Christopher= Fiquei com a Sel ontem. Precisava estar perto da minha Carla, da minha pessoa, de quem me salva. – a morena compreendeu. – Prometi que nunca mais falaria com você, porque eu estou certo de que não tem dor maior do que a que eu sinto agora, nada dói mais do que escutar da boca de quem é, como a louca da carta diz, o amor da sua vida... – apontou o papel deixado por Valentina. – Nada dói mais do que escutar da boca dessa pessoa que está tudo terminado, que já era, que você não é nada.
Dulce= Não podia deixar você entrar, não podia me render, porque se eu fizesse, não te deixaria sair nunca mais. – disse sincera. – Porque o meu amor por você é tão imenso e louco, e eu estava tão desesperada, que se você entrasse, eu te sequestrava para o Brasil. Eu perderia o controle.
Christopher= Sabe, as vezes é boa ideia perder o controle. Teria dado outro rumo às coisas. – encarou-a. – Eu teria protegido você, cuidado de você, teria mandado... Eu quero o número do quarto e dados dessa Valentina, porque vou ligar e mandá-la para o hospício. – a morena riu. – Dulce, é sério. Talvez hospício seja exagero, mas ela precisa de acompanhamento psicológico. Isso não é normal.
Dulce= Desculpe. – rindo. – É que você fala exatamente igual a Carla.
Christopher= Porque nos preocupamos com você. – sério, ela logo parou de rir. – Porque eu não quero te ver mal, não quero te ver sofrendo. Você não comeu a semana inteira, você... você deve ter emagrecido uns três quilos, pelo menos. Entende como isso é perigoso? – firme. – Passe-me os dados, por favor.
Dulce= Não. – segurou a mão dele. – Obrigada. Eu agradeço muito o que está fazendo, mas não quero que se envolva mais nisso, não quero que faça parte desse problema.
Christopher= Você é um problema na minha vida. – disse, e ela riu fraquinho. – E eu me apaixonei mesmo assim. Quero te ajudar, por favor, permita que eu faça isso.
Dulce= Ela não vai me atormentar nunca mais. – segura. – Eu prometo que nunca mais vai acontecer.
Christopher= Você não pode controlar tudo. – sério. – E o lugar dessa maluca é em um hospital, pelo amor de Deus.
Dulce= Você é um anjo. – deu um beijo na mão dele. – É um anjo de verdade, você me ilumina, me traz paz. Você me faz um bem absurdo, Christopher.
Christopher= Me preocupo contigo. – sincero. – Você pelo menos comeu alguma coisa hoje?
Dulce= Sim. Sim, voltei a comer ontem. – forçou um sorriso.
Christopher= Posso queimar? – apontou o DVD e a carta. – Eu não faço questão disso. Passado é passado.
Dulce= Por favor, faça isso. – pediu. – Só quero esquecer.
Christopher= Pessoas mudam, Dulce. Pra melhor. – abriu um pequeno sorriso. – Pensa que não fiquei deprimido quando a Sel sofreu o acidente? Eu fiquei, me afoguei na bebida, achei que fosse a solução. – confessou. – Felizmente não tive nenhum dano por isso, mas poderia.
Dulce= Você já foi assim? – espantou-se.
Christopher= Por que acha que evito a bebida assim? – ela arregalou os olhos. – Mas pessoas mudam, se tornam melhores.
Dulce= Eu era melhor com você. – engoliu em seco. – Eu era feliz e centrada. – ele desviou o olhar. – Você me odeia?
Christopher= Não. – apertou levemente mãos dela, que ainda estavam entrelaçadas as dele. – E menos ainda quero que você se mude.
Dulce= O que vai ser de nós agora? – perdida.
Christopher= Eu não sei. – confuso. – Não sei.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...