A Sósia - Volume I

Capítulo 119

Ela respondeu com mais um sorriso bonito e sincero. Fechou os olhos e logo os lábios estavam juntos mais uma vez, as línguas se misturando e os corpos fervendo.

Ele levou uma das mãos até o rosto dela, enquanto levantava o outro braço dela, para que entrelaçassem suas mãos.

O beijo não parou, e pouco a pouco os corpos foram se encaixando, até que terminassem sendo apenas um.

Dulce abriu os olhos por um segundo, trocando um rápido olhar com o namorado, e logo voltando a unir seus lábios, enquanto os corpos agora se movimentavam lentamente.

Naquele momento a morena não soube explicar o que sentia e muito menos o que estava acontecendo. Estavam fazendo amor como muitas vezes, mas algo não parecia normal; de alguma maneira, podia sentir o ambiente mais especial.

A maneira como os corpos dançavam, misturavam suas essências, sua energia, sua alma... Estavam unidos, e sentiam como se aquele fosse o momento da certeza; a certeza de que era pra sempre.

Christopher deixou de beijá-la e levou os lábios até a orelha dela, dando leves beijos ali, e sussurrando hora ou outra o quanto a amava.

Ela virou levemente a cabeça para o lado, vendo sua mão entrelaçada com a dele, e como aquele gesto parecia tão único. Logo voltou a olhar para cima, reparando como os corpo se moviam em ritmo perfeito, e como o namorado sorria enquanto a beijava.

Fechou os olhos quando sentiu os movimentos ficarem mais intensos, apertou a mão dele, e sentiu o corpo dar um leve pulo para frente, antes que finalmente a sensação de prazer a atingisse por completo.

Sua alma estava dando voltas, seu coração estava batendo agitado, tudo dentro de si parecia palpitar muito mais que o normal, e isso a assustou de certa maneira, pois não era normal de si ficar tão mexida após fazer amor uma única vez, e em uma posição que ela mesma considerava simples.

Recuperou a consciência quando sentiu o corpo do namorado cair sobre o seu, abraçando-a e encostando a cabeça na curvinha de seu pescoço. Soltou sua mão e passou os braços ao redor do pescoço dele, abraçando-o com carinho.

Christopher deu um demorado beijo no rosto dela e fechou os olhos, mantendo-se abraçado à morena, enquanto seu pensamento voava para longe dali. Era impressionante como, por mais que fosse apaixonado por ela, sempre havia uma maneira de se apaixonar mais.

Dulce= É tão fácil amar você. – disse, após vários minutos em silêncio.

Christopher= Mande? – ele separou-se um pouco dela, apoiando os dois cotovelos na cama, para que pudesse manter distância e mirar a morena.

Dulce= Te amar... é fácil. – olhando-o. – Eu não me lembro... na verdade eu não faço ideia de quando meus sentimentos se transformaram em amor, mas...

Christopher= O importante é você sempre se lembrar que ele existe e está dentro de você. – sorriu de lado.

Dulce= Vim pra cá fugindo dos meus problemas, vim gostando de outra pessoa, e aí, de repente... – soltou um longo suspiro.

Christopher= Eu apareci. – ela negou.

Dulce= Eu te procurei. – corrigiu-o. – Eu escolhi esse prédio, eu escolhi o meu apartamento, eu... eu vim bater na sua porta. Eu procurei você. Eu não sabia, mas estive todo o tempo procurando por você.

Christopher= Foi algo bom pra nós dois. – ela assentiu.

Dulce= Você se tornou meu amigo, um amigo muito importante, mas eu não me lembro como tudo começou. – levou as duas mãos ao rosto dele. – Todas as minhas noites eram de saudade de casa, e arrependimento por ter deixado o Vinícius. Mas você era um ótimo amigo, e quando estava com você, eu vivia um mundo sem problemas. E depois você começou a se tornar mais importante pra mim, e mais, mais, mais... E nos beijamos. – ele aproveitou e deu um selinho nela. – Foi estranho da primeira vez, mas aconteceu de novo, de novo, de novo... Eu fui gostando, e depois já não sabia, e não queria, parar. – ele passou um dos dedos pelo rosto dela, impedindo-a deixar a lágrima cair. – Você faz a minha vida simples, você me mantém apaixonada todo o tempo. É o seu sorriso, e a maneira como você ri, o jeito como fica nervoso quando eu me arrumo pra sair contigo, seu sotaque quando fala português, o modo como me beija quando acordamos, e como me beija quando quer fazer amor. – mordeu os próprios lábios. – É a maneira como você me olha, como me decifra, me escuta, me repreende, e as vezes, debocha de mim. – riu. – Você me ama de um jeito tão sincero, que me ensinou a fazer o mesmo... A ser sincera com os meus sentimentos, não ter medo de me entregar, mesmo que as vezes essa entrega pareça estar me expondo demais. – deu de ombros. – Amo você. Só queria agradecer pelo ano especial... por ter me ensinado a amar de verdade. Você é a melhor parte de mim, o que tenho de melhor.