Capítulo 66

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Fiquei na porta da casa de Sophia, esperando. Três horas e meia e... Nada! O carro de Jack estava em frente também, mas não fui tão burro assim. Estacionei o meu carro dois quarteirões depois que Sophia me mandou a mensagem, dizendo que todos já haviam ido dormir e a pista estava livre pra que eu pudesse pular a sua janela.

Tranquei meu carro e caminhei pelo gramado livre, tirando a escada que deixei escondida mais cedo.

Consegui entrar na varanda de Sophia, correndo a porta enorme de vidro. Ela estava sentada de frente com a penteadeira, encarando o hematoma que começava a ficar esverdeado em seu rosto. Terminou de tirar a maquiagem, logo decifrei.

— Meu amor. — Fui de encontro com ela que se levantou, me abraçando. — Como você está?

— Péssima. — Fiz carinho em seus cabelos. — Eu mal comi o jantar e depois vomitei tudo. — Voltou a se sentar.

Me agachei ao seu lado.

— Você passou mal? — Ela assentiu. — Quer ir ao médico?

— Não. Eu só não queria comer e fui forçada também. — Passou o dedo delicadamente no hematoma. — Me sinto terrível com isso no rosto.

— Você é linda até com um roxo no olho. — Fiz Sophia dar um risinho, já havia ganhado a minha noite.

Me levantei, sentando na beirada da sua cama.

— Quer me contar como foi o jantar de noivado? — Senti minha garganta se fechar.

— E eu preciso? — Sophia saiu de seu lugar, se sentando em meu colo.

Enlaçou seus braços em meu pescoço.

— Eu vou fazer alguma coisa pra que isso não aconteça.

— Não tem nada o que fazer, Micael. Meu pai está rápido nos processos! — Suspirou. — Hoje foi o jantar de noivado e semana que vem os preparativos pro casamento.

— Então é sério mesmo? Você vai se casar com o Jack?

— E tem outra alternativa? — Sophia levantou os ombros.

Eu estava realmente triste com isso! Entregar Sophia pra um traste como Jack não era fácil.

— Eu queria fugir com você, borboleta. — Alisei suas pernas.

Sophia estava linda naquele vestidinho casual rodado. Tão meiga, tão... Tão minha!

— Eu também, Mica. — Tocou o meu rosto. — Nós podíamos fugir desse lugar e viver felizes, sem a presença do meu pai, o que seria um pouco difícil. — Rimos leve. — Vamos mudar um pouco de assunto. — Trocou o foco. — Sua mãe está bem?

— Tá. Ainda continua meio louca. — Sophia riu baixinho. — E agora tem a minha irmã que tá sofrendo. — Fiz uma careta.

— Sofrendo?

— Ela levou um pé. O namoradinho dela tinha outra.

— Que canalha! — Sophia ficou boquiaberta. — É por isso que eu não confio em homens.

— Ah, e eu sou o que? — Ela começou a rir de novo.

Eu era viciado em ver Sophia sorrir.

— Você é um caso à parte, Borboleto. — Sorriu. — Mas agora na situação da sua irmã, tadinha, ela tem todo o direito de sofrer.

— Ela ainda é nova, meu amor! Nem dar ela deu ainda.

— Isso é o que você pensa. — Sophia rolou os olhos, entregando uma careta cômica de quem sabia algo.

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