Capítulo 1

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A televisão é uma das maiores – se não a maior – máquina de fazer dinheiro do mundo.
Com suas telas mágicas, seus cenários perfeitos e sua estética absolutamente caprichada; ela fascina e apaixona milhões de telespectadores todos os dias, ano pós ano.
Mas pra tudo isso é preciso ter alguém que coloque ordem e faça as coisas andarem, ou seja, um diretor. Na emissora mexicana, esse diretor chamava-se Christopher Uckermann. Bonito, charmoso, alto, cabelos claros e olhos castanhos, e apenas vinte e seis anos nas costas.
Achou pouco? Não se deixe enganar pela pouca idade do rapaz, afinal, ele tem um currículo impecável. Melhor universidade de comunicação, mais de três cursos fora do país, fez crescer a audiência de três programas classificados como falidos e agora comanda o maior – e pior – programa de auditório mexicano.
Um grande problema, mas que, segundo nosso jovem diretor "não é impossível".
Seguindo o quadro comprado de outras emissoras, ele pretende transmitir, a partir do próximo sábado, um quadro com as sósias de atores, atrizes e celebridades mexicanas e internacionais, esperando que isso faça o programa crescer, ainda que pouco.

Christopher= Isso é um fiasco! – jogou a revista longe. – Cinco semanas no ar e o quadro é um fracasso! Estou ficando sem opção, não há uma sósia descente! – mirou Anahí, a assistente e braço direito dele.

Anahí= Quer algo pior? – a loira de olhos azuis pegou outra revista. – Essa é atual. – começou a ler. – "Parece que o fim do romance entre o diretor Christopher Uckermann e a cantora Paty Loera, realmente abalou as estruturas do rapaz. Há cinco semanas, desde que o novo quadro entrou no ar em seu programa, Christopher tem se deparado com o humilde quarto lugar da audiência, enquanto Paty aumenta cada vez mais as vendas de seu novo CD". – mirou o amigo. – Você precisa esquecer essa mulher e focar no seu trabalho!

Christopher= Estou tentando! – bufou. – Juro que estou tentando, mas essa maldita mulher... Ah! Não consigo esquecê-la.

Anahí= Ela é passado! – séria. – Olhe pra mim e me diga quais as três coisas necessárias pra se ter um programa.

Christopher= Audiência, faturamento e credibilidade. – revirou os olhos.

Anahí= Mas do que ele realmente precisa pra sobreviver? – seguia séria.

Christopher= Faturamento e credibilidade. Ele aguenta sem audiência. – respirou fundo. – Eu fiz faculdade, sabia?

Anahí= Não parece. – séria. – Nos contrataram porque não tinham audiência e agora nós estamos sem faturamento também. O programa vai pro lixo assim!

Christopher= O problema é que não acho uma só sósia que realmente seja parecida. – irritado. – Eu... Eu estou perdendo o controle da situação.

Anahí= Comece a pensar. – sugeriu. – Vá pra casa, descanse, pense direito. Amanhã é domingo, saia pra almoçar fora, vá andar... Na segunda nós pensaremos nisso.

Christopher= Quando é a reunião de pauta? – desanimado.

Anahí= Terça de manhã. Gravamos quinta de manhã, às nove horas em ponto. – avisou.

Christopher= Estarei aqui. – deu um beijo no rosto dela. – Muito obrigado por tudo, Any.

Anahí= Boa noite. – sorriu. – Você merece.

Christopher= Vá pra casa também. – acenou e saiu da sala.

Sem muito ânimo, o rapaz voltou para o apartamento onde vivia sozinho. Era um dos prédios mais caros e luxuosos de toda a cidade, porém ele não se importava com isso, só o escolhera para ficar perto da irmã mais velha, que morava dois andares acima.

A Sósia - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora