Capítulo 37

176 10 8
                                    


Um dia depois.

De volta ao colégio, sim! Depois de um fim de semana conturbado, voltamos com tudo ao colégio. Na porta de entrada todos comentavam sobre a festa da Mel, que altamente bombou.
Nenhum comentário foi feito sobre Sophia bêbada, isso me deixou aliviado.
Estava quase chegando ao meu armário quando Alan me parou, nos cumprimentamos e paramos para conversar.

— E aí, como que foi o final de semana?

— Eu transei com ela e foi... Caralho, Alan! — Me escorei no armário, arfando enquanto tinha Alan surpreso ao meu lado. — Fora as outras coisas que aconteceram.

— Me conta logo que eu tô curioso.

— Ela dormiu em casa porque estava sem condições de voltar, a gente transou e depois eu levei ela. Só que o maluco do Renato me mandou diversas mensagens na noite passada, eu não vi nenhuma.

— Porra Micael, aí quem vacilou foi você!

— Eu esqueci completamente. — Gesticulei. — Eu levei ela pra casa de manhã mas não esperava um monte de polícia e o banana do Jack. Todo mundo esperando por ela.

— Pera aí, o pai dela chamou a polícia? — Alan ficou incrédulo.

— Chamou. E eu enfrentei ele!

— VOCÊ O QUE? — Ele arregalou os olhos. — Tá perdendo o juízo, Borges? E o contrato?

— O contrato tá ok mas ele queria bater na Sophia. Eu não ia deixar. — Peguei os meus materiais. — Aquele pai dela é muito estranho. — Tranquei meu armário e começamos a caminhar pelo corredor, até a sala de aula.

— Estranho como?

— Ele quer proibir ela de tudo! Sei lá. — Levantei meus ombros. — Eu sei que autocuidado e controle parental é até bom, mas não do jeito da Sophia.

— Você acha que ele pode estar prendendo ela por alguma mais séria?

— Não sei. E sabe o que é engraçado? — Alan me encarou. — Ele defende o Jack com unhas e dentes, e acoberta ele também de praticamente tudo. — Eu ficava bastante confuso com isso.

— Deve ser por conta da empresa, né? Você não disse que eles tem uma associação, alguma coisa assim. — Alan soltou.

— Eu ainda acho que não. — Era duvidoso de acreditar. — Mas eu quero descobrir porque o Renato defende tanto o Jack.

— Não vai fazer merda, hein! — Alan me alertou. — Eu fico com medo, você tá entrando nessa família demais.

— Eu quero entrar nessa família, Alan! Eu quero mostrar pra Sophia tudo que o mundo tem de melhor, quero vê-la feliz. — Decretei. — Mas como ela vai ser feliz daquele jeito? Trancafiada à sete chaves?

Alan ficou em silêncio, pensando. Mel passou por nós, quase arrancando a nossa pele fora por esbarrar com força.

— Ei, ei, ei, ei, ei. — Puxei ela pelo pequeno colete azul. — Cadê a Sophia?

— Ela não veio. — Fez um carão entojado. Por que todas as meninas do clã era assim?

— E você sabe por que?

— Ela tá de castigo! Parece que o pai dela descobriu algumas coisas e não deixou ela vir.

— E ela vai perder aula assim? Do nada?

— O tio Renato contratou um professor particular, toda a matéria que vamos aprender hoje a Sophia vai aprender também, só que na casa dela. — E depois diz que rico não tem previlégio, né?

— Tá bom. — Rolei meus olhos e deixei Mel ir. Alan arqueou a sobrancelha antes de me empurrar para a sala de aula.

Quatro horas depois.

As aulas finalmente tinham acabado. Alan foi embora mais tarde já que o time de futebol treinaria o dobro essa semana, por conta da semifinal. Eu optei por ir para a casa, Sophia não me respondia e logo pensei que o ogro do seu pai tivesse recolhido o celular dela, como castigo.

Destranquei o carro pelo alarme e senti um peso enorme me prender na porta, fazendo uma chave de braço.

— Eu já disse que vou matar você quando tiver a oportunidade. — Jack cerrou os dentes.

Chutei suas bolas e ele se retorceu. Belo truque, Borges!

— Você vai? Eu vou ficar esperando!

— Seu... Caralho de moleque! — Estava quase se jogando no chão. — Eu... Vou foder você todinho, seu merda! PUTA QUE PARIU. — Por fim, ele se jogou no chão.

Que babaca!

— Você tá putinho porque eu levei a Sophia pra casa? — Me agachei perto de Jack, o provocando.

— Essa sua amizade com a Sophia é muito estranha. E se eu souber de alguma merda, você é um cara morto!

— Você só sabe dizer isso, né Jack? — Comecei a rir. — Eu tenho pena de você, porque eu sei que, quando ela te dar um pé, você não vai ter nada.

— Ela nunca vai me dar um pé. A gente vai se casar, seu bosta! — Ele começou a rir, descontrolado. Sentia mais dor do que tudo. — Eu vou passar a mão nos Abrahão, ficar com toda a grana, fazer uns três filhos nela e construir o meu império.

— Império é a minha rola, Jack. Conta outra!

— Você tá morrendo de inveja porque ela não te dá um puto, e porque você é pobre. — Ele ainda ria. — Você é tão pobre que me dá pena.

— Eu não preciso de dinheiro pra ser feliz nesse mundo. — Na verdade eu precisava sim, por isso aceitei uma aposta idiota pela menina que eu amo.

Fechei meu punho e dei um soco bem dado na cara de Jack, que tentou se defender mas não conseguiu. O moinho de briga começou no chão e várias pessoas fizeram uma roda em torno do meu carro, assistindo. Senti alguém me segurar pelo colarinho da blusa.

— DE NOVO, MICAEL? PORRA! — Chay gritou comigo, me tirando da briga.

Logo avistei Alan, Duff e Arthur chegarem também.

— FOI ELE QUEM COMEÇOU. — Jack tentou se defender. Tinha um corte no lábio.

— Não interessa quem começou ou quem deixa de começar. — Arthur interviu. — Vocês sabem que isso aqui dá expulsão, né?

— Ninguém viu, Arthur. Fica tranquilo. — Fuzilei Jack com o olhar, eu queria ter uma arma pra acabar com a vida daquele infeliz! — Cansei de perder o meu tempo com esse merda.

— Merda é você! — Ele revidou.

— Oh, oh, oh. Chegou por aqui, hein! — Chay entrou no meio de novo. — Sai daqui Jack, e você vai pra casa tomar um banho frio. — Me encarou bravo.

Alan pediu para que todos desfizessem o círculo que estava em volta do meu carro, me deixando confortável e livre pra sair. Fui pra casa puto, irritado mas logo tudo mudou quando vi o nome de Sophia no identificador de chamadas.

Aposta de Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora