Dulce= Vamos. – foi até ele, mas esbarrou uma das mãos na escrivaninha, derrubando a agenda e os papéis do namorado.
Christopher= Ah... – ficou sem reação ao ver o que havia caído dali. – Deixe aí, amor.
Dulce= Não vou deixar tudo largado no chão, né? – abaixou-se, pegando os papéis e a agenda.
Christopher= Não tem problema. – nervoso.
Dulce= Claro que... – franziu o cenho, levantando-se com as coisas do namorado. – Christopher, o que é isso aqui?
Christopher= Que? – se fez de bobo. – Vamos indo, Dul.
Dulce= Christopher, o que é isso? – olhou-o nos olhos.
Christopher= Hãn? – começou a rir, demonstrando o nervosismo.
Dulce= Era por isso que vocês não queriam me deixar entrar no quarto? – seguia encarando-o. – Era isso o que estavam escondendo? – ele riu ainda mais. – Isso é seu? – ele gargalhou.
Christopher= D-Dul... – descontrolou-se de tanto rir.
Dulce= Não, por favor, pare com isso. – revirou os olhos.
Christopher= Não... – ria sem parar. – Não consigo.
Dulce= Sei que comecei a namorar você sabendo dessa sua mania, mas tenho que confessar que, depois de um mês de namoro, isso se torna um saco! – encostou-se à mesinha, esperado que a crise dele passasse. – Christopher! – ele seguia rindo. – Ô, saco que eu não tenho, viu! – ia sair dali, quando ele a puxou por um dos braços.
Christopher= Eu explico... – ainda ria, porém um pouco menos.
Dulce= Por favor. – cruzou os braços.
Christopher= Uhum... – ainda rindo.
Dulce= Você comprou isso? – pegou o adesivo de carro que estava dentro da agenda. – É seu? - segurava a figura com um casal sorrindo, onde o homem abraçava a mulher de lado, enquanto lhe dava um beijo no rosto.
Christopher= É... é meu. – parando de rir.
Dulce= Era isso o que estavam escondendo? – calma.
Christopher= Era. – confessou. – Mostrei para o pessoal e perguntei se deveria mostrá-lo pra você e dizer que quero colocar isso no meu carro, está na moda, você sabe... – ela sorriu de lado. – Mas eles acharam que ainda era muito cedo pra isso, e seu irmão também achou que fosse melhor esperar. Então ele saiu pra buscar meu tio, e eu fiquei aqui com o Poncho e o Thomas.
Dulce= Uhum... – prestava atenção nele.
Christopher= Estávamos discutindo isso quando você bateu na porta. Então eu achei que o melhor seria arriscar, mas eles não concordaram, e então Thomas inventou tudo aquilo da gravata e enfim... – corado. – Depois minha mãe veio, e eu notei como você ficou tensa com o assunto, então achei melhor não te falar nada.
Dulce= Ok, vamos por partes, porque eu estava achando tudo muito engraçado até você me explicar o motivo. – ele franziu o cenho. – Sou sua namorada, e mais do que isso, sou sua amiga de verdade. Você não tem que mentir pra mim. – séria. – Eu posso te compreender, se você deixar, se você me contar o que acontece.
Christopher= Eu sei, Dul. – assentiu. – Sei disso, eu só...
Dulce= Eu não minto pra você. Eu não tenho segredos contigo, eu sou 100% sincera e... e não escondo que aquela coisa de 'pra sempre' me assusta, mas não porque eu não te ame, e sim porque nunca me senti tão vulnerável, tão ligada e dependente de alguém, como eu me sinto com você. – suspirou. – Não gosto de mentiras, por menores que sejam. Tenho problemas com confiança, e você sabe disso.
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A Sósia - Volume I
RomanceDulce deixou o Brasil e aventurou-se no México com apenas um objetivo: a carreira na Televisa. O que encontrou: um diretor estagnado em uma emissora minúscula e inexpressiva, um trabalho que não era - nem de longe - parecido ao currículo prestigioso...