Capítulo 80

339 22 0
                                    

No dia seguinte, Dulce acordou com o despertador tocando. Tateou o criado mudo e desligou o celular. Logo sentiu os braços de Christopher ao redor de sua cintura e lembrou-se do que havia feito na noite passada.

Sentia-se confusa e com uma leve dor de cabeça. Entretanto, em sua mente rondava apenas o último momento antes de cair no sono, o "amo você" que ele sussurrara. E ela caiu na realidade ao notar que, por mais que o quisesse, ele não era dela e queria poder dizer tal coisa ao homem, mas sabia que ele não aceitaria, e quanto mais perto ficassem, pior seria. Sentiu-se imensamente mal com a conclusão.

Christopher= Você acordou... – beijou as costas nua dela. – Como dormiu, amor? – ela limpou uma lágrima e virou-se de frente para ele. – Seu galo já está sumindo, não falei só? – aproximou-se para dar um selinho nela, mas a morena virou o rosto. – O que?

Dulce= Você deveria ir. – já não sabia aonde havia ido parar a toalha, então puxou o lençol para cobrir o próprio corpo.

Christopher= Não, eu não deveria. – encarou-a.

Dulce= Sim, deveria. – desviou o olhar. – Estou falando sério.

Christopher= Dulce... – sentou-se ao lado dela. – Dulce, não posso acreditar que depois de ontem, você ainda quer insistir em uma separação. Por Deus! Não diga que não gostou, não diga que não mexeu com você, não diga que não sentiu tudo o que eu senti também... Você correspondeu, você viveu o mesmo que eu.

Dulce= Christopher, acabou. – abaixou o olhar. – Ontem foi uma recaída, um erro. Eu estava confusa, só isso.

Christopher= Então olha pra mim e diz. – insistiu. – Olha nos meus olhos e diz que não me ama, diz que não pensa mais em mim, diz que ontem foi só um erro.

Dulce= Foi um erro. – repetiu.

Christopher= Mas olha pra mim. Olha pra mim e diz. – firme.

Ela não conseguiu, não sabia como encará-lo e mentir de forma tão cruel. Não conseguiria, era impossível.

Seguiu de cabeça baixa e então disse a única coisa que poderia afastá-lo completamente de si.

Dulce= Dormi com o Vinícius. – disse devagar. – Transamos no dia do amor e da amizade.

Agora havia acabado, ela sabia que não havia mais volta ou remédio. Qualquer que fosse o tamanho do amor de Christopher, com certeza acabaria naquele momento.

Christopher= Por quê? – sério.

Dulce= Por que o que? – franziu o cenho. – Eu dormi com ele!

Christopher= Por que, Dulce? Por que dormiu com ele? – tentava olhá-la, mas ela não o encarava.

Dulce= E isso que importa? – deu de ombros. – Eu dormi com ele.

Christopher= Já entendi. – sério. – Estou te perguntando o motivo.

Dulce= Eu dormi com ele, Christopher! – encarou-o. – Transamos aqui, nessa cama! Eu dormi com outra pessoa! Dá pra você me odiar e ir embora, por favor?

Christopher= Me diz o porquê! – gritou. – Me diz por que você dormiu com ele, Dulce.

Dulce= Não importa! – ameaçou levantar-se.

Christopher= Me diz! – segurou-a pelos braços. – Por que você dormiu com ele?

Dulce= Não importa. – mordeu os próprios lábios. – Eu dormi com ele, esse é o ponto. Dormi aqui, nessa cama. Por favor, me odeie e vá embora.

Christopher= Por que na cama? Por que não no banheiro? Por que não no box? Na pia? – viu os olhos dela marejarem. – Por que não aonde nós nos amamos? Por que não?

A Sósia - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora