Capítulo 84

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— Bom dia grande Borges Abrahão ou eu devo chamar de... Jack Yoland Segundo? — Duff me abraçou de lado assim que tranquei a porta do carro. Alan começou a rir, seguido de Arthur e Chay.

— Você quer uma foda comigo? — Andamos até à porta do colégio.

— Cruzes! Eu prefiro ficar bem longe dessa coisa de veado. — Fez careta. — E você Alan? Como foi a sensação de fotografar todo o barraco da família Abrahão?

— Eu nem entrei na igreja, pra sua informação. — Alan respondeu rindo, descontraído. — O Micael conseguiu fazer tudo sozinho!

— Ele agora precisa fazer tudo sozinho, é um integrante da família Abrahão. — Chay completou. — Você também tá transando com o Renato? — Me alfinetou.

— Não mas... Eu preciso contar uma coisa pra vocês! — Sai do abraço esquisito de Duff, ficando de frente pros dois enquanto andava de costas.

— E tá esperando o que pra contar? — Alan mostrou as mãos, me fazendo adiantar o assunto, não queria mais esperar.

— Eu assinei outro contrato. — Paramos perto do meu armário. — E agora eu estou fazendo um curso de administração, ganhei do Renato. — Sorri amarelo aos meus amigos, que começaram a debater sobre si, como uma discussão. — Qual foi, gente? Por que o espanto?

— Contrato de novo, Micael? Você vai se foder nessa brincadeira de ficar assinando papel importante. Escuta o que eu tô te falando! — Arthur apontou um dedo à mim.

— Por que vocês ficam assinando contratos como dois retardados? — Chay levantou os ombros.

— Porque o Renato me odeia, ele nunca vai engolir o fato do namoro meu e da Sophia. — Bufei. — Eu precisava fazer alguma coisa.

— E precisava assinar outro contrato? Ficar mentindo pra menina? — Alan bateu de frente, como se estivesse defendendo Sophia. E no entanto, estava mesmo. — Quando a gente ama não ficamos escondendo coisas, Micael. Por que você é assim?

— Eu preciso sobreviver nessa família, Alan! Caralho! — Me estressei. — Eu não tenho um puto pra ir na esquina e comprar um sorvete se quer pra minha namorada. E outra, eu estou namorando a Sophia Abrahão, não é uma garota qualquer! É a garota que sempre falamos, a líder das líderes de torcida, o sonho de qualquer garota nessa porra de colégio. — Desabafei. Meus amigos ficaram olhando, sem soltar uma sequer palavra. — O cara me ofende todo o dia, fica amando dizer que eu e minha família somos pobres! O que eu posso fazer? — Meu rosto estava abatido.

— Você pode tentar a vida sendo outra pessoa, e não ficar assinando contrato com um cara que pode tirar até as suas calças se ele puder. — Alan negou com a cabeça, ficando de frente com o seu armário. — Faça o que você quiser, Borges. Cansei de falar com você! — Pegou o seu caderno, batendo a portinha de ferro e saindo bufando.

Arthur deu uma olhada de canto sinistra antes de cutucar Chay, que acordou pra realidade.

— A gente vai indo nessa. — Bateram de leve em meu ombro, saindo pelo corredor à dentro.

Fechei meu punho e levantei meu braço, indo bater em direção ao armário quando mãos suaves me interromperam.

— EI! — Sophia invadiu, ficando em minha frente. — O que você ia fazer, Micael? — Tinha a testa franzida. — Você ia socar a porta do armário por que?

Porque eu sou um merda e o seu pai me odeia.
Por isso!

— Anda, Micael! Me responde! — Sophia passeava o seu olhar azul pelo meu olhar, querendo uma resposta. — Por que você ia socar a porta do armário? — Repetiu a pergunta.

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