Paty= Hãn? – se fez de boba.
Dulce= Como sabe que esse é o filme preferido dele? – curiosa.
Paty= Ah, eu... eu... – pensava em algo. – Eu... Eu vi em uma entrevista há algum tempo. – mentiu, pois presenteara o diretor com o DVD do filme, ano passado.
Dulce= Ah. – assentiu. – Então, meu ex-namorado tinha gostos parecidos com os meus e... Bom, talvez seja por isso que não deu certo. Nós éramos iguais demais. – pensava. – Eu gosto do Christopher, sabe? Gosto mesmo, e acredito que...
Paty= Entre o seu filme preferido e o dele há um mundo inteiro de diferenças. – a morena parou de falar. – Amelie Poulain é um filme totalmente cult, que não é qualquer um que assiste e muito menos gosta. E você sabe que um filme diz muito sobre a personalidade de alguém.
Dulce= Eu sei e concordo, mas... – pensava no diretor. – Sei lá, de repente são essas diferenças que me chamam tanto a atenção nele. Não sei dizer o que é, mas há algo no Christopher que me prende completamente. – a amiga estava séria. – Ele não é, nem de longe, o tipo de cara que eu costumo procurar, mas por alguma razão, ele me fascina e não consigo pensar em mais ninguém. É completamente louco.
Paty= É, é muito louco. – forçou um sorriso. – Como sua amiga, eu acho que você deveria pensar mais sobre o assunto. Talvez ainda seja cedo demais para um namoro.
Dulce= Você acha? – mordeu os próprios lábios.
Paty= Não sou a dona da razão, mas é o que eu penso. Você admitiu que não conhecem muito um do outro. – deu de ombros.
Dulce= Mas podemos adquirir isso com o tempo. – insegura. – Não é?
Paty= Dul, amiga, essas coisas surgem muito antes de começar um namoro. – encarando-a. – Mas são somente sugestões, você pode agir como quiser.
Dulce= Uhum... – forçou um sorriso; agora se sentia confusa.
O jantar se estendeu por mais algumas horas, e as duas celebridades saíram do restaurante embaixo de flashs e abraços de alguns fanáticos que estavam por ali.
Paty convidou a amiga para passar a noite em sua casa, pois assim poderiam tomar mais vinho e se divertir.
Como não tinha nada a perder, Dulce aceitou e foi com a ruiva para o luxuoso condomínio.
Durante a noite, esbaldaram-se em vinho, cerveja e mezcal. Tiraram diversas fotos juntas, cantaram as mais diversas músicas e dançaram os mais variados ritmos.
A diversão acabou por volta de quatro horas da manhã, quando as duas caíram no sofá, completamente esgotadas.
Três horas depois, Dulce acordou com o despertador de seu celular, avisando que ela precisava trabalhar.
Acordou Paty e avisou que iria embora, pois precisava tomar banho e ir para a emissora. A fim de poupar o trabalho da amiga, Paty deixou que a ruiva tomasse banho ali e pegasse uma roupa emprestada.
De olho no relógio e sabendo que aquilo lhe pouparia mais de quarenta minutos, a morena aceitou o convite. Saiu da casa da amiga quase às oito horas da manhã, chegando à emissora por volta de uma hora depois.
Usava uma calça jeans skinny preta, um sapato de salto alto, e uma blusa branca um pouco mais larga, com um dos ombros descoberto. Tudo emprestado pela amiga.
Entrou devagar na emissora, sentindo-se estranhar por vestir-se daquela maneira, afinal, estava sempre de tênis e um casaco básico, mas Paty a fizera descobrir um lado mais feminino, que não era muito presente em sua vida.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...