María tomou um copo de água gelada, respirou fundo e saiu da cozinha, subindo diretamente para o quarto. Não pensaria mais em Blanca, já havia dito tudo o que sempre quisera dizer a ela. Não queria vingança, pois não era uma pessoa desse tipo, mas desejava que a mulher um dia pudesse entender que um acidente não era capaz de arruinar um amor verdadeiro entre pai e filho; talvez nem mesmo um amor entre homem e mulher.
Dulce e Christopher, por sua vez, dormiram poucos minutos após deitaram-se na cama. A morena o abraçou, entrelaçou suas pernas e pouco tempo depois já havia pegado no sono.
Christopher estava mais tranquilo, sentia que agora a namorada
estava realmente protegida.
O relógio marcava uma e meia da madrugada quando Dulce escutou o celular do namorado tocar, logo imaginou que era Blanca, já que seu celular ficara desligado para não falar com a mãe.
Christopher= Passa pra mim, Amor. – pediu, vendo que ela já havia acordado.
Dulce= Deixe tocar. – fechou os olhos. – Provavelmente é a minha mãe.
Christopher= Então eu vou atender e falar pra ela que ela não precisa se preocupar, que estamos bem. – esticou o braço, pegando o celular.
Dulce= Não, Christopher! – disse brava, mas ele não se incomodou e atendeu o celular. – Parece que falo com as paredes, né?
Christopher= Alô? – a namorada revirou os olhos. – Oi... Claro, tá tudo bem? Ok, eu vou passar pra ela.
Dulce= Não, não, não. – disse logo.
Christopher= Não é a sua mãe. É a Carla. – entregou o celular pra ela.
Dulce= Carla? – franziu o cenho e pegou o celular com pressa, sabia que a amiga não ligaria sem um bom motivo. – Alô? Fala, Carlinha. Hmm... hmm... mas eu estava dormindo. – viu o namorado fechar os olhos de novo. – Estou na casa do meu pai, tive uma briga com a minha velha e não quis ficar por lá. Hmm... mas agora isso? Ficou maluca? Carla! – ficou sem jeito. – Não dá... Carla! Na boa, não... Carla? Carla! – revirou os olhos ao notar que a amiga havia desligado.
Christopher= Vou até me virar, porque não quero ouvir o problema que você vai soltar. – ficou de costas pra ela.
Dulce= Amor, não faça assim. – abraçou-o, beijando-lhe a nuca.
Christopher= Quando você vem carinhosa assim, é porque a coisa vai ficar feia. – conhecia muito bem a morena.
Dulce= Eu não fiz nada, Carlinha é que está precisando de uma ajudinha básica. – mordeu a orelha dele. – Paulinho pisou na bola, então...
Christopher= Fale pra ela escolher um mexicano. – ainda de olhos fechados. – Nós não pisamos na bola.
Dulce= Vocês são perfeitos. – riu e apertou mais o corpo dele, fazendo charme. – Mas ela não tem a mesma sorte que eu, então está irritada, quer sair, desabafar...
Christopher= No meio da madrugada? – respirou fundo.
Dulce= Você sabe que eu negaria pra qualquer pessoa no mundo, mas não pra ela. – virou-o de frente para si. – Não pretendo demorar.
Christopher= Lembre-se do que sua mãe te falou hoje e da maneira como você se sentiu. – sério. – Lembre-se também do que eu te falei.
Dulce= Não vou beber. - encarou-o. – Não vou beber nada, nenhuma gota de álcool. Prometo.
Christopher= Não é pra mim que você tem que prometer nada. Eu só te aconselho, mas a vida é sua. – ela deu um selinho nele.
Dulce= Não vou demorar. – ele assentiu. – Ela vai passar em quinze minutos aqui. Vou trocar de roupa, ok?
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...