Joana era a mais nova ajudante de Sophia. Ela a contratou, dois meses atrás, e garantiu para a patroa que não lhe deixaria sozinha em hipótese alguma. Mas Sophia não cobrou isso, de modo algum. Deixava Joana ficar o dia todo e quando a noite caísse, ela iria embora. Mas naquele dia, a ajudante de Sophia demorou à ir, ficou areando panelas até tarde.Arrumou a cozinha, varreu o chão e deixou o avental pendurado, como fazia todos os dias. Quando desligou a luz do ambiente se deparou com Micael, saindo do quarto. Estava sem camisa, usava um shorts solto e descalço. Fechou a porta devagar e caminhou até o banheiro social, em passos leves.
Virou-se, deparando com Joana ainda no apartamento.
— Você ainda está aí? — Foi simpático.
— Estava arrumando umas coisas. — Explicou. — Dona Sophia está bem?
— Sim, está! — Ótima por sinal. — Pode ir. Você quer que eu peça um táxi?
— Não, não precisa. — Não queria incomodar Micael. — Tenha uma boa noite!
— Obrigado. Você também! — Sorriu para Joana, levando a mulher até à porta, se despedindo da mesma.
Micael ainda rondou o apartamento, foi até o banheiro, fez suas higienes e logo se acomodou na sala, assistindo alguns filmes que passavam na TV à cabo, aquela hora da noite.
Sentiu fome, fez um sanduíche e verificou Sophia, que agora, dormia tranquila, segurava o travesseiro que era de Micael como forma de segurança, nua entre os lençóis escuros e de seda. Saiu devagar, sem fazer barulho.
Deixou o seu antigo quarto e deu uma última observada no quarto da filha, que estava todo pronto para sua chegada.
Berço, guarda-roupa, cômodas e uma poltrona excelente de amamentação que havia custado sete mil dólares, Micael havia comprado para Sophia. As cores neutras, o rosa decorando, sereias e algumas princesas de pano em uma prateleira.Ele estava animado com a chegada da filha, ansioso, pensava à todo minuto. Mas estava se preparando para a guerra quando Clara nascesse, já que, os oficiais de justiça que havia contratado iriam trabalhar pesado no dia em que ela viesse ao mundo.
— Sophia? — Micael acordou a mesma. Já era de manhã. — Sophia? — Alisou o seu ombro. — Hora de acordar! — Avisou.
Ela se remexeu nos lençóis, assustada, encarou o ex-marido sem entender o que ele ainda estava fazendo ali.
— Micael? — A voz sonolenta o intrigou. — O que faz aqui?
— Não seja tola, nós transamos ontem e eu dormi com você. — Entregou à ela dois comprimidos enormes, junto de um copo d'água. — Na verdade eu dormi na sala, meio desconfortável mas eu estava sem sono. — Sorriu leve.
Sophia pegou os comprimidos, que na verdade, eram suas vitaminas.
— Joana foi embora? — Os engoliu rapidamente.
— Foi. — Micael rolou os olhos. — Ela dorme aqui com você?
— De vez em nunca. Não gosto de ficar tão sozinha. — Certificou ao mesmo que assentiu, não se interessando muito. — Parece estar... Esperando alguém. — Observou Micael, já vestido para o trabalho, com terno e sua gravata, a mais nova que tinha em seu closet.
Porém, estava olhando de minuto em minuto a porta do quarto, realmente, esperando por alguém.
— Eu preciso que você levante e se arrume com as peças que estão no closet, em um cabide de madeira. — Soltou.
Sophia franziu o cenho.
— Por que?
— Porque vamos fazer uma sessão de fotos, daqui há. — Encarou o Rolex em seu pulso. — Vinte minutos!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aposta de Amor
RomanceMicael Borges e seu grupo de amigos decidem criar uma aposta maluca, onde o foco é atrair a atenção de Sophia Abrahão, a popular do colégio e a estrela das líderes de torcida. O por quê disso? Simples: Queriam se vingar de seu namorado. Mas a apos...