Capítulo 175

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Dulce= Os pernilongos me acordaram, então aproveitei pra vir beber água. – abriu a porta da geladeira. – E você, o que faz acordada agora?

Camille= Insônia. – disfarçou.

Dulce= Não parece só sinônia. – pegou um copo e levou para a mesa, junto com a garrafa de água. – O que houve? Posso te ajudar em algo?

Camille= Não é nada importante. – voltou a comer a bolacha.

Dulce= Eu sei que está pensando que eu nem te conheço direito, mas... – riu. – Eu sou uma boa ouvinte, se você precisar.

Camille= É que... não. Não, eu não quero ser a namorada chata do amigo legal.

Dulce= O que o Vinícius fez? – séria.

Camille= Dulce... – a morena sorriu. – Ai. Ele acha que sou burra, entende? Acha que não entendo nada do mundo, que sou tapada.

Dulce= Credo! – riu. – Não parece uma boa opinião vindo de alguém que é seu namorado.

Camille= Eu adoro academia. Eu adoro esportes desde que nasci,e não é por nada estético, apenas porque me sinto bem quando faço exercício físico. – explicou.

Dulce= Isso é ótimo! Eu gostaria de ser assim. – riu.

Camille= A única coisa que não gostava de mim, era o meu peito, e gastei sete mil reais com eles. – a morena arregalou os olhos. – É, essa é a cara que todo mundo faz.

Dulce= Me desculpe. – sem jeito. – Perdão mesmo, eu...

Camille= Eu coloquei pra me sentir bem, pra ficar da maneira que eu gosto. – sincera. – Não digo pra me achar, mas eu sei que sou bonita e sei como os homens olham pra mim. Isso não é algo que eu goste, na realidade, é um fardo. Passei a faculdade inteira tendo que provar que eu não era só um rosto bonito, que eu não entrava na emissoras apenas porque tinha um corpo bom. Eu entrei porque trabalhei pra isso, porque lutei, porque estudei.

Dulce= Eu sei mais ou menos como é. Não nas mesmas proporções, mas eu entendo. – com peso na consciência.

Camille= As vezes acho que Vinícius não compreende isso. Ele não aceita que eu converse com nenhum outro homem, só que eu não posso me privar de fazer amizade. E tenho muitos amigos que gostam de mim pelo o que eu sou.

Dulce= É horrível o que eu vou te dizer, e eu realmente sinto muito por isso, mas... sabe, eu meio que te julguei, quando te conheci hoje. Principalmente pelos... – colocou as mãos no próprio peito. – Intimida um pouco, é verdade. E a primeira reação é associar ao esterótipo de: corpo bonito, pouco inteligente e que não vale nada. Eu não cheguei a pensar nisso, mas intimida mesmo.

Camille= Você não é a primeira. – suspirou.

Dulce= Eu sei que foi estúpido. Queria te pedir desculpa mesmo, de verdade. – encarou-a. – Isso foi horrível da minha parte.

Camille= Está desculpada. – sorriu pra ela. – Eu fico feliz que tenha enxergado um pouco mais em mim.

Dulce= Ora! Eu não quero que seja a namorada chata do meu amigo. – brincou.

Camille= Pois é... – suspirou. – Esse seu amigo... Gosto muito dele, sabe, Dulce? Foi atração a primeira vista. E atração por tudo, entende? Pelo físico, obviamente, mas pela conversa, pelo tipo de pensamento, pela atitude dele. Eu gosto muito dele. Fiquei super contente quando ele me convidou pra vir. – sorriu boba. – E claro que é cedo pra falar de amor, mas eu fico pensando que as coisas podem tomar um rumo mais... assim, mais intenso, mais sério mesmo, um compromisso longo. Só que aí ele vem com essas merdas e ferra tudo. Odeio desconfiança. Ou confia ou larga mão.

A Sósia - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora