Na terça-feira acordaram cedo e tomaram o café da manhã juntos, como de costume. Porém ao sair de casa, Christopher foi para o aeroporto, onde deixaria a namorada.
Esperaram cerca de uma hora até que o voo dela fosse anunciado. Não havia mais funcionários da Televisa, e Azcárraga apenas ligara para a morena, passando as últimas intruçoes.
Christopher= Tem certeza que você vai? – fez cara feia.
Dulce= Tenho certeza que preciso ir. – deu um selinho demorado nele. – Volto logo. Você nem vai sentir.
Christopher= Me liga quando chegar? – ela assentiu.
Dulce= Te ligo todos os dias. E principalmente na estreia do programa. – abraçou-o. – Cuide-se por aqui. Não olhe pra nenhuma mulher, ouviu?
Christopher= Eu me comporto. Espero que você se comporte também. – ela riu. – Vou sentir sua falta.
Dulce= Vou sentir também, mas será ótimo quando eu voltar pra cá. – beijou-o. – Te amo.
Christopher= Muito. Eu amo muito. – apertou um pouco a cintura dela. – Cuide-se.
Dulce= Você também. – afastou-se, arrumando a bolsa no ombro.
Christopher= Boa viagem. – sorriu de lado.
Dulce= Obrigada. – acenou. – Bom trabalho.
Ela foi até a área de embarque, entregou a passagem e então acenou uma última vez para o namorado. Não estava partindo com o melhor clima entre eles, sabia que por trás dos sorrisos estavam a insegurança, o medo e a fragilidade que ambos sentiam. Era difícil, mas teriam que enfrentar, afinal, a distância de quase um mês estava apenas começando.
O voo da morena durou apenas um pouco mais de duas horas, e logo ela estava em Chihuahua.
Assim que pisou no aeroporto, já mandou uma mensagem para o namorado, avisando que havia chegado bem.
Pegou um táxi até o aeroporto, e no meio do caminho, Azcárraga lhe avisou que iriam buscá-la no hotel para que ela fosse até o prédio da filial da emissora.
Foi apenas o tempo da morena subir para o quarto, guardar a mala, dar uma leve ajeitada no cabelo, e então já teve que descer.
Assim que chegou ao lobby do hotel, deu uma passada de olho pelo local, procurando quem seria o funcionário mandado pela Televisa.
— Dulce María? – o homem se aproximou.
Dulce= Exatamente. – olhou-o, controlando o sorriso ao reparar no quão alto ele era, e em como os olhos verdes pareciam brilhar naquele momento.
— Alexis. Eu sou o diretor de programação da filial aqui. É um prazer conhecê-la. – estendeu a mão pra ela.
Dulce= Ra! – exclamou sem muita precisão, não sabia se estava espantada pela beleza do homem ou pelo fato dele ter falado com ela em português.
Alexis= Eles disseram que seria uma boa se eu falasse diretamente no seu idioma. – sem jeito. – Mas acho que não te avisaram disso, não é?
Dulce= Ah, é... Desculpe. – corou. – Me desculpe. Eu realmente não esperava ouvir português saindo da... sua... boca. Me desculpe, perdão. Sou Dulce Maria, é um prazer. Diretora de programação da Televisa.
Alexis= Você é uma estrela. Eu sei bem. – deu-lhe um beijo no rosto. – Fiquei bastante lisonjeado quando soube que trabalharia com você.
Dulce= Oh, imagina. Não sou... enfim, não sou isso aí tudo. – sem jeito. - Mas estou mesmo curiosa. Você tem alguma coisa com o Brasil ou... hobby? – reparou melhor no rosto dele, ele não deveria ser mais que dois anos mais velho que ela.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...