A Sósia - Volume I

Capítulo 82

Enquanto os dois conversavam, Dulce tomava whisky com a ruiva, e ouvia mais um pouco sobre Tomate.

Dulce= Posso te interromper? – sorriu de lado.

Paty= Claro. – assentiu. – Eu estou um saco falando sobre ele, não é mesmo?

Dulce= Isso é normal, porque é algo novo e você está gostando, mas... – encarou-a. – Paty, você se lembra do que eu te disse, antes de vocês começarem a sair? Tomate é um cara legal, ele é ótimo e realmente acho que curtiu tudo o que vocês tiveram aqui, mas ele não é bem o tipo de cara que vai te pedir em namoro; e muito menos se for à distância.

Paty= Ele responde as minhas mensagens sempre de forma carinhosa. – deu de ombros. – Sei lá, não acha que é um sinal?

Dulce= Acho que as coisas entre vocês aconteceram há pouco tempo, ele está cheio de trabalho e te acha legal o suficiente para te responder. – sincera. – Mas assim que os dias derem uma acalmada, assim que ele tiver um final de semana livre... ele vai sair pra alguma festa.

Paty= Você acha que ele ficaria com outra pessoa? – a morena mordeu os próprios lábios. – Você acha.

Dulce= Conheço o Tomate há anos, ele nunca namorou ninguém, nem mesmo por um mês. – sincera. – Pode ser que com você seja de verdade, pode ser que seja pra valer, mas até que ele te diga isso, até você ter certeza... Não se anime. Não quero te ver sofrer no futuro.

Paty= Acho que me animei mais do que devia. – sem jeito. – Eu realmente gostei dele. Digo, eu não sei, me sinto confusa.

Dulce= Então, Gatinha, antes de se entregar completamente pra ele, tente organizar os seus sentimentos. – aconselhou. – Do contrário você ficará confusa por um bom tempo.

Paty= É que eu... – encarou-a. – Sempre quis ter esse amor eterno, sabe? Esse amor que ultrapassa tudo e que é forte e verdadeiro. Como o amor que você sente pelo Christopher, e ele por você. – sincera. – Eu nunca encontrei. Acho que conforme o tempo passa, isso começa a me desesperar.

Dulce= Acredite em mim, vai te desesperar mais quando você perceber que o encontrou. – sorriu de lado. – Vinícius sempre me disse que essas coisas aparecem na hora certa.

Paty= É que... – suspirou. – Quando estava com o Christopher, achava que ele era horrível, e me sentia cansada de tudo o que ele fazia, mas quando vejo vocês dois... Você gosta, você se derrete por ele. Então... então por que eu não gostava disso, sabe? Por que eu não me apaixonei assim?

Dulce= Eu não sei. – sentiu-se estranha. – Mas se não sentia nada, então por que esteve com ele? Digo, não se fica com alguém por quem não se sente nada, certo?

Paty= O corpo fala, Dul. O corpo grita. – encarou-a. – Com todo respeito, porque sei que tiveram algo bem intenso, mas... Ele era bom, muito bom de cama. – a morena desviou o olhar, extremamente incomodada com a cena que imaginara. – E isso era o suficiente pra me prender à ele. Mas o tempo passou e eu achei que havia encontrado o amor e enfim... errei muito com o Christopher. – admitiu. – Fiz coisas que não faria hoje em dia, mas na época... Sei lá, sou impulsiva. E a falta de um amor de verdade é algo que me desespera.

Dulce= Quanto mais se busca, mais longe fica. – forçou um sorriso, pois as palavras de segundos atrás ainda estavam martelando em sua mente. – Você deveria se preocupar menos com isso.

Paty= Acho que é uma boa dica. – riu. – Ou talvez o amor não seja pra mim.

Dulce= O amor é pra todos. – piscou. – Não se preocupe.

— Paty! – uma das amigas gritou de longe.

Paty= Vou ver o que elas querem. – levantou-se. – Você vem comigo, Dul?