servisse almoço ou algo do tipo.

— Boa tarde! — Um japonês nos recepcionou. Muito simpático por sinal. — Fiquem à vontade para o nosso almoço. Vocês tem preferência pela bebida? — Nos levou até uma mesa aconchegante, bastante decorada com flores e algumas frutas.

— Eu gostaria de um prosecco. — Pedi. Não podia deixar passar as oportunidades que a vida estava me dando.

Tomar prosecco com uma vista incrível das ilhas Fiji não era comum pra ninguém. Eu tinha mesmo que aproveitar!

— Prosecco? — Sophia torceu o nariz.

— Você não gosta, amor? — Nos sentamos.

— Eu nunca tomei prosecco. — Ela sussurrou, fazendo o japonês ao nosso lado rir.

— Irei trazer o melhor prosecco da ilha! E na taça da senhora eu colocarei alguns morangos cortados. Tudo bem? — Sophia assentiu, ansiosa.

— Obrigada. — Ela agradeceu, vendo o japonês sair de perto.

Pegou o cardápio que estava em cima da mesa.

— O que você quer comer, Borboleto? — Estava lendo o menu com atenção.

— Posso falar mesmo? — Me relaxei na cadeira. Sophia fez uma careta, incrédula. Comecei a rir descaradamente. — O que? Não somos casados? — Ainda ria.

— Aqui não, Borboleto. — Estava corada. — Deixa isso pra mais tarde.

— Mais tarde? — Dei o meu sorriso maléfico, tirando Sophia do sério.

— Micael! — Fez outra careta, me tirando bons risos.

Eu adorava ver ela com vergonha. Adorava! Na verdade, eu amava!

— Tudo bem. — Ela voltou a se concentrar no cardápio. — Eu quero comer camarões no molho de queijo padano. — Foi rápida ao escolher.

— Isso me parece bom.

O japonês voltou com duas taças. Entregou a taça com pedaços de morango à Sophia, que ficou animada. Outro garçom chegou perto da mesa, agora, segurando o prosecco, que foi aberto em nossas vistas.

Sophia foi servida primeiro, experimentando as maravilhas do mundo pela primeira vez.

— E então? — Tomei um gole na minha taça. — Gostoso? Ruim?

— É uma delícia! — Sorriu após tomar outro gole. — Um brinde ao nosso casamento, Borboleto.

— Um brinde, meu amor. — Tocamos as taças com delicadeza, fazendo o famoso som de brinde. Sorrimos cúmplices após bebermos mais um pouco, antes de pedirmos o menu, que não foi escolhido oficialmente.

Mas, uma coisa inesperada aconteceu!

Sophia gostou tanto do prosecco que acabou dividindo comigo três garrafas. Três! Eu sei, fui o culpado disso tudo mas não sabia que ela iria gostar tanto, ainda mais alguém que não está acostumado a beber bebidas alcoólicas, como ela.

Resultado? Não almoçamos e Sophia ficou mais bêbada que o normal.

E o combo do resultado? Levei ela carregada até o quarto.

— Marido. — Sophia soltou, enquanto estava em meu colo, como uma donzela em perigo. — Podíamos voltar lá e comer todo aquele camarão. O que você acha? — Deu um sorriso de bêbado que me fez rir.

Seus olhos mal paravam abertos.

— Acho que podíamos deitar na cama e tirar um soninho. Que tal?

— Não. — Emburrou-se. — Soninho não.

— Soninho sim, meu amor. — Abri a porta com um pouco de dificuldade.

Sophia se aninhou em meu peito, fechando os olhos e retirando os sapatos com os próprios pés, assim que chegamos no quarto. Deitei ela na cama, que chiou.

— Fica comigo, Borboleto. — Chiou mais uma vez, me puxando.

— Eu tô com você, meu amor. — Deitei ao seu lado, de conchinha.

O silêncio reinou no quarto, antes de Sophia dizer sua frase mirabolante.

— Você trouxe o meu pudinzinho, Borboleto?

Ah, o pudim... Ela me fez pegar um pudim como ato de glicose. Mas óbvio que ela não comeria.

— Eu trouxe, meu amor. — Abracei ela que ficou satisfeita, fechando os olhos.

— Eu te amo. — Sussurrou.

— Eu também te amo! — Beijei sua bochecha, esperando Sophia cair no sono, que não demorou à acontecer.

Eu espero viver assim, pra sempre!

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