Dulce= É... sim. – concordou. – Sim, sobre o que?
Christopher= Pode ser lá fora? É algo um pouco... sabe, privado, e tal. – sem graça.
Dulce= Ok. Tudo bem. – saiu com ele, caminhando devagar até o jardim. – Pode ser na piscina?
Christopher= Você diz... entrar? – arregalou os olhos.
Dulce= Só molhar os pés, besta. – riu e foi até a piscina, tirando o salto alto e sentando-se na bordinha, colocando os pés na água.
Christopher= O tempo está bom hoje. – tirou o sapato, sentando-se ao lado dela.
Dulce= É, está. – ele deu um leve riso. – O que?
Christopher= O que que? – riu mais. – Nada.
Dulce= Você está nervoso. – desviou o olhar. – Sobre o que queria conversar?
Christopher= Sobre... – ele colocou as mãos no rosto, enquanto ria um pouco mais. – Desculpe, perdão.
Dulce= Tudo... bem. – franziu o cenho. – É algo sério?
Christopher= Não, só é irônico falar com você sobre isso. – ele olhou para cima, respirando fundo e parando com o riso. – Eu recebi uma ligação do hospital.
Dulce= Onde sua irmã está? – encarou-o. – Eles disseram algo novo? Houve alguma melhora? – tocou a mão dele. – Ela acordou?
Christopher= Não acordou, mas... – ele havia ficado surpreso com o interesse dela. – Mas... ela... é...
Dulce= O que? – franziu o cenho, e logo afastou a mão da dele.
Christopher= Eles acham que ela deu uma resposta. – mirou a morena. – E eles acham que ela deu a essa resposta... pra você.
Dulce= Você diz... reação? – ele assentiu.
Christopher= Ela reagiu a algo quando você a viu? Balbuciou alguma coisa? – encarava-a sem piscar. – Abriu os olhos? Fez algo?
Dulce= Eu... Eu não tenho certeza. Quando fui vê-la, eu havia passado por uma manhã conturbada, estava sabendo de tudo, e não garanto que estava no meu estado normal. – ele ficou sem jeito, mas não deixou de mirá-la. – Eu acho, eu tenho a impressão, que ela apertou a minha mão. – ele abriu a boca. – Mas eu não posso garantir, sinto muito. Estava muito mexida aquele dia, estava com os sentimentos a flor da pele, eu não garanto nada disso. Eu acho, mas... Eu não posso confirmar não é certo te dar certeza disso. – explicava-se sem parar. – Foi por isso que não te disse nada, porque não tinha certeza. Sonhei com ela três vezes aquela noite, não... não sei se o que senti foi real ou se foi só a minha cabeça, que queria me reconfortar de alguma forma.
Christopher= Sei que não sabe se é verdade, mas estou me apegando a qualquer chance no mundo disso ser real. – seus olhos encheram-se de lágrimas. – Sei que o que vou te pedir é muito, e sei que me odeia, sei que quer se manter afastada, mas te peço por favor, por tudo o que um dia você sentiu por mim, considere isso e... – suspirou. – Você pode visitá-la uma vez mais? Ver se ela reage de alguma maneira.
Dulce= Claro. Claro que eu posso. Imagina, nunca negaria algo assim. – sincera. – Mas não faço milagres, Christopher. Não acredito que comigo por perto ela vá acordar repentinamente, entende? Eu vou vê-la, posso conversar e dar o meu apoio, mas enfim... Eu não sou especial dessa maneira. – suspirou pesadamente. – Não espere grandes coisas.
Christopher= Eu sei, prometo não apostar tudo. – ele limpou uma lágrima. – Er, obrigado. Obrigado por isso, Dulce. Significa muito pra mim... pra minha família. – ele virou-se para abraçá-la, mas logo lembrou-se que já não estavam juntos e então se afastou, olhando desconsertado para o lado. – Obrigado mesmo.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...