Dulce= Hey... – aproximou-se devagar. – Oi.
Christopher= Oi. – levantou o rosto para olhá-la.
Dulce= Posso me sentar? – ele assentiu e ela puxou a cadeira, ficando ao lado dele. – Ahn, como você está?
Christopher= Bem. – suspirou. - Grande jogada ontem.
Dulce= Isso não é pessoal, já te disse. – séria. – Você sabe o quanto eu amo você, mas a Televisa é o meu trabalho, e eu não posso deixar de cumpri-lo apenas porque meu namorado não está na mesma emissora que eu. – ele revirou os olhos. – Sei que quer me culpar por não ter liderado durante os dois primeiros blocos, mas a culpa não é minha. Te disse o que derruba o seu programa de ser perfeito, e você não mudou os patrocinadores até agora, não é? Deixei montado um programa de estratégia pra vocês, mas ninguém deu bola. Então não me culpe. – ele olhou espantado para ela. – Você tem um diretor de programação excelente. Se o seu programa caiu na audiência, é com ele que você tem que ficar bravo, e é dele que você deve cobrar alguma ação. – disparou de uma vez; estava cansada em todos os sentidos, e o sono fazia tudo piorar. – Não estou mais na MX, não vou mais resolver os problemas, não sou sua diretora de programação. Agora eu sou apenas sua namorada... ou nem isso, mas enfim.
Christopher= Tenho o seu rosto pintado parede do meu quarto, tenho as notas da nossa música pintadas nas quatro paredes da minha sala. Você é a minha namorada. – encarando-a. – Estive pensando sobre o que conversamos, e eu quero muito ter um filho, mas tem que ser um filho com você. Não quero uma família, eu quero uma família com você. – sincero. – Se você não quer ter filhos, então seremos apenas você e eu juntos. Não vou ter um filho com outra pessoa apenas por ter, isso não é meu sonho. Meu sonho é tê-lo com você, e se não for com você, então que não seja com mais ninguém.
Dulce= Mesmo? – abriu um pequeno sorriso. – Você está certo disso?
Christopher= Mais do que certo. E não se sinta mal por não querer me dar um filho, não sinta que está roubando a minha vida ou o que seja. – honesto. – Eu te amo, eu estou escolhendo isso e estou extremamente confiante e seguro da minha decisão. – ela assentiu devagar. – E sobre a MX, eu sei que não é sua culpa, mas me irritei, me senti mal por perder. Vou tentar mudar isso e começar a aceitar, porque sei que você não vai dar mole na Televisa.
Dulce= É meu trabalho. – mordeu os próprios lábios. – Se você me disser que entende isso, então ficarei tranquila. Tenho que ser profissional e saber separar as coisas.
Christopher= Eu entendo. – encarando-a. – Entendo perfeitamente e prometo, como profissional, vou dificultar pra você também.
Dulce= Sei que irá. – sorriu de lado. – Obrigada por entender o meu lado. E escuta... – ela pegou a bolsa, tirando uma pequena embalagem de lá. – Seu perfume, pra que fique com o cheiro que eu gosto. – ele riu. – Por favor, não rejeite.
Christopher= Dul? – ela o olhou. – Amo você. Mesmo que tenha te ignorado ontem. – riu ao final. – Obrigado.
Dulce= Amo você também, mesmo que você me ignore. – encostou a cabeça no ombro dele, que a abraçou.
Christopher= Por que está tão cansada? – deslizou uma das mãos pela cintura dela. – Sinto seu corpo desmoronando.
Dulce= Porque não durmo desde ontem. – fechou os olhos. – E sobrevivi de café e um salgado de presunto e queijo que Henrique me comprou depois da reunião de hoje. Estou morrendo de fome, mas meu sono é maior.
Christopher= Como que não dorme desde ontem? – arregalou os olhos. – Dulce! Está brincando?
Dulce= Tinha que preparar um documento pra hoje, saí da Televisa meia noite, cheguei em casa e fui fazer a porcaria, mas só terminei às sete, e aí já era hora de voltar. – suspirou. – E agora vim pra cá, porque Any é minha melhor amiga. – cochilou.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...